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Polícia Federal vai investigar caso de prova de Medicina hackeada na Ufes

Corporação atendeu pedido do Ministério Público Federal para abertura de inquérito policial; 18 alunos foram punidos pela Universidade

Vitória
Publicado em 30/06/2025 às 03h30
Ufes
Crédito: Arte - Camilly Napoleão com Adobe Firefly

Após receber informações sobre o hackeamento e venda de uma prova do curso de Medicina da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), o Ministério Público Federal (MPF/ES) decidiu encaminhar os documentos para a Polícia Federal. A primeira apuração foi realizada pela instituição de ensino e  resultou na punição de 18 alunos, dois deles foram expulsos e 16 suspensos das atividades acadêmicas.

Por nota, foi informado que o objetivo é que seja realizada uma investigação federal: “O Ministério Público Federal no Espírito Santo (MPF/ES) recebeu a comunicação do fato e encaminhou para a Polícia Federal para a abertura de um inquérito policial”.

À coluna foi informado que o ofício já chegou à corporação, que se prepara para viabilizar a medida.

Por meio de nota a Procuradoria Federal na Universidade informou que protocolizou os dados, no MPF, no último dia 18.  Acompanhou sugestão de setores da Universidade envolvidos a condução do caso,  que resultou na punição dos alunos.

Na ocasião, o procurador federal Oswaldo Horta Aguirre Filho informou ao procurador chefe da Ufes que, por se tratar de ato improbo — uma conduta desonesta, que viola os princípios da administração pública —, o processo deveria ser encaminhado ao MPF, para a instauração de ação penal.

O que aconteceu

A investigação teve início em 18 de setembro de 2023, após denúncia de que houve vazamento de uma prova final da disciplina de Anatomia e Fisiopatologia, referente ao primeiro semestre de 2023.

Uma comissão foi nomeada pela direção do Centro de Ciências da Saúde (CCS) — a qual o curso de Medicina está vinculado, no campus de Maruípe —, para apurar o caso.

A conclusão foi de que houve um esquema de invasão do drive da disciplina, sem autorização do professor por ela responsável. Após ser hackeada por dois alunos, a prova final que seria aplicada naquele semestre foi vendida por R$ 12, com pagamento do valor via Pix.

Ao todo 19 alunos foram investigados, sendo que o processo foi arquivado para um deles. Dois foram desligados (expulsos) e outros dezesseis receberam suspensão de todas as atividades acadêmicas por 90 dias. 

As punições aplicadas com base no Regimento Geral da Ufes foram assim distribuídas:

  • Desligamento - para dois alunos (um homem e uma mulher)
  • Suspensão de todas as atividades acadêmicas por 90 dias - destinada a 16 estudantes (6 homens e 10 mulheres)
  • Arquivamento - em relação a uma estudante. “Por ausência de participação no esquema de invasão e compra da prova”, foi descrito em manifestação da Procuradoria Federal junto à Ufes. 

Desde a decisão, tem ocorrido um embate jurídico. Alguns alunos tentaram reverter a decisão, sem sucesso. Mas um dos estudantes que foi expulso, e que segundo relatório da Ufes foi quem acessou o drive da disciplina, conseguiu uma liminar para voltar às salas de aula, com o argumento de que não foi respeitado o seu direito de defesa.

*A coluna teve acesso a parte dos documentos, que são públicos, mas os nomes dos alunos não estão sendo divulgados porque as investigações policiais vão se iniciar.

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