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É vice-governador do Espírito Santo

Grande Vitória cresce com a concretização de projetos de mobilidade

Mobilidade urbana não é apenas deslocamento, é acesso a oportunidades. Na Região Metropolitana da Grande Vitória, o conjunto de investimentos em curso demonstra que enfrentar esse desafio de forma integrada é essencial para avançar

  • Ricardo Ferraço É vice-governador do Espírito Santo
Publicado em 13/12/2025 às 04h30

A mobilidade urbana é um dos fatores mais estratégicos para o desenvolvimento das regiões metropolitanas. Mais do que um tema técnico ou setorial, ela influencia diretamente a qualidade de vida da população, a dinâmica econômica e a ampliação das oportunidades e da prosperidade coletiva. Em territórios onde milhões de deslocamentos ocorrem diariamente entre municípios, tratar a mobilidade de forma integrada não é uma opção, é uma necessidade.

Na Região Metropolitana da Grande Vitória esse desafio é ainda mais evidente. Os fluxos de pessoas e mercadorias ultrapassam fronteiras administrativas, conectando moradia, trabalho, estudo e serviços em diferentes municípios. Por isso, soluções isoladas tendem a ser insuficientes. É nesse contexto que o Governo do Espírito Santo atua, por meio de investimentos diretos e de parcerias estruturantes com os municípios, assumindo a mobilidade como uma política pública de caráter metropolitano.

O exemplo mais emblemático dessa estratégia é o Corredor Metropolitano Sul – Expresso GV, na Avenida Carlos Lindenberg. O projeto prevê um corredor exclusivo do tipo BRT ligando Vila Velha a Cariacica, com cerca de sete quilômetros de faixas exclusivas, estações com plataformas, viadutos de acesso à Segunda Ponte, ciclovia integrada e requalificação completa da via. Com investimento estimado de R$ 300 milhões, a obra já começou e representa o maior já realizado em mobilidade urbana na região.

Projeção de corredor exclusivo de ônibus na Avenida Carlos Lindenberg, em Vila Velha
Projeção de corredor exclusivo de ônibus na Avenida Carlos Lindenberg, em Vila Velha. Crédito: Divulgação

Um dos principais eixos de ligação intermunicipal na Grande Vitória, a Terceira Ponte recebeu modernização. Passou de quatro para seis faixas no total, três em cada sentido, aumentando a capacidade de fluxo de veículos em cerca de 40%. Na faixa da direita, nos dois sentidos, a "Linha Verde", é de uso preferencial para ônibus, motos, táxis e veículos de serviço. Outra novidade foi a instalação da Ciclovia da Vida em toda extensão da ponte.

Dedicando atenção a Vila Velha ainda, temos também as obras do binário da Rodovia do Sol e a implantação da ciclovia ao longo de toda a orla do município: o trecho entre o clube Libanês, na Praia da Costa, e a Barra do Jucu já está concluído, incluindo a nova Ponte da Madalena, enquanto a extensão de Interlagos à Ponta da Fruta avança.

Nova ciclovia e Ponte da Madalena, em Vila Velha
Nova ciclovia e Ponte da Madalena, em Vila Velha. Crédito: Fernando Madeira

Na Serra, novos corredores em Laranjeiras, Novo Horizonte e Feu Rosa. A nova Rodovia Estadual ES-115, conhecida como o Contorno de Jacaraípe, a nova ligação da área industrial do município a Nova Almeida, está pronta, e avançam as obras do Contorno de São Domingos, com novo viaduto sobre a BR 101, conectando Serra Sede à região litorânea.

Em Cariacica, a parceria entre o Estado e a prefeitura produz resultados concretos. O Viaduto Dona Rosa, próximo ao acesso do estádio Estádio Kleber Andrade, transformou a mobilidade na região de Campo Grande e outra intervenção estratégica vai remodelar completamente do trevo de Alto Laje. Somados será mais fluidez à Avenida Mário Gurgel (antiga BR 262) e melhorarias significativas aos acessos aos bairros da região.

Esse conjunto de ações é complementado por investimentos no Sistema Transcol, na modernização da Rodoviária de Vitória e pela expansão do transporte aquaviário. Integrado ao sistema Transcol por meio do Cartão GV, o serviço tem recebido avaliações positivas dos usuários e segue em expansão, aproveitando todo o potencial da navegação pela Baía de Vitória.

Retomado pelo Governo do Estado em 2023, o sistema aquaviário conta com três estações em funcionamento, Porto de Santana (Cariacica), Prainha (Vila Velha) e Praça do Papa (Vitória). Mais quatro estão programadas na capital capixaba, serão na Rodoviária, no bairro São Pedro, na região da Praça Pio XII no Centro e no antigo Terminal Dom Bosco. Até o fim de 2026 deverá contar com oito embarcações em operação, ampliando a integração Cariacica, Capital, Vila Velha.

Os ganhos dessa estratégia são evidentes. Quando a mobilidade é precária, os impactos recaem diretamente sobre a vida das pessoas: deslocamentos longos consomem tempo, afetam a saúde, reduzem o convívio familiar e aprofundam a desigualdade no acesso à cidade.

Do ponto de vista econômico, congestionamentos e sistemas ineficientes encarecem a produção, reduzem a competitividade e afastam investimentos. Já sob a ótica social, cidades mal conectadas criam barreiras invisíveis ao emprego, à educação e aos serviços.

Por outro lado, quando tratada como política estratégica de Estado, a mobilidade produz efeitos estruturantes: reduz tempos de viagem, amplia o acesso ao mercado de trabalho, estimula a ocupação ordenada do território e promove desenvolvimento urbano mais equilibrado, sustentável e inclusivo.

Em síntese, mobilidade urbana não é apenas deslocamento, é acesso a oportunidades. Na Região Metropolitana da Grande Vitória, o conjunto de investimentos em curso demonstra que enfrentar esse desafio de forma integrada é essencial para avançar em eficiência econômica, justiça social e qualidade de vida. É por isso que a mobilidade deve ocupar um lugar central na agenda de desenvolvimento metropolitano.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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