> >
Comércio e bares querem que governo libere funcionamento sem restrições

Comércio e bares querem que governo libere funcionamento sem restrições

Governo do Espírito Santo, porém, continua utilizando a matriz de risco e diz que não pode flexibilizar demais. Três municípios da Grande Vitória ainda estão classificados como risco moderado

Publicado em 5 de setembro de 2020 às 11:25

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura
Na pandemia, estabelecimentos se adequam para atender clientes
Na pandemia, estabelecimentos se adequam para atender clientes. (Fernando Madeira)
Comércio e bares querem que governo libere funcionamento sem restrições

O Sindicato dos Restaurantes Bares e Similares do Espírito Santo (Sindbares) e a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Espírito Santo (Fercomércio) defendem a ampliação do horário de funcionamento dos estabelecimentos comerciais de forma independente ao que determina a matriz de risco para o contágio do coronavírus no Estado.

Atualmente, em cidades que estão classificadas como risco moderado, as lojas de rua e de centros comerciais podem ser abertas aos sábados, das 9h às 15h e, durante a semana, das 10h às 16h. Os restaurantes estão liberados para funcionar todos os dias da semana, até as 18 horas. Já os bares continuam proibidos, a não ser aqueles que têm registro de bar e restaurante e consigam cumprir, entre outras orientações, distanciamento mínimo de dois metros entre as mesas para receber a clientela.

Os shoppings também estão liberados para funcionar aos sábados, mantendo o horário que é adotado durante a semana, do meio-dia às 20h. Os restaurantes da praça de alimentação têm funcionamento autorizado até as 18h durante todos os dias, incluindo domingo. 

Na Grande Vitória, os municípios de Viana, Vila Velha e Cariacica permanecem com a classificação de risco moderado, de acordo com o Mapa de Risco que passa a valer a partir da segunda-feira (07). Outras 45 cidades capixabas estão na mesma situação. Ou seja, precisam seguir regras mais restritivas para o funcionamento de comércio e restaurantes. 

Já Vitória e Serra, a partir da próxima segunda, passam a ser classificadas como de risco baixo, junto com outras 26 cidades do Estado. Com isso, bares e restaurantes poderão reabrir nos horários normais.  Além disso, todos os segmentos do comércio têm autorização para funcionar, mas respeitando a regra de 50% de ocupação, o equivalente a uma pessoa a cada 14 metros quadrados.

"Risco baixo não é ausência de risco. O que está liberado são atividades econômicas no horário normal, mas dentro do protocolo da Secretaria de Saúde. Assim como estamos avançando, podemos retroceder na próxima matriz de risco, por isso pedimos disciplina e cuidado entre as pessoas", pontuou o governador Renato Casagrande.

PREJUÍZOS

O presidente do Sindbares, Rodrigo Vervloet, estima que cerca de quatro mil lojas - bar, restaurante e lanchonete - não reabriram as portas por conta dos prejuízos causados pela suspensão das atividades e a mudança de hábito dos consumidores.

“A gente tem solicitado ao governo que acabe com essas restrições de horário porque ficou muito claro que a gente consegue funcionar com horários estendidos oferecendo toda a segurança possível. Não há razão de ser com todas essas limitações sendo que a gente tem funcionado cada vez mais e os índices do Estado em relação à pandemia tem diminuído mais também”, afirmou.

O presidente da Federação, José Lino Sepulcri, diz que o setor, no entanto, precisa continuar vigilante quanto aos protocolos de segurança dos clientes e funcionários.

“Observamos que a flexibilização da abertura dos estabelecimentos, até o momento, não resultou na piora dos indicadores da Covid-19. Pelo contrário, continuam melhorando. Essa ampliação será mais benéfica que o contrário e contribuirá tanto para diminuir aglomerações no comércio quanto para ‘distribuir’ a população nos finais de semana”, disse.

CAPACIDADE REDUZIDA

O diretor comercial do Barlavento, localizado no Quiosque 1 da Praia de Camburi, em Vitória, Pedro Paulo Moysés, também é favorável ao fim das restrições de horário de funcionamento. 

Neste período de combate ao coronavírus, o local  abriu somente às sextas, sábados e domingos. Até março, o primeiro andar contava com um restaurante enquanto o segundo pavimento funcionava como um lounge com cabine de DJ. Agora, os dois espaços foram transformados em restaurante.

“Isso diminuiu muito a nossa capacidade de público. Menos dias e horários de funcionamento e mudança na tipologia de negócio, tudo isso somado, resulta em prejuízo. Antes eu abria os dias que eu queria, os horários que eu queria e então eu conseguia alcançar 100% da capacidade de público. Reduzi o atendimento para um terço da capacidade de antes”, relatou.

A partir da próxima segunda-feira (07), com o município de Vitória sendo classificado como risco baixo, o restaurante vai poder abrir sem restrição de horários.

PROTOCOLOS DE BIOSSEGURANÇA 

Comércio na Avenida Expedito Garcia, em Campo Grande
Comércio na Avenida Expedito Garcia, em Campo Grande. (Fernando Madeira)

O gerente de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado da Saúde, Orlei Amaral Cardoso, explicou que os protocolos de biossegurança servem para orientar os municípios e a população de forma geral. Quanto ao funcionamento do comércio sem restrição, ele informou que isso está condicionado à classificação do município em risco baixo, no Mapa da Gestão de Risco.

“Estamos tomando muito cuidado com essas questões junto ao nosso grupo de especialistas que elaboram esses protocolos. É muito difícil atendermos de forma pontual porque analisamos um conjunto de indicadores para então estabelecermos as diretrizes. É preciso cautela porque as medidas adotadas tem dado certo e não se pode flexibilizar demais e perder o controle. De toda forma, o pedido deles não deixará de ser avaliado”, afirmou.

Este vídeo pode te interessar

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais