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'Falsa sensação de segurança', diz subsecretário do ES sobre remédios sem ação comprovada

"Falsa sensação de segurança", diz subsecretário do ES sobre remédios sem ação comprovada

Declaração foi dada pelo subsecretário estadual de Vigilância em Saúde, Luiz Carlos Reblin, em coletiva de imprensa nesta sexta-feira (3)

Publicado em 3 de julho de 2020 às 12:07

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O subsecretário estadual de Vigilância em Saúde, Luiz Carlos Reblin, em entrevista à TV Gazeta
O subsecretário estadual de Vigilância em Saúde, Luiz Carlos Reblin, em entrevista à TV Gazeta. (Reprodução / TV Gazeta)

Durante coletiva de imprensa na manhã desta sexta-feira (3), o subsecretário estadual de Vigilância em Saúde, Luiz Carlos Reblin, fez um alerta para o uso de remédios que não têm eficácia comprovada contra o novo coronavírus. Para ele, além do risco de efeitos colaterais, as medicações que não tenham a comprovação científica de que combatem a doença de forma preventiva podem trazer uma falsa sensação de segurança, o que, segundo o subsecretário, aumenta o risco de transmissão da doença.

Falsa sensação de segurança diz subsecretário do ES sobre remédios sem ação comprovada
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O uso de medicações que não tenham sua eficácia comprovada, além do risco de trazer efeitos colaterais, efeitos que a gente não deseja, pode trazer uma falsa sensação de segurança. E isso é tão grave quanto os efeitos colaterais. Eu utilizo determinado produto, acredito que ele está me protegendo, e, na verdade, ele não me protege. Eu me exponho ao risco, e aumenta o risco de adoecer pela Covid

Luiz Carlos Reblin
Subsecretário estadual de Vigilância em Saúde
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Em seguida, Reblin reforçou que a única forma de evitar a doença é respeitando o isolamento social, já que ainda não há uma vacina ou medicação cientificamente comprovada para o tratamento da Covid-19. “Não temos um medicamento, uma vacina para injetar, que nos proteja. A única proteção, a única vacina, é permanecer em casa”, completou.

USO DA CLOROQUINA NO ES

A fala do subsecretário veio após uma das respostas dadas pelo Secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes, sobre questionamentos relacionados ao uso da cloroquina no Espírito Santo. Fernandes afirmou que a posição do governo estadual é orientada em embasamentos científicos, consensos de sociedades médicas e especialistas internacionais, que não trazem evidências sobre a eficácia do remédio no tratamento da doença.

“Não há evidências científicas que recomendem o uso da hidroxicloroquina em fase inicial da doença, principalmente em atividade ambulatorial”, disse.

Apesar de confirmar que essa é a orientação passada aos municípios, disse que o Estado não proibiu o uso do medicamento e que os municípios que quiserem adotar, podem utilizá-lo. “A posição do Estado é clara, orientado por evidências e com foco na segurança do paciente. No entanto, não é proibitiva. Os municípios que quiserem adotar a hidroxicloroquina, assim o podem fazer”, afirmou.

DISTRIBUÍDA PARA MAIS DE 10 MUNICÍPIOS

Sem detalhar quais municípios solicitaram, Nésio confirmou também que o medicamento já foi distribuído para mais de 10 cidades no Espírito Santo. A Gazeta noticiou que, além da Capital Vitória, a prática foi adotada nos municípios de AracruzCariacicaItapemirimNova Venécia e Colatina.

“Nós já distribuímos a hidroxicloroquina para mais de 10 municípios capixabas ao longo dos últimos dias, que adotaram os respectivos protocolos e resolveram regulamentar a prescrição do medicamento na rede pública”, destacou.

Sobre o uso na rede privada, Nésio afirmou que nenhuma esfera pública - municipal, estadual ou federal - regulamentou a utilização da hidroxicloroquina, e que as instituições seguem suas regulamentações próprias.

“O governo do ES, nem as secretarias municipais de saúde, nem o Ministério da Saúde, normatizaram, proibiram ou atualizaram o uso do medicamento na rede privada. Os profissionais dessa rede podem fazê-lo de acordo com o regulamento próprio das suas instituições de saúde”, completou.

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