Corrida é um esporte que virou tendência também na Grande Vitória, mas para as mulheres os desafios vão além da superação física em cada treinamento.
Como mostrou a coluna de Leonel Ximenes no último dia 19, nos grupos de WhatsApp de corredores, em apenas uma semana, houve dois relatos de mulheres sendo perseguidas por homens enquanto praticavam o esporte na Praia de Camburi, em Vitória. Em um dos casos, um homem correu atrás de corredora, mas não conseguiu alcançá-la, então atacou outra praticante, e houve necessidade de intervenção da Polícia Militar.
Situações que infelizmente são mais comuns do que se imagina, quando mulheres praticantes de esportes ao ar livre se sentem ameaçadas pela presença de algum homem ou até mesmo são agredidas. Mas nem sempre denunciam. Perseguições e assédio nas ruas acabam sendo subnotificados, mas não faltam relatos.
Correr é uma modinha, como dizem por aí, que veio bem a calhar para proporcionar mais qualidade de vida a homens e mulheres, basta observar os espaços públicos na Grande Vitória, diariamente repletos de corredores, e os eventos oficiais que ocorrem praticamente todos os finais de semana.
Principalmente Vitória e Vila Velha são cenários regulares dessas corridas, ambas as cidades colocam a prática de esportes nos espaços públicos como vitrine de qualidade de vida. Isso é muito importante, um diferencial visível em relação à maior parte dos municípios do país. Mas, para tanto, é preciso garantir a segurança. O caso de um estupro no Morro do Moreno, em Vila Velha, no último mês de maio é um exemplo de que ela ainda anda faltando. Ela não estava correndo, mas isso não faz diferença.
Espera-se que essas perseguições a corredoras registradas em Camburi não cresçam como vem acontecendo com praticantes de corrida no Parque do Ibirapuera, em São Paulo. Há relatos de agressões sem qualquer explicação. Mulheres não podem começar a ser podadas de um esporte tão democrático: elas estão nas ruas para correr por saúde e prazer, não por medo.
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