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Candidatos do ES gastaram R$ 71 milhões na campanha eleitoral de 2020

Candidatos do ES gastaram R$ 71 milhões na campanha eleitoral de 2020

Entre os candidatos que mais gastaram recursos, estão os dois que chegaram ao segundo turno em Vitória, Lorenzo Pazolini e João Coser. Fundo Eleitoral representa 57,5% do que os candidatos do Estado receberam

Publicado em 21 de dezembro de 2020 às 21:46

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Na manhã deste domingo (15), já era possível ver santinhos jogados nas ruas e bueiros de Vila Velha
Santinhos espalhados na rua: este foi um dos gastos dos candidatos durante as eleições no ES. (Carlos Alberto Silva)

As eleições no Espírito Santo movimentaram R$ 71,1 milhões em 2020. Esse foi o valor total de despesas contratadas pelos candidatos a prefeito, vice-prefeito e vereador no Estado. O montante é 11% maior do que a gasto total dos candidatos nas eleições de 2016. No entanto, como em 2020 foram 12.573 candidatos – 2.111 a mais do que em 2016 – o valor médio gasto para cada pessoa que disputou uma vaga caiu de R$ 6.098 para R$ 5.654.

Os números foram levantados por A Gazeta  por meio das prestações finais das contas dos candidatos, disponíveis no repositório de dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com dados atualizados até esta segunda-feira (21). Entre os que mais utilizaram recursos nesta campanha estão os dois nomes que chegaram ao 2º turno na eleição da Capital, em Vitória. (Veja a relação na tabela abaixo)

O ex-prefeito da cidade João Coser (PT), que ficou em 2º lugar, com 41,5% dos votos, foi o líder em gastos, com R$ 5,5 milhões em despesas contratadas. Já o deputado estadual Lorenzo Pazolini (Republicanos), eleito com 58,5% dos votos, gastou R$ 2,4 milhões na campanha.

A terceira campanha mais cara do Estado foi na Serra, do prefeito eleito Sergio Vidigal (PDT), que pagou R$ 2,1 milhões. Em seguida, está o prefeito Max Filho (PSDB), derrotado nas urnas em Vila Velha, que gastou R$ 1,8 milhão na campanha. De volta à Capital, o deputado estadual Fabrício Gandini (Cidadania), que disputou o 1º turno em Vitória, completa a lista das cinco campanhas mais caras, já que ele gastou R$ 1,6 milhão nas eleições.

Entre as principais despesas declaradas pelos candidatos estão impulsionamentos na internet, contratação de consultores de marketing, gravações de vídeos, gasolina, pagamento de cabos eleitorais, serviços advocatícios e contábeis, entre outros.

Vitória também teve a campanha mais cara de vereador. O vereador Luiz Emanuel Zouain (Cidadania), que foi reeleito na Capital, acumulou despesas que totalizaram R$ 114,4 mil. Em segundo lugar, está a candidata a vereadora também de Vitória e também do Cidadania, Irecy Muniz, que gastou R$ 112,2 mil. Mesmo sendo uma das candidatas com mais recursos no Estado, ela obteve 498 votos e não se elegeu.

Em terceiro lugar está Flávia da Diane (Rede), que tentou uma vaga na Câmara de Cariacica. Ela teve 836 votos e não se elegeu, apesar dos R$ 89,5 mil que injetou na campanha. No total, os vereadores de todo o Estado gastaram R$ 18,7 milhões na eleição.

FUNDO ELEITORAL REPRESENTA 57,5% DA RECEITA DOS CANDIDATOS

A receita total arrecadada pelos políticos do Estado foi maior do que a despesa. Foram arrecadados, juntando o fundo eleitoral, o fundo partidário (que é pago para manutenção dos partidos e parte é usada na campanha) e outros tipos recursos, como vaquinhas virtuais e doações de terceiros, R$ 86,9 milhões. Desse valor, R$ 50 milhões vieram do fundo eleitoral para os candidatos capixabas, o que significa 57,5% do total da receita. O que não for utilizado pelos candidatos deve ser devolvido para a União.

Quem mais recebeu dinheiro do fundão – que é como o fundo eleitoral foi apelidado – foi João Coser, que teve R$ 5,6 milhões depositado para sua candidatura. Desse valor, as despesas custaram R$ 100 mil a menos, segundo os dados disponibilizados pelo TSE.

De acordo com a contabilidade da campanha do petista, o valor da receita que "sobrou" é, na verdade, referente a despesas estimadas com serviços e materiais de campanha que não foram contratados por Coser e sim pela direção nacional do PT. Ou seja, parte da despesa contratada não entra na prestação de contas do candidato e sim na do partido, mas ele tem que lançar o valor em suas receitas.

Dessa forma, o candidato declara um valor aproximado pelo custo dos materiais, mesmo que a despesa tenha sido paga, com recursos do fundo eleitoral, pelo Diretório Nacional do partido. O montante não entra no campo "despesa contratada", que foi utilizado como critério pela reportagem, e por isso há uma diferença de R$ 100 mil, segundo a explicação do PT.

Ainda assim, Coser tem R$ 3.600 a devolver à União, pois esta foi a quantia doada em dinheiro e que não foi utilizada durante sua campanha.

Em segundo lugar, no ranking da partilha do fundão, está Vidigal, com R$ 2,1 milhões, e, em seguida, Lorenzo Pazolini, com R$ 2,1 milhões.

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