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Após demora na atuação, MP assume caso cuja denúncia foi de advogado do ES

Caso aconteceu na 7ª Promotoria Criminal da Serra, cuja inércia em relação aos processos vem sendo investigada pela Corregedoria do MP

Vitória
Publicado em 30/09/2025 às 03h30
Acidente - morte universitárias
Crédito: Arte - Camilly Napoleão com Adobe Firefly

Após quase cem dias sem atuação no processo, o Ministério Público do Espírito Santo (MPES) reassumiu o caso que envolve a morte de duas jovens universitárias na Serra em uma colisão. E decidiu denunciar o motorista que dirigia o veículo, cujo acidente deixou ainda uma pessoa ferida.

O caso já possuía uma outra “denúncia”, apresentada pelo advogado que representa a família de duas das três vítimas, por intermédio de uma queixa-crime. Uma ação considerada rara no país, e que teve o papel de substituir a que deveria ter sido apresentada pela 7ª Promotoria Criminal da Serra. Ele assumiu a função diante da inércia do MP, declarada em manifestações judiciais.

Em nova decisão, o Juízo da 3ª Vara Criminal da Serra — responsável pelo Tribunal do Júri — decidiu aceitar “a denúncia substitutiva oferecida pelo MPES”.

Foi informado ainda que ao aceitar a queixa-crime o juízo agiu seguindo o previsto em lei. “O recebimento da queixa-crime (substitutiva à denúncia) foi ocasionado pela inércia do Ministério Público em oferecer a denúncia no prazo legal - 15 dias”. E finaliza que, apesar das intimações, mais de 90 dias se passaram sem nenhuma manifestação.

A demora na atuação da 7ª Promotoria Criminal da Serra em diversos processos foi relatada em algumas colunas e ainda pela TV Gazeta. Um dos casos resultou na soltura de seis traficantes considerados perigosos. O que levou o MP a convocar um grupo de promotores a reforçar a atuação na promotoria.

A situação vem ainda sendo investigada pela Corregedoria do órgão ministerial. Já houve uma inspeção extraordinária, onde foram coletadas provas. Um trabalho que pode durar até 120 dias.

O acidente e as mortes

O acidente aconteceu em 7 de abril do ano passado. Duas universitárias de 19 anos morreram em uma colisão na Rodovia Norte Sul, na altura do bairro Jardim Limoeiro, na Serra. Segundo o delegado Maurício Gonçalves da Rocha, que investigou o caso, o motorista cometeu erros graves na condução do veículo.

Luma Alves da Silva e Natiele Lima dos Santos, estavam no banco de trás e morreram na hora. Uma delas chegou a ser arremessada para fora do veículo. Arthur Barbosa dos Santos e Luan Alves da Silva sobreviveram com lesões graves.

O carro era guiado por Daniel Ramos Guedes, que segundo a queixa-crime assumiu a direção após ingerir bebida alcoólica. “Em alta velocidade, realizou disputa automobilística, perdendo o controle do automóvel e colidindo contra um muro”, informa o texto.

É acrescentado que o comportamento do motorista foi considerado imprudente na conclusão do inquérito policial, e que ele assumiu o risco da ocorrência de mortes e lesões.

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