O painel “Inteligência artificial no agro”, que abriu a série de palestras do segundo dia do TecnoAgro 2024, nesta quinta-feira (29), abordou o uso da IA nos campos e as adaptações que produtores vêm fazendo para resultados mais assertivos, além da necessidade de democratização da tecnologia, para que mais pessoas tenham acesso aos benefícios e avanços.
De acordo com os especialistas convidados para a roda de conversa mediada pela jornalista Fabíola de Paula nesta quinta-feira (29), a IA é parceira para uma efetividade cada vez maior nos campos do Espírito Santo, onde produtores já fazem o uso de equipamentos adaptados para a medição das propriedades do solo.
Segundo Carlos Ribeiro, CEO da startup Sensix, as primeiras aplicações da IA no campo eram voltadas para identificação de diagnósticos de doenças em animais e em cultivos de café, milho, soja e algodão, por exemplo. Hoje, com os avanços constantes, a IA já está nos maquinários e demais processos que auxiliam na tomada de decisões complexas.
No Espírito Santo, os produtores já contam com um banco de dados robusto capaz de analisar as produções, velocidade e eficiência das operações com auxílio da IA.
“Tecnologias adaptadas com sensores de micro-ondas são usadas para monitorar o solo, a biomassa e as condições ambientais diárias das lavouras. Com essas tecnologias e informações integradas, o produtor pode otimizar suas operações e aplicar insumos de forma mais eficiente”, explicou.
“O futuro da IA é voltado para a tomada de decisões sobre o que deve ser feito no campo, em processos de irrigação, até mesmo medindo o tempo e quantidade de água, por exemplo, passando por modelos analíticos, medindo umidade do solo e quanto de água a planta precisa com uma série de cálculos até o máximo potencial produtivo dessa cultura”, completou o CEO da Sensix.
No Estado, os produtores vêm superando os desafios de conectividade com auxílio de uma ferramenta criada por Elon Musk, magnata do mundo da tecnologia e atual dono do X, o antigo Twitter.
“Nos últimos anos, a conectividade no campo tem sido um desafio, especialmente com a dificuldade de distribuir cabos e instalar torres em áreas rurais. A Starlink, uma internet via satélite, tem sido uma solução eficaz. Com ela, os produtores podem simplesmente adquirir um modem e uma antena, conectando-se aos satélites e obtendo internet de alta velocidade sem a necessidade de infraestrutura tradicional”, explicou Carlos.
De acordo com o gestor, produtores desembolsam cerca de R$ 3 mil para a adoção do sistema e pagam uma taxa mensal de uso, com um valor próximo ao de pacotes usados em residências, fazendo com que a Starlink se torne uma aliada valiosa.
Segundo Carlos, no Estado os produtores usam a tecnologia, aliada a outras ferramentas de conectividade, para fazer varreduras no campo. “Alguns utilizam um ponto de acesso móvel em caminhonetes, que coleta e envia dados para a nuvem enquanto circula pela fazenda, facilitando a gestão e análise dessas informações”, finalizou o especialista.
Iniciado na quarta-feira (28), o TecnoAgro conta com mais de 20 horas de programação, entre palestras e paineis, com o tema central “Agro Inteligente”. O evento tem a proposta de ser o espaço ideal para explorar e discutir avanços que contribuam com a produtividade e a sustentabilidade no campo.
No evento, os visitantes podem degustar chocolates e derivados, embutidos, queijos, cafés especiais e licores de produtores capixabas. Essa edição conta ainda com apresentação de artistas capixabas. Confira a programação completa do evento clicando aqui.
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