Um dia elas saíram de suas casas e não voltaram. Dias depois entraram para as estatísticas dos desaparecidos no Espírito Santo. Em quase oito anos, elas somam 16.659 pessoas. Um volume que poderia encher duas cidades, como Itarana e Mucurici, ou Vila Pavão e São Domingos do Norte.
Os dados são do Observatório da Segurança Pública. O histórico mostra que vem aumentando o número de desaparecidos desde o ano pandêmico. Confira:
- 2018 - 1.977
- 2019 - 1.987
- 2020 - 1.807
- 2021 - 2.084
- 2022 - 2.336
- 2023 - 2.483
- 2024 - 2.621
- 2025 - 1.664 (até agosto)
A maior parte destas pessoas não são encontradas. Segundo informações do Anuário Estadual de Segurança Pública, dos 11.331 desaparecidos entre os anos de 2020 a 2024, foram localizados 2.179 (19,2%). Destes, 208 estavam mortos.
Entre os fatores que dificultam a localização destas pessoas, o anuário elenca as dificuldades operacionais e logísticas até a manutenção em aberto das ocorrências, considerando que nem sempre os parentes retornam para informar que localizaram o desaparecido.
Perfil
No ano de 2025, o maior volume de desaparecidos é da Região Metropolitana, seguida das regiões Norte, Sul, Noroeste e Serrana. Lideram as estatísticas as cidades de Serra, Cariacica, Vila Velha e Vitória.
Mais de 25% dos casos envolvem adolescentes na faixa etária de 12 a 17 anos, seguidos dos jovens de 18 a 24 anos (11,1%).
A maioria (58,5%) é do sexo masculino. Cerca de 44% se declarou como parda (44,11%). E o sábado tem sido o dia da semana com maior volume de ocorrências.
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