Mais um feriado marcado por vidas perdidas no trânsito no ES. Até quando?

Mortes em ruas, avenidas e rodovias não podem ser banalizadas. A redução dessa carnificina é uma meta urgente de civilidade

Publicado em 27/12/2023 às 01h00
Atualizado em 27/12/2023 às 10h36
Rodovia do Contorno
Três pessoas morrem após carro capotar após bater em poste na Rodovia do Contorno. Crédito: Polícia Rodoviária Federal

Se o Natal é o momento do ano em que, via de regra, as pessoas buscam se reunir para celebrações com seus familiares e amigos, o último feriadão foi marcado por despedidas forçadas. Em pelo menos seis acidentes graves registrados entre a noite de quinta-feira (21) e a de segunda-feira (25), dez pessoas perderam a vida no trânsito no Espírito Santo.

Já quando as estatísticas são relacionadas às rodovias federais que cortam o Estado, a Operação Natal 2023, realizada pela Polícia Rodoviária Federal, mostra um aumento expressivo dos óbitos nos quatro dias: foram sete registros neste ano, entre 22 e 25 de dezembro, enquanto em 2022 houve uma morte. Entre os feridos, os números também impressionam: 42 em 2023, três em 2022. 

Só há o que se lamentar, afinal a brutalidade em ruas, avenidas e rodovias segue fazendo vítimas sem trégua. Em agosto passado, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou um levantamento que mostrou um aumento de 13,5% nas mortes no trânsito no país, entre 2010 e 2019, na comparação com o mesmo período da década anterior.

Um cenário que mostra o fracasso do Brasil na redução em 50% da mortalidade no trânsito até 2020, uma campanha lançada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2010. 

No feriadão, a BR 101 foi o principal cenário dos acidentes, com colisões frontais, perda de controle de veículo atropelamento. Na BR 262, um  motociclista morreu em uma colisão com uma carreta. Duas rodovias que ainda esperam para ser modernizadas e ampliadas, duas das principais demandas de infraestrutura no Estado, que seguem a passos lentos.

No Espírito Santo, gradativamente se testemunha a redução no número de homicídios, mas a violência no trânsito parece não mobilizar a sociedade com a mesma intensidade.  São mortes que não podem ser banalizadas. A redução dessa carnificina é uma meta urgente de civilidade, que depende não somente da modernização das rodovias para garantir mais segurança aos usuários, mas do próprio comportamento dos motoristas. A imprudência sempre faz vítimas, próximas ou distantes. 

No feriadão de Ano-Novo, a cautela e o bom senso  ao volante — somados a uma fiscalização atuante — podem evitar a repetição dessas tragédias.

Correção

27 de dezembro de 2023 às 10:36

Versão anterior deste editorial trazia a informação, passada pela Polícia Rodoviária Federal, de que a Operação Natal havia contabilizado nove mortes nas rodovias federais do Estado. O órgão corrigiu a informação que havia passado: "Na verdade o número correto, compreendendo o período de 22/12 à 25/12, é de 07 (sete) óbitos. Os outros 02 (dois) óbitos que ocorreram foram no 21/12, data em que a operação ainda não havia iniciado e que por um erro na contagem havia sido contabilizado inicialmente como se tivessem ocorrido dia 22/12".

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