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Economia do ES deve crescer em 2026 em ritmo menor do que neste ano

Economia do ES deve crescer em 2026 em ritmo menor do que neste ano

Segundo estimativa realizada pelo Observatório Findes, caso as projeções se consolidem, 2026 será o quarto ano consecutivo de alta do PIB do Estado

Publicado em 18 de dezembro de 2025 às 17:39

Usina de produção de pelotas de minério de ferro da Samarco, em Anchieta
Usina de produção de pelotas de minério de ferro da Samarco: ritmo de produção impulsionou o PIB do Estado  Crédito: Fernando Madeira

Com alta na produção da indústria de petróleo e gás e pelotas de minério de ferro, principalmente no segundo semestre, a economia do Espírito Santo deve fechar o ano de 2025 com alta de 3,9%. 

Dados do Indicador de Atividade Econômica (IAE) do Observatório Findes apontam que, de janeiro a setembro de 2025, o desempenho da economia capixaba registrou alta de 2,2%. Entre os setores, o maior crescimento foi na agropecuária, atingindo 16%, seguido da indústria (3,7%) e serviços (0,6%).

Para 2026, o Observatório Findes projeta que a atividade econômica do Estado vai crescer 1,9%. Embora seja em um ritmo menor do que 2025, caso a perspectiva se consolide, será o quarto ano consecutivo de alta do PIB do Espírito Santo. 

Os números, para ambos os anos, ainda mostram que o Estado deve ter um desempenho acima da média nacional, cuja projeção é de 2,3% e 1,8%, respectivamente, segundo o Boletim Focus do Banco Central. As análises sobre a economia capixaba foram divulgadas em coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira (18).

Análise do Observatório Findes foi divulgada em entrevista coletiva Crédito: Divulgação

O resultado de 2025 foi impactado pela indústria extrativa, que voltou a ter bons resultados. O segmento cresceu 12,2% entre janeiro e setembro deste ano, na comparação com o mesmo período de 2024. As duas atividades que compõem o setor cresceram. A pelotização do minério de ferro avançou 7,8% e a produção de petróleo e gás natural expandiu 14,9%, segundo os dados do IAE-Findes.

Para Marília Silva, economista-chefe da Findes e gerente executiva do Observatório Findes, o avanço da indústria extrativa foi puxado principalmente pela alta de produção de pelotas de minério de ferro pela Samarco, que retomou 60% da produção, e também pelo aumento da produção de petróleo e gás na FPSO Maria Quitéria da Petrobras, no Sul do Espírito Santo, que atingiu a marca de 64% da capacidade em setembro. A unidade tem previsão de atingir a meta de 100 mil barris por dia. 

Sobre a projeção da economia capixaba crescer 1,9% em 2026, número um pouco menor que o esperado para 2025, Marília explica que, quando a base fica elevada, com a forte alta de pelotização, petróleo e gás e setor agrícola, é mais difícil manter o ritmo de crescimento no ano seguinte. 

"A Samarco deve continuar operando nos níveis atuais, pois as novas fases só virão nos próximos anos. No setor de petróleo, há espaço para o crescimento da FPSO Maria Quitéria, que ainda vai alcançar 100% da produção. Ainda temos o campo de Wahoo, que pode acrescentar 40 mil barris ao dia à produção, o que também é um valor alto", detalha.

Para 2026, também é esperada alta na produção agrícola, com a bienalidade positiva do café. Mesmo com a produção de 2025 já nos níveis mais elevados, alcançando recordes nas safras de café, existe a expectativa de bons resultados também no próximo ano. "A nossa leitura é que, no ano que vem, o crescimento acabará sendo um pouquinho menos acelerado", aponta Marília.

Na análise sobre 2026, o Observatório considera que a previsão de desaceleração da economia chinesa também deve impactar o comércio exterior capixaba. Há ainda expectativa de corte da taxa de juros, hoje na casa de 15% ao ano, proporcionando um fôlego em atividades sensíveis aos juros.

O presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), Paulo Baraona, lembra de algumas oportunidades para o Estado em 2026, como o desenvolvimento da indústria de descomissionamento de plataformas de petróleo.

"A Petrobras tem quase 2 milhões de dólares de investimentos em descomissionamento de plataformas. Embora isso já seja feito, especialmente na Europa e nos Estados Unidos, as plataformas do Brasil já atingiram um nível de maturidade e precisam ser comissionadas. Além da Petrobras, há outras empresas privadas para fazer esses descomissionamentos. Entendo que o Espírito Santo hoje é um player nesse novo negócio. Fizemos duas missões no Reino Unido e Noruega e, em março, vamos fazer um grande evento aqui no Espírito Santo, trazendo empresas europeias para a criação das oportunidades", projeta Baraona.

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