Voltaram para as salas de aula os 18 alunos do curso de Medicina da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) que receberam penalidades de suspensão e desligamento (expulsão). As punições foram aplicadas após processo disciplinar concluir que a prova final de uma disciplina foi hackeada e vendida.
A informação foi confirmada pela Administração Central da Universidade. Uma parte dos estudantes (12) retornou após o cumprimento das medidas impostas de suspensão de todas as atividades acadêmicas por 90 dias.
O restante obteve decisões judiciais que permitiu a sua volta. Mas foi determinado que alguns pontos do procedimento administrativo disciplinar (PAD) aberto contra eles sejam refeitos. Documento interno da Ufes, referente ao caso, aponta que não se partirá “do zero” e que “quase a integralidade do processo” poderá ser reaproveitada.
Por nota, a Ufes informou que a determinação de reabertura dos PADs foi cumprida para os seis estudantes que conseguiram liminares. O destino deles será definido após a conclusão desta etapa, onde estão sendo analisadas as defesas por eles apresentadas.
Em paralelo, uma investigação foi iniciada na Polícia Federal a partir de uma solicitação do Ministério Público Federal (MPF) que, por nota, informou ter sido o inquérito instaurado e distribuído dia 1º deste mês.
Os nomes dos alunos não estão sendo divulgados porque, segundo informações da própria Universidade, “o processo ainda está em curso” e pode haver recursos contra a decisão.
O caso
Uma comissão da universidade investigou 19 estudantes e decidiu aplicar as seguintes punições, com base no Regimento Geral da Ufes:
- Desligamento - para dois alunos (um homem e uma mulher)
- Suspensão de todas as atividades acadêmicas por 90 dias - destinada a 16 estudantes (6 homens e 10 mulheres)
- Arquivamento - em relação a uma estudante. “Por ausência de participação no esquema de invasão e compra da prova”, foi descrito em manifestação da Procuradoria Federal junto à Ufes.
A investigação teve início em 18 de setembro de 2023, após denúncia de que houve vazamento de uma prova final da disciplina de Anatomia e Fisiopatologia, referente ao primeiro semestre do mesmo ano.
A conclusão foi de que houve um esquema de invasão do drive da disciplina, sem autorização dos professores por ela responsáveis. Após ser hackeada por dois alunos, a prova final que seria aplicada naquele semestre foi vendida por R$ 12 a outros 16 estudantes de Medicina, que pagaram o valor via Pix.
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