Investir em ciclovias tem que ser um caminho sem volta na Grande Vitória

É assim que a população pode aproveitar e adotar um estilo de vida mais saudável e econômico, porque as cidades proporcionam a infraestrutura

Publicado em 21/08/2025 às 01h01
Ciclovia da Madalena, em Vila Velha
Ciclovia no Parque de Jacarenema, em Vila Velha. Crédito: Adessandro Reis/Prefeitura de Vila Velha

Um bom exemplo de como as ciclovias estão transformando a Grande Vitória: a foto acima mostra uma que pode ser considerada "padrão ouro". Desde que foi inaugurada no início deste ano, em Vila Velha, a rota de três quilômetros que liga a entrada do Parque de Jacarenema à Ponte da Madalena, na Barra do Jucu, virou um novo circuito de lazer e mobilidade não somente para os ciclistas, visto que o espaço amplo também permite caminhadas e corridas. 

O município atualmente tem 48 quilômetros de ciclovia, e a administração afirma que deve chegar a 100 quilômetros nos próximos anos. Vitória tem 40 quilômetros. A Serra tem 83 quilômetros de malha cicloviária e deve chegar a 116 quilômetros; Cariacica tem 21 quilômetros. Lembrando que cada um desses municípios têm extensões distintas.

Em Vitória, por exemplo, um estudo do Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento (ITDP) apontou que a Capital está em segundo lugar nacional no quesito que  trata da proximidade da população com a infraestrutura cicloviária. Esse indicador mede a distribuição da malha pela cidade e, segundo ele, metade da população de Vitória é atingida por ela. 

Não é à toa que a cidade se tornou um verdadeiro case no avanço de bicicletas elétricas e ciclomotores, como pode ser observado diariamente pelas ruas. Os moradores não investiriam nesse tipo de mobilidade se não houvesse infraestrutura suficiente para tanto. E, obviamente, a própria topografia da cidade facilita muito a vida de quem escolhe a mobilidade ativa.

E, quando se fala dessa infraestrutura, é preciso fazer também as devidas ressalvas: com mais gente usando, maior também é a necessidade de manutenção. Não se trata só de construir ciclovias, o poder público também precisa cuidar delas. Há, sim, ciclovias praticamente intransitáveis em todos os municípios citados, por falta de zelo.

Fato é que a paisagem da Grande Vitória já está transformada pelas centenas de quilômetros de ciclovias presentes no espaço público. Uma delas, inclusive, ligando Vitória a Vila Velha pela Terceira Ponte, um êxito do urbanismo. Há agora um projeto de ciclovia nas Cinco Pontes, o que vai permitir mais uma conexão segura para os ciclisitas entre as duas cidades.

Inclusive, a comunicação entre os municípios é onde mais se peca atualmente com quem usa a bicicleta como meio de transporte na Grande Vitória. A Rodovia das Paneleiras é uma conexão entre Vitória e Serra que é interrompida na região do Viaduto de Carapina. Assim como inexiste ciclovia na Rodovia Norte Sul no limite entre as cidades. Já entre Vila Velha e Cariacica há boas notícias: no corredor exclusivo de 6,5 quilômetros previsto para o Sistema Transcol está prevista também uma ciclovia que vai contar com trechos elevados.

Planejar e investir em ciclovias é um caminho sem volta para qualquer gestor público que se preocupa com o deslocamento das pessoas e, felizmente, no passado recente muitos deles começaram a ter essa visão, assim a população já pode aproveitar e  adotar um estilo de vida mais saudável e econômico, porque as cidades proporcionam isso. Obviamente, avanços continuam sendo necessários, principalmente nas áreas mais periféricas. O fundamental é manter o ritmo desses projetos.

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