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Alunos de Medicina da Ufes são expulsos por hackear arquivo e vender prova

Outros estudantes do mesmo curso receberam  suspensão das atividades acadêmicas por 90 dias, após investigação realizada por uma comissão disciplinar

Vitória
Publicado em 26/05/2025 às 03h30
Ufes
Crédito: Arte - Camilly Napoleão com Adobe Firefly

Dois alunos do curso de Medicina da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) foram desligados (expulsos) e outros dezesseis receberam suspensão de todas as atividades acadêmicas por 90 dias.  As punições foram aplicadas após processo disciplinar concluir que a prova final de uma disciplina foi hackeada e vendida. Ao todo 19 alunos foram investigados, sendo que o processo foi arquivado para um deles.

A apuração realizada por uma comissão apontou que houve a prática de atos incompatíveis com a moralidade da vida universitária. E ainda desrespeito às autoridades universitárias, administrativas, aos professores e servidores quando no desempenho de suas funções. 

No último dia 22, despacho da Diretoria de Registro Acadêmico, vinculada à Pró-Reitoria de Graduação (ProGrad), comunicou que já havia concluído os registros de desligamento, suspensão e a exclusão de matrículas em disciplinas relativas ao primeiro semestre deste ano. E notificado os estudantes sobre a decisão.

As punições aplicadas com base no Regimento Geral da Ufes foram assim distribuídas:

  • Desligamento - para dois alunos (um homem e uma mulher)
  • Suspensão de todas as atividades acadêmicas  por 90 dias -  destinada a 16 estudantes (6 homens e 10 mulheres)
  • Arquivamento - em relação a uma estudante. “Por ausência de participação no esquema de invasão e compra da prova”, foi descrito em manifestação da Procuradoria Federal junto à Ufes.

A coluna teve acesso a parte dos documentos, que são públicos, mas os nomes dos alunos não estão sendo divulgados porque, segundo informações da própria Universidade, “o processo ainda está em curso” e pode haver recursos contra a decisão em relação aos estudantes.

O que aconteceu

A investigação teve início em 18 de setembro de 2023, após denúncia de que houve vazamento de uma prova final da disciplina de Anatomia e Fisiopatologia, referente ao primeiro semestre de 2023.

Uma comissão foi nomeada pela direção do Centro de Ciências da Saúde (CCS) — a qual o curso de Medicina está vinculado, no campus de Maruípe —, para apurar o caso.

A conclusão foi de que houve um esquema de invasão do drive da disciplina, sem autorização dos professores por ela responsáveis. Após ser hackeada por dois alunos, a prova final que seria aplicada naquele semestre foi vendida a outros 16 estudantes do curso.

Em nota, a Universidade informou que o Inquérito Administrativo Disciplinar (IAD) para apuração dos fatos foi aberto logo após o recebimento da denúncia. E que os trabalhos foram coordenados por uma comissão disciplinar formada por cinco pessoas, sendo quatro docentes e um estudante, segundo o previsto no Regimento Geral da Ufes.

“Durante todo o andamento do processo foi garantido amplo direito de defesa aos 19 estudantes denunciados”, assinala.

A administração central da Ufes informou que “preza pela probidade no âmbito da Universidade”.

“Nessa perspectiva, atuamos continuamente para que as relações entre docentes, técnicos-administrativos e estudantes sejam construídas com base neste princípio. Qualquer denúncia de violação a essa norma será devidamente apurada na forma da lei”, assinala, em nota, a administração da Ufes.

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