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Santinhos, marketing e cabos eleitorais: os maiores gastos da eleição no ES

Santinhos, marketing e cabos eleitorais: os maiores gastos da eleição no ES

Veja quais foram os itens mais caros nas eleições de 2020 e quanto os candidatos gastaram com os vários elementos que compõem uma campanha

Publicado em 26 de dezembro de 2020 às 21:08

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Segundo turno
Delegado Pazolini (Republicanos) e João Coser (PT) foram os candidatos com as campanhas mais caras. (Reprodução)

Com um total de R$ 71,1 milhões gastos durante a campanha das eleições 2020, as maiores despesas dos candidatos em cidades do Espírito Santo no pleito foram com publicidade por materiais impressos – como santinhos –, contratação de profissionais de marketing e pagamento de cabos eleitorais. É o que mostra levantamento feito por A Gazeta com base nos números da prestação de contas dos candidatos no repositório de dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Mesmo com a pandemia e muitos candidatos apostando na campanha em redes sociais ou por aplicativo de mensagens, o gasto em materiais impressos foi de R$ 13,5 milhões. Na Serra, por exemplo, quem mais gastou com este item foi o candidato a prefeito Fabio Duarte (Rede), que mandou imprimir uma revista que custou R$ 120 mil. Curiosamente, a revista nem ficou por muito tempo em circulação, já que, como se utilizava, predominantemente, da imagem do prefeito Audifax Barcelos (Rede), a Justiça mandou que ela fosse recolhida.

Em seguida estão os gastos em “serviços prestados por terceiros”, com R$ 9,7 milhões gastos, que incluem em grande parte a contratação de consultores de marketing, design e gerenciadores de mídias sociais. O candidato a prefeito de Vitória João Coser (PT), que teve a campanha mais cara do Espírito Santo em 2020, com uma despesa de R$ 5,5 milhões, gastou, só em uma empresa de consultoria e marketing político, R$ 1,8 milhão.

Santinhos, marketing e cabos eleitorais: os maiores gastos da eleição no ES

Logo em seguida, na lista de despesas das eleições, em terceiro lugar aparece a produção de programas de rádio, televisão ou vídeo, com R$ 6,2 milhões destinados para este fim. Quem investiu na TV foi o prefeito de Vila VelhaMax Filho (PSDB), que pagou R$ 500 mil a uma produtora de filmes na cidade.

Fechando o topo dos quatro principais gastos dos candidatos do Estado estão as "atividades de militância e mobilização de rua", que incluem panfleteiros, os militantes que agitam bandeiras e demais apoiadores, que consumiram R$ 6,2 milhões. Coser foi o candidato com maior militância paga e desembolsou R$ 120 mil para o serviço de panfletagem.

Além da militância, a lista de despesas na eleição capixaba também conta com R$ 5,6 milhões destinados a despesas com pessoal, que incluem pagamento a apoiadores e gastos como passagens e refeições. Cada vez mais utilizada pelos candidatos, as redes sociais também receberam uma boa fatia dos recursos eleitorais. Foram R$ 2,5 milhões em impulsionamento de conteúdo.

Ainda que a eleição seja municipal, não faltaram carreatas durante a campanha pelas ruas de cada cidade, que se traduz nos R$ 2 milhões em cessão ou locação de veículos, além de R$ 1,98 em combustíveis e lubrificantes.

Uma campanha eleitoral também não é campanha se não tiver os famosos jingles acompanhando os candidatos nas carreatas em trios elétricos. Não à toa, o valor pago por publicidade por carros de som foi de R$ 1,51 milhão, enquanto a produção de jingles, vinhetas e slogans custou R$ 1,2 milhão.

Entre a lista de gastos, ainda há a locação de imóveis para comitês de campanha, pesquisas eleitorais, criação de páginas e sites, eventos e comícios. Boa parte destes recursos saíram dos cofres públicos, como os R$ 50 milhões enviados do Fundo Eleitoral para os candidatos do Estado, isso sem contar a receita proveniente do fundo partidário – que também é dinheiro público – e das doações de pessoas físicas.

COSER E PAZOLINI TIVERAM AS CAMPANHAS MAIS CARAS

Entre os que mais utilizaram recursos nesta campanha estão os dois nomes que chegaram ao 2º turno na eleição da Capital, em Vitória. Além de Coser, que ficou em 2º lugar com 41,5% dos votos, com R$ 5,5 milhões em despesas contratadas, o deputado estadual Lorenzo Pazolini (Republicanos), eleito com 58,5% dos votos, gastou R$ 2,4 milhões em sua campanha.

A terceira campanha mais cara do Estado foi na Serra, com o prefeito eleito Sergio Vidigal (PDT), que pagou R$ 2,1 milhões. Em seguida, está o prefeito Max Filho, derrotado nas urnas em Vila Velha, que colocou R$ 1,8 milhões na campanha. De volta à Capital, o deputado estadual Fabrício Gandini (Cidadania), que ficou no 1º turno em Vitória, completa a lista das cinco campanhas mais caras, já que ele gastou R$ 1,6 milhão nas eleições.

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