População da Grande Vitória está cansada de viver aos sobressaltos

Foram pelo menos cinco coletivos atacados na segunda-feira (25) e seis na terça-feira (26), após a morte de um homem apontado como integrante do PCV durante confronto com a PM

Publicado em 27/08/2025 às 01h00
Ônibus são atacados após morte de jovem no bairro da Penha, em Vitória
Ônibus são atacados após morte de jovem no bairro da Penha, em Vitória. Crédito: Reprodução

Não é minimamente aceitável que os moradores da Grande Vitória sigam apreensivos sempre que as facções criminosas tentarem promover o caos, como no caso de mais uma série de ataques a ônibus, ocorrida nesta segunda-feira (25) e nesta terça-feira (26). São episódios que têm se repetido demais, com roteiro conhecido, com poucas variações: algum membro de facção é morto em confronto com a polícia, o que basta para virar um rastilho de pólvora para os ataques. 

Algum nível de pânico acaba sendo inevitável, pois não se sabe onde será o próximo incidente. Na segunda-feira, dois ônibus foram apredrejados em Vitória, na Avenida Marechal Campos e na Avenida Vitória. Outros dois coletivos foram incendiados na Serra e em Cariacica. Uma dinâmica de guerra urbana, que coloca muita gente inocente no meio do perigo. Além de todo esse terror, um carro de reportagem foi vandalizado durante a cobertura do caso em Vitória.

A recorrência desses casos faz muito mal para o dia a dia das pessoas: em março passado, pelo menos três ônibus foram incendiados em Vitória. Mas o dia mais emblemático ainda é o 11 de outubro de 2022, quando seis ônibus foram atacados em diferentes pontos de Vitória em menos de sete horas, após a morte de um traficante. O que precisa ser dito, mais uma vez, é que essas situações não podem ser normalizadas por ninguém, nem pelas autoridades, nem pela própria população.

Assim como não é normal gente inocente, como AlicesSophias e Andrezzas, serem mortas em ataques a tiros de traficantes. Todas mortas neste sombrio mês de agosto. Mortes que maculam o êxito da redução dos homicídios que vem sendo registrada desde a última década no Espírito Santo e, por isso mesmo, exigem um enfrentamento institucional mais poderoso e engajado. 

Os deputados estaduais se organizam para engatar uma CPI das Facções, algo que se for levado a cabo não pode ser somente para inglês ver, as respostas aos anseios de quem vive no Espírito Santo precisam ser sólidas. As bancadas capixabas no Congresso também têm o papel de conduzir as mudanças legislativas para combater o avanço das facções. Não são só o governo do Estado e as forças de segurança que devem agir. Mais uma vez, clama-se por um pacto amplo pela pacificação do Espírito Santo. Um Estado que já superou tantas crises é perfeitamente capaz de superar mais essa.

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