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Publicado em 31 de maio de 2021 às 19:11
O corpo do pescador Gildazio de Jesus Santos, de 54 anos, foi reconhecido pelo filho, após ser encontrado boiando no mar de Vila Velha, na última quinta-feira (27). A informação foi confirmada por familiares da vítima, que ainda aguardam a liberação do corpo no Departamento Médico Legal (DML) de Vitória. O reconhecimento foi feito nesta segunda-feira (31). >
O homem estava desaparecido desde o naufrágio do barco de pesca em que ele estava com outros três colegas, no dia 13 de maio. A embarcação desapareceu a cerca de 18 quilômetros da Praia de Itapuã, também em Vila Velha. Os outros tripulantes foram encontrados no litoral de Aracruz, dois dias depois.>
A reportagem de A Gazeta falou com dois irmãos do pescador, Ana Lúcia e Beto, que relataram que o filho de Gildazio, que esteve no DML, reconheceu o corpo do pai através de alguns sinais e do próprio rosto do homem. Ainda assim, os familiares relataram que um exame de DNA vai ser feito antes da liberação. >
A reportagem também falou com o filho de Gildazio. Daniel confirmou que esteve no DML nesta segunda-feira e o corpo que estava lá era o do pai. "Eu vi que aquele corpo que estava lá era o do meu pai. Eu não tenho nenhuma dúvida que é ele", relatou o filho. Ele explicou ainda que deve recolher o material para o exame de DNA na próxima quarta-feira (2). >
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Em nota, a Polícia Civil se limitou a informar que "o corpo está no Departamento Médico Legal (DML) de Vitória e, devido ao estado de decomposição, foi solicitado um exame de DNA. Após a identificação do corpo, ele é liberado para os familiares". A polícia ainda informou que o resultado do exame sai em 30 dias, podendo ser prorrogado.>
O pescador e outros três colegas saíram da Colônia de Pescadores de Vitória. Após 10 dias pescando em alto-mar, eles enviaram um chamado de socorro à Capitania dos Portos no dia 13 de maio, comunicando problemas técnicos, quando estava a cerca de 18 quilômetros da Praia de Itapuã, em Vila Velha. >
A Marinha afirmou que, tão logo teve notícia, acionou o serviço de busca e resgate e comunicou o incidente via rádio para toda a comunidade marítima. No dia 15 de maio, três pescadores foram encontrados na altura do município de Aracruz. >
"O comunicado deles na quinta (13) foi muito importante, pois alertou todos os pescadores da área, que conseguiram localizar no sábado (15) uma embarcação emborcada na área de Barra do Riacho. Encaminhamos uma embarcação de buscas e, duas horas depois, localizamos três sobreviventes", detalhou o capitão de Mar e Guerra da Marinha, Washington Luiz de Paula Santos. >
Os três tripulantes conseguiram chegar até uma praia após se agarrarem a destroços do barco. Ao avistarem a areia, já na Reserva de Comboios, abandonaram os destroços e nadaram até terra firme. Lá, eles foram socorridos pela Capitania dos Portos.>
O pescador Wladeck Lima da Silva narrou os momentos que a embarcação – na qual estavam ele e outros três tripulantes – afundou. O dono do barco "Petrel" contou sobre o desespero inicial e as horas de angústia entre os primeiros problemas e a hora de abandonar a embarcação.>
Segundo o relato do pescador para a TV Gazeta, os primeiros problemas na embarcação começaram a aparecer por volta das 10h da manhã de quinta-feira (13 de maio). “Nós vínhamos navegando em paz, de forma tranquila. Não era um mar forte, estava manso ainda. Do nada, deu aquele tombo embaixo do barco. Deu aquele tranco, mas olhei e não vi nada. Então, continuei 'andando'”, relatou.>
Sem perceber nada de anormal, os pescadores seguiram navegando. Mas o aparente clima de paz durou menos de cinco minutos. “Eu ouvi um barulho na casa de máquina, já era a serpentina que havia arrancado o alternador. Eu fui olhar e já estava com muita água”, lembrou.>
Ele afirma ainda que foram quase sete horas até que o barco afundasse. Durante esse tempo, ele e os outros dois colegas que foram encontrados com vida permaneceram na embarcação. Já Gildazio de Jesus Santos teria se desesperado e deixado o barco.>
"Ele pegou um galão de óleo e pulou. Não pode abandonar o barco, ele não afunda assim tão rápido. Vinte minutos depois, não vimos mais ele", disse Wladeck.>
Na manhã do sábado (15 de maio), ele e outros dois colegas foram resgatados em Barra do Riacho, Aracruz, mas Gildazio seguiu desaparecido.>
O corpo de Gildazio foi encontrado por agentes da Polícia Federal, que faziam patrulhamento em alto-mar, no dia 27 de maio, na direção do Farol de Santa Luzia, em Vila Velha. Segundo a PF, um navio fundeado observou o corpo boiando, e a equipe acionou o Corpo de Bombeiros Militar, que foi ao local juntamente da Marinha do Brasil, para o resgate do cadáver.>
Segundo o Corpo de Bombeiros, os mergulhadores contaram com o auxílio da embarcação da própria PF para conseguirem acesso ao corpo, que se encontrava em uma área mais afastada no mar. Em seguida, o corpo foi encaminhado para o Departamento Médico Legal (DML) de Vitória, para ser examinado e identificado.>
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