Acumulando condenações que somam mais de dois séculos e meio de pena — 250 anos —, uma liderança criminosa do Espírito Santo voltará a enfrentar o júri popular na próxima semana. Foi denunciado pelo Ministério Público do Espírito Santo (MPES) pelo assassinato de um outro traficante, ambos envolvidos nas disputas por território que resultaram nas noites sangrentas da Piedade, em Vitória.
O réu é Geovani Andrade Bento, mais conhecido como Vaninho, denunciado como a pessoa que ordenou e viabilizou o crime. Ele está detido no presídio federal de Porto Velho, em Rondônia. Vai participar do júri por videoconferência.
O assassinato ocorreu em 10 de junho de 2018. No dia anterior os tiroteios haviam começado por volta das 20h30. Uma série de mortes já havia ocorrido no bairro, incluindo a dos irmãos Ruan e Damião Reis, levando medo aos moradores da Piedade.
A Polícia Militar foi até o local, enfrentou os criminosos e, durante a madrugada, os tiros chegaram a cessar. No entanto, assim que a PM deixou o local, novos disparos foram feitos e Walace de Jesus Santana, de 26 anos, foi assassinado às 6h30.
Os criminosos invadiram a casa de sua mãe, onde ele estava, junto com a avó, de 93 anos, um irmão e a cunhada. Walace conseguiu escapar pela janela e correu pelos becos da comunidade, mas um outro grupo já estava à espera. Ele foi atingido com diversos tiros de armas diferentes.
Era considerado o braço direito de outro criminoso, tido como o “dono do morro”. Após a morte, sua família foi expulsa e teve a casa incendiada. O grupo armado exigiu a saída dos familiares das pessoas que comandavam o tráfico local. Nos meses que se seguiram, dezenas decidiram abandonar suas casas.
Pelo crime já foram condenados em júris realizados em agosto de 2023 e julho de 2024:
- Alan Rosário de Oliveira - 26 Anos
- Rafael Batista Lemos - 27 Anos
- Flavio Sampaio - 24 Anos
- Gean Gaia de Oliveira - 24 Anos
- Tiago da Silva - 30 Anos
- Roger Vinicius Soares Clemente - 24 Anos
O júri popular de Geovani Andrade Bento acontecerá no dia 1º de outubro, no Fórum Criminal de Vitória. A defesa dele não foi localizada, mas o espaço segue aberto a manifestação.
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