As reivindicações por mais segurança para os pedestres que atravessam a BR 101 em Viana, infelizmente, só ganharam força quando se deu a tragédia: a morte do estudante do Ifes Lucas Pancini Machado, de 16 anos, no último dia 16. Familiares e amigos foram para a rodovia no dia seguinte pedir a instalação de uma passarela na região, uma solicitação antiga de moradores dos bairros que margeiam a via federal.
A estrutura, segundo a Ecovias Capixaba, concessionária responsável pela rodovia, já estava prevista para o terceiro ano do novo contrato, mas após reunião na segunda-feira (22) com representantes da Polícia Rodoviária Federal (PRF), da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e dos poderes executivo e legislativo de Viana, além deputados e de líderes comunitários, o prazo foi reduzido para um ano.
Antes disso, em até 30 dias, a concessionária garantiu a realocação da faixa de pedestres — atualmente a cerca de 50 metros da unidade do Ifes —, assim como semáforo, botoeira e redutor de velocidade.
É a esse ponto dos prazos que deve se dar mais atenção, não somente em relação ao perímetro urbano de Viana: a segurança de quem vive ao redor da rodovia, que passa por obras de duplicação desde 2014, deve ser uma prioridade. Iconha, por exemplo, foi o primeiro município contemplado com um contorno, assim como o novo contrato prevê os contornos de Ibiraçu e Fundão. Obras que precisam sair do papel dentro dos prazos, justamente para melhorar a vida nas cidades.
Linhares é outro município que precisa estar no radar constante de segurança. No novo contrato, não há a previsão de um contorno. A própria duplicação ainda está sob análise, o que está garantindo é a adoção de 41km de terceiras faixas. Contudo, a atuação da concessionária para a segurança de quem transita pela via na cidade a pé deve ser permanente. Vale lembrar que em fevereiro de 2024 uma passarela foi derrubada por uma carreta e ainda não foi reconstruída.
O novo contrato prevê a construção de 40 passarelas ao longo dos 478,7 quilômetros de rodovia. A preocupação com os perímetros urbanos, inclusive de localidades menores, não pode escapar da concessionária e tampouco do próprio poder público, que precisa manter o seu papel de fiscalização dos cronogramas. Sinalizações e estruturas que protejam a vida de quem precisa transitar pela rodovia a pé não podem ser precárias. A infraestrutura viária aprimorada com as duplicações não é uma benesse somente para os veículos.
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