Em pelo menos três acontecimentos do último final de semana, as câmeras espalhadas pelas ruas — as de videomonitoramento ou as que as pessoas carregam no bolso com os seus celulares — mais uma vez expuseram crimes ocorridos em locais públicos. Em um deles, as imagens foram determinantes para a detenção de um homem que agrediu uma mulher dentro de um carro em Itapuã, Vila Velha, na noite de sábado (16).
Isso porque, segundo a apuração da TV Gazeta, a vítima não quis representar contra o agressor, mas testemunhas no local filmaram as agressões e entregaram as imagens aos policiais. Na mesma rua, uma câmera de videomonitoramento também flagrou a violência. As imagens mostram um motoboy e outras pessoas tentando defender a vítima, atitude que por si só aponta para uma transformação cultural: já faz algum tempo que a etiqueta social mudou, muitas pessoas não se omitem mais diante de cenas absurdas como essas.
Isso é importante demais no enfrentamento da violência contra a mulher, é como se a sociedade dissesse com seus atos um basta para tanta covardia. Tapas e chutes em um carro não demoram a evoluir para um feminicidio caso não se estabeleça uma distância legal entre vítima e agressor. Mesmo que seja a prisão do criminoso.
Empunhar um celular e gravar imagens como a da noite deste sábado não deixa de ser uma forma de começar a expor essa vergonha que, na maior parte das vezes, ocorre no ambiente doméstico.
As câmeras também flagraram uma funcionária da Ufes sendo agredida aleatoriamente por um homem no campus de Goiabeiras naquele mesmo sábado. Assim como também mostraram a ação de criminosos que arrombaram e furtaram uma farmácia em Vila Velha, naquela madrugada. Ou seja, em menos de 24 horas, crimes não passaram incólumes, com imagens que ainda por cima podem servir para impedir a impunidade.
Tudo isso poucos dias após uma mulher ser presa, após passar pelas câmeras do sistema de reconhecimento facial do governo estadual no Terminal de Campo Grande, em Cariacica, e ser identificada como foragida após condenação por um crime cometido em 1996. Até o fim do mês de julho, a tecnologia já havia ajudado a prender 300 pessoas na Grande Vitória.
Com os devidos cuidados na interpretação do que é captado, para evitar injustiças, as imagens já podem ser consideradas a arma mais eficiente de segurança pública. Quem comete crimes ou se esconde da Justiça não consegue escapar delas.
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