Aula presencial obrigatória não é consenso entre leitores

De acordo com a Sedu, 240 mil alunos de 430 escolas da rede estadual retornaram às salas de aula com revezamento diário, não mais em rodízio semanal, como era feito anteriormente

Publicado em 27/07/2021 às 16h34
Fotos de sala de aula vazia - banco de imagens
Mais de 400 escolas da rede estadual vão atuar com revezamento diário. Crédito: Freepik

Desde a última segunda-feira (26), as aulas presencias tornaram-se obrigatórias na redes estadual de ensino do Espírito Santo. Ao todo, 240 mil alunos retornaram as salas em dias alternados e não mais em rodízio semanal, como era feito anteriormente. 

A medida já havia sido anunciada pelo governador do Estado, Renato Casagrande, no dia 16 de julho. De acordo com a Secretaria de Estado da Educação (Sedu), as 430 escolas da rede estadual vão atuar com revezamento diário. A presença só não será obrigatória para alunos com comorbidades, deficiência, gestantes e lactantes.

Protocolos sanitárias para evitar o contágio pelo novo corobavírus, como higienização das mãos, aferição de temperatura, distanciamento social em sala de aula e uso obrigatório de máscara, vão continuar. Enquanto isso, a vacinação de profissionais da educação prosegue no Estado. 

Nas redes sociais de A Gazeta, a obrigatoriedade do ensino presencial não foi consenso entre os leitores. Enquanto muitos concordam com a medida adotada pelo governo, sobretudo diante dos déficits educacionais sentidos na modalidade remota, vários outros manifestam preocupação com a tranmissão viral e as novas variantes. Confira alguns comentários:

Minha opinião é que deveria ser como antes: vai quem quer, mas não que seja obrigatório a todos. As crianças e adolescentes ainda não foram vacinados e expô-los a esse risco é negligente. Minha filha não vai à escola, pois prefiro que ela perca o ano do que a vida. Na minha opinião, a atitude do governo de querer obrigar esse retorno a todos, tirando de nós, pais, o direito de escolha por nossos filhos, é ilegal. Entendo que o ensino on-line não funcione tão bem quanto o presencial, e que a pandemia pegou a todos de calças curtas e o Estado e os professores tiveram que tentar se adaptar para que o ensino não parasse, assim como os alunos também tiveram que se adaptar. Estamos enfrentando uma situação de crise mundial de saúde, com novas variantes mais perigosas de tempos em tempos e colocar as crianças e adolescentes numa sala fechada, mesmo que com metade dos alunos, é irresponsável, é querer expor minha filha a um risco gravíssimo do qual tenho tentado protegê-la há um ano e meio. Distanciamento social é a melhor arma contra a proliferação desse vírus. (Aline Sagrillo)

Minha opinião é que já deveria ter voltado há muito tempo! Respeitando os protocolos necessários, é claro! As consequências das crianças e adolescentes fora de uma sala de aula e do convívio social são muito mais drásticas! Que bom que voltou! Tenho fé que não vamos ter nenhum problema com isso! (Isabela Mascarenhas Barbosa)

Obrigar não acho uma boa ideia. Tem muita gente com medo ainda que não sai de casa, não dá pra generalizar e incluir todo mundo na lista. Mas agora que estamos vacinando todo mundo é uma boa. Eu sou uma que está animada com minha volta presencial, mas eu estou vacinada e meus professores estão vacinados. (Yasmin Rocha)

Por si só, o retorno às aulas neste momento contraria a garantia de proteção integral das crianças e adolescentes e coloca em risco a vida e a saúde de todos. A pandemia, a falta de estrutura de escolas são razões que podem ser levantadas para a negativa de retorno às escolas. Sem vacina, ainda, para toda a população (ou para a grande maioria), a garantia da vida vem em primeiro lugar. O que está à frente de tudo, é a proteção integral. A criança não pode ficar em situação de risco, não pode ser alvo de negligência. Na hierarquia dos direitos, o direito à vida e o direito à saúde estão acima dos demais. Diante de tudo isso, tem-se bases legais suficientes para que os pais tomem medidas visando a proteção integral. (Mariana Motta)

Já passou da hora de voltar. Vejo várias pessoas indo para o shopping, o bar, a praia etc... Por que para a escola não pode? Outra coisa: temos que nos adaptar, pois esse vírus não vai embora! Sempre vai existir uma variante, infelizmente. (Maykon Vieira)

Eu acho uma imprudência de quem vai, porém, vai quem quer! Eu não vou e nem levo minha filha, daí vem o governo querer me obrigar a expô-la? Absurdo! Se não tem vacina para crianças, não faz sentido a obrigatoriedade. Criança também contrai e corre risco de morte por Covid. Já vi casos de crianças sem comorbidades pararem na UTI. E, então, a culpa é de quem? Minha filha não vai voltar às aulas presenciais até que haja vacina. E quero ver quem vai me obrigar! Se preciso tiro ela da escola. Prefiro que perca um ano de aula do que a vida. (Cris Gil)

Sou aluna do ensino médio, eu sei muito bem o que estamos passando. Vocês, pais, acham que é fácil sentar numa cadeira e ficar ali durante seis aulas estudando e acabar não entendo nada. Aí quando o governo dá oportunidade, vocês reclamam. Quando o governo não dá a oportunidade de nós, alunos, estudarmos, reclamam também. O mal do brasileiro é esse: achar só vocês sabem o que a gente passa, mas nem sequer olhar o nosso lado. (Lais Miranda Hermes)

Acho que tem todo tipo de gente: os que tentam resguardar os filhos, os que querem se livrar dos filhos, filhos que gostam de estudar independentemente se é presencial ou não... Acho que cada um sabe de si. (Leonardo Alexim)

Eu não concordo com o retorno às aulas presenciais, porém já que mesmo sem poder vão a praias, clubes, pagode, forró etc., então que seja opcional, mas não obrigatório. Há pessoas que se cuidam e que devem ter o direito de estudar a distância. (Tynna Lennie)

É fato que as crianças e os adolescentes até querem voltar, já estão cansados de ficarem dentro de casa, mas é fato também que eles não estão vacinados. Minha filha voltou, mas a preocupação é inevitável. (Marluce Almeida)

Sobre o uso de máscaras e distanciamento, higienização das mãos e outros protocolos, já tiveram tempo de aprender com a família em casa. As aulas presenciais têm que continuar e vamos cobrar a vacina para todos! (Suely Batista Viana Rangel)

Meus filhos estão em casa há um ano e meio. O Estado não pode garantir a saúde e a vida deles, direito previsto no ECA. O Estado não tem a tutela deles e eu vou em busca do cumprimento dessa lei. Professores e funcionários vacinados estão protegidos, mas as crianças não. Arbitrária e inconstitucional essa decisão. (Wanessa Lana)

Falam que as aulas presenciais têm que voltar a qualquer custo, porque crianças e adolescentes estão passeando, isso e aquilo. Pois bem, então essas mesmas crianças e adolescentes que saem podem levar esse maldito vírus para a escola. E aí? Colocam a vida de quem se cuida em risco, mesmo os professores, funcionários da escola… mesmo os vacinados não estão 100% protegidos. (Alessandra Mafra)

Essas crianças precisam muito das aulas presenciais, pois o desempenho caiu muito. Nada melhor do que os professores na sala de aula com os alunos. (Sandra Carreira)

Por que obrigar? Já vacinaram todos? Eles não correm risco? Os professores já estão imunizados com as 2 doses? Incoerência, hipocrisia. E o “fique em casa”? Acaso acabou a pandemia e não sei? (Elias dos Reis Silva)

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