A mobilidade urbana é um dos fatores mais estratégicos para o desenvolvimento das regiões metropolitanas. Mais do que um tema técnico ou setorial, ela influencia diretamente a qualidade de vida da população, a dinâmica econômica e a ampliação das oportunidades e da prosperidade coletiva. Em territórios onde milhões de deslocamentos ocorrem diariamente entre municípios, tratar a mobilidade de forma integrada não é uma opção, é uma necessidade.
Na Região Metropolitana da Grande Vitória esse desafio é ainda mais evidente. Os fluxos de pessoas e mercadorias ultrapassam fronteiras administrativas, conectando moradia, trabalho, estudo e serviços em diferentes municípios. Por isso, soluções isoladas tendem a ser insuficientes. É nesse contexto que o Governo do Espírito Santo atua, por meio de investimentos diretos e de parcerias estruturantes com os municípios, assumindo a mobilidade como uma política pública de caráter metropolitano.
O exemplo mais emblemático dessa estratégia é o Corredor Metropolitano Sul – Expresso GV, na Avenida Carlos Lindenberg. O projeto prevê um corredor exclusivo do tipo BRT ligando Vila Velha a Cariacica, com cerca de sete quilômetros de faixas exclusivas, estações com plataformas, viadutos de acesso à Segunda Ponte, ciclovia integrada e requalificação completa da via. Com investimento estimado de R$ 300 milhões, a obra já começou e representa o maior já realizado em mobilidade urbana na região.
Um dos principais eixos de ligação intermunicipal na Grande Vitória, a Terceira Ponte recebeu modernização. Passou de quatro para seis faixas no total, três em cada sentido, aumentando a capacidade de fluxo de veículos em cerca de 40%. Na faixa da direita, nos dois sentidos, a "Linha Verde", é de uso preferencial para ônibus, motos, táxis e veículos de serviço. Outra novidade foi a instalação da Ciclovia da Vida em toda extensão da ponte.
Dedicando atenção a Vila Velha ainda, temos também as obras do binário da Rodovia do Sol e a implantação da ciclovia ao longo de toda a orla do município: o trecho entre o clube Libanês, na Praia da Costa, e a Barra do Jucu já está concluído, incluindo a nova Ponte da Madalena, enquanto a extensão de Interlagos à Ponta da Fruta avança.
Na Serra, novos corredores em Laranjeiras, Novo Horizonte e Feu Rosa. A nova Rodovia Estadual ES-115, conhecida como o Contorno de Jacaraípe, a nova ligação da área industrial do município a Nova Almeida, está pronta, e avançam as obras do Contorno de São Domingos, com novo viaduto sobre a BR 101, conectando Serra Sede à região litorânea.
Em Cariacica, a parceria entre o Estado e a prefeitura produz resultados concretos. O Viaduto Dona Rosa, próximo ao acesso do estádio Estádio Kleber Andrade, transformou a mobilidade na região de Campo Grande e outra intervenção estratégica vai remodelar completamente do trevo de Alto Laje. Somados será mais fluidez à Avenida Mário Gurgel (antiga BR 262) e melhorarias significativas aos acessos aos bairros da região.
Esse conjunto de ações é complementado por investimentos no Sistema Transcol, na modernização da Rodoviária de Vitória e pela expansão do transporte aquaviário. Integrado ao sistema Transcol por meio do Cartão GV, o serviço tem recebido avaliações positivas dos usuários e segue em expansão, aproveitando todo o potencial da navegação pela Baía de Vitória.
Retomado pelo Governo do Estado em 2023, o sistema aquaviário conta com três estações em funcionamento, Porto de Santana (Cariacica), Prainha (Vila Velha) e Praça do Papa (Vitória). Mais quatro estão programadas na capital capixaba, serão na Rodoviária, no bairro São Pedro, na região da Praça Pio XII no Centro e no antigo Terminal Dom Bosco. Até o fim de 2026 deverá contar com oito embarcações em operação, ampliando a integração Cariacica, Capital, Vila Velha.
Os ganhos dessa estratégia são evidentes. Quando a mobilidade é precária, os impactos recaem diretamente sobre a vida das pessoas: deslocamentos longos consomem tempo, afetam a saúde, reduzem o convívio familiar e aprofundam a desigualdade no acesso à cidade.
Do ponto de vista econômico, congestionamentos e sistemas ineficientes encarecem a produção, reduzem a competitividade e afastam investimentos. Já sob a ótica social, cidades mal conectadas criam barreiras invisíveis ao emprego, à educação e aos serviços.
Por outro lado, quando tratada como política estratégica de Estado, a mobilidade produz efeitos estruturantes: reduz tempos de viagem, amplia o acesso ao mercado de trabalho, estimula a ocupação ordenada do território e promove desenvolvimento urbano mais equilibrado, sustentável e inclusivo.
Em síntese, mobilidade urbana não é apenas deslocamento, é acesso a oportunidades. Na Região Metropolitana da Grande Vitória, o conjunto de investimentos em curso demonstra que enfrentar esse desafio de forma integrada é essencial para avançar em eficiência econômica, justiça social e qualidade de vida. É por isso que a mobilidade deve ocupar um lugar central na agenda de desenvolvimento metropolitano.
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