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Em reunião nos EUA, setor de rochas do ES pede novas isenções no tarifaço

Em reunião nos EUA, setor de rochas do ES pede novas isenções no tarifaço

Depois da isenção do quartzito, Centrorochas faz mobilização para incluir mármore e granito na lista de produtos livres de taxação

Publicado em 1 de agosto de 2025 às 18:21

Reunião do setor de rochas ornamentais nos Estados Unidos
Reunião de representantes do setor de rochas ornamentais nos Estados Unidos Crédito: Divulgação

Depois de ter o quartzito incluído na lista de exceções do tarifaço imposto pelo presidente Donald Trump aos produtos brasileiros, o setor de rochas ornamentais segue em conversas com entidades nos Estados Unidos para garantir também a não taxação do mármore e granito a partir da próxima semana.

O quartzito — material, amplamente utilizado na construção civil e em acabamentos de alto padrão — representa metade dos 80% das chapas produzidas no Estado que são enviadas para os Estados Unidos.

E para garantir a inclusão dos demais materiais, representantes da Associação Brasileira de Rochas Naturais (Centrorochas) participaram nesta sexta-feira (1°) de uma reunião na Embaixada do Brasil em Washington para a entrega simbólica de uma carta à National Association of Home Builders (NAHB) e ao Natural Stone Institute (NSI).

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Em reunião nos EUA, setor de rochas do ES pede novas isenções no tarifaço

O documento, assinado conjuntamente pelas três entidades, reforça o pedido de inclusão de novos materiais de origem brasileira na lista de exceções à tarifa adicional de 40% imposta pelos Estados Unidos às importações brasileiras.

Apesar do alívio com a isenção parcial, a Centrorochas destaca que a mobilização continua. “A carta reforça a importância de ampliar a lista de isenções para incluir materiais como mármore, granito e ardósia, todos amplamente utilizados pela indústria americana e sem alternativas viáveis na produção doméstica dos EUA”, afirmou Fábio Cruz, vice-presidente da associação.

O setor de rochas chegou a ficar com cerca de 1.200 contêineres parados em portos do Estado aguardando alguma definição sobre as tarifas, que foram anunciadas no dia 9 de julho. Depois da publicação da ordem executiva pela Casa Branca, na quarta-feira (30), o setor voltou a fazer embarques para os Estados Unidos.

Impacto das tarifas no mercado de construção dos EUA

Ainda segundo a Centrorochas, o impacto da medida tarifária sobre o mercado americano também tem gerado grande preocupação entre os agentes locais.

Segundo dados preliminares da NAHB, as novas tarifas podem elevar significativamente o custo médio das novas construções residenciais nos Estados Unidos.

A manutenção da tarifa representa risco direto para mais de 200 mil empregos nos EUA, entre fabricantes, distribuidores e instaladores do setor de pedras naturais. A ausência de insumos alternativos e a rigidez de contratos em vigor agravam ainda mais o cenário.

De acordo com estimativas da própria NAHB, as tarifas atualmente propostas devem adicionar, em média, mais de US$ 10.900 (R$ 60,3 mil) ao custo de cada nova casa construída nos Estados Unidos.

A entidade estima que cerca de 7% de todos os materiais de construção utilizados em novas construções residenciais multifamiliares e unifamiliares em 2024 tiveram origem em países estrangeiros.

Além disso, o custo dos materiais de construção já subiu 41,6% nos cinco anos desde a pandemia – índice muito superior à inflação acumulada no mesmo período (21,9%). A imposição dessas tarifas sobre materiais, eletrodomésticos e produtos de acabamento ameaça desorganizar cadeias de suprimento e aumentar ainda mais os custos de moradia para as famílias americanas.

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