Repórter de Economia / [email protected]
Publicado em 13 de janeiro de 2021 às 19:08
- Atualizado há 5 anos
Diante do novo avanço da Covid-19 no país, o governo federal vem estudando uma série de medidas para, mais uma vez, injetar recursos na economia em 2021 e suavizar o impacto do fim do auxílio emergencial, cuja última parcela foi paga em dezembro a trabalhadores informais, desempregados e microempreendedores individuais (MEIs).>
Com a preocupação que o repique do coronavírus provoque uma nova alta no desemprego e queda generalizada da renda, estimulados ainda pelo fim do auxílio e do programa de redução jornada e salários, as medidas poderiam ajudar a economia a ganhar fôlego enquanto estratégias para a vacinação da população, bem como criação de empregos, não saem efetivamente do papel.>
Uma das decisões já tomadas é a de antecipar novamente os pagamentos do 13º de aposentados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e do abono salarial do PIS/Pasep. A ideia é que os pagamentos comecem entre fevereiro e março.>
Trata-se uma medida mais à mão para o governo, já que não traria custo fiscal. Esses recursos já estão previstos no Orçamento e seriam apenas desembolsados com antecedência.>
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A equipe econômica segue descartando a renovação do auxílio emergencial, mas estuda a reestruturação do Bolsa Família, por meio de medida provisória, prevendo reajuste do benefício e a inclusão de mais famílias.>
Embora desde o ano passado o governo federal comente sobre a possibilidade de um novo programa de renda mínima, que seja mais abrangente que o atual Bolsa Família e alcance também parte dos "invisíveis" notados pelo auxílio emergencial, nenhuma alternativa foi à frente até então devido à falta de uma fonte de financiamento.>
Enquanto o Renda Brasil ou Renda Cidadã continuam no campo das especulações, a alternativa de ampliar o Bolsa Família tem se mostrado a opção mais “segura” – ou simplesmente mais barata – na avaliação do governo.>
A ideia seria ampliar o número de famílias atendidas, unificar benefícios já existentes no programa, reajustar os valores e criar novas bolsas dentro dele. Um das intenções do governo seria criar novos prêmios por mérito escolar, esportivo e científico, segundo informações do jornal "O Estado de S. Paulo", que apurou que essa reestruturação deve ser feita dentro do Orçamento de R$ 34,8 bilhões do programa já reservado para 2021.>
Segundo o jornal, 14,5 milhões de famílias seriam contempladas com a ampliação do programa, pouco mais de 200 mil acima do número atual, de 14,3 milhões. A medida provisória ainda está sendo costurada pelos ministérios e precisará ser validadA pelo presidente Jair Bolsonaro.>
Em entrevista recente para A Gazeta, o secretário do Tesouro Nacional, Bruno Funchal, já havia dito que a "aterrissagem do auxílio será a expansão do Bolsa Família".>
Paralelamente, o governo estuda realizar uma nova rodada de saque emergencial do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para minimizar os efeitos econômicos da pandemia.>
Em 2020, uma medida provisória autorizou o saque de até R$ 1.045 por todo trabalhador titular de conta do FGTS com saldo, incluindo contas ativas e inativas. Mais de 60 milhões de brasileiros tiveram acesso ao pagamento, que injetou cerca de R$ 37,8 bilhões na economia.>
Ainda não há definição sobre o formato do programa e valores que seriam liberados para os trabalhadores em 2021. Como mostrou o jornal "Folha de S. Paulo", a tendência é que a nova rodada seja voltada principalmente para a classe média, já que os mais pobres realizaram saques em 2020 e ainda não conseguiram acumular um saldo relevante.>
O governo ainda sofre pressão de parlamentares e de setores da economia para a renovação de outras medidas, como o próprio pagamento do auxílio emergencial, que tem sido motivo de debate entre os candidatos a presidência da Câmara dos Deputados.>
Empresários também têm se articulado em prol da renovação do Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda, em que o governo bancava parte dos salários dos trabalhadores que tiveram contratos suspensos ou carga horária reduzida com o Benefício Emergencial (BEm). O programa, assim como o auxílio, se encerrou em dezembro.>
Entre abril e dezembro do ano passado, mais 32 mil empresas aderiram o programa no Espírito Santo, o que impactou 180 mil trabalhadores. De acordo com dados do Ministério da Economia, foram assinados mais de 350,5 mil acordos de suspensão ou redução de jornada entre patrões e empregados no Estado.>
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