Publicado em 15 de junho de 2023 às 15:56
A Polícia Federal fez, na quinta-feira (15), uma operação de busca e apreensão em endereços ligados ao senador Marcos do Val (Podemos-ES). >
Em nota, a PF informou que cumpriu três mandados, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal, em endereços ligados ao senador, em Brasília e Vitória. Na Capital Federal, as buscas ocorreram no apartamento funcional ocupado por Do Val e no gabinete dele no Senado. Dois celulares do parlamentar também foram apreendidos pela Polícia Federal.>
A autorização judicial para a realização da ação partiu do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Também foi determinado o bloqueio das redes sociais do senador. Após as 17 horas, a conta de Do Val no Twitter já se encontrava retida.>
Marcos do Val, senador da República
Do Val é alvo de inquérito por suspeita de prática de ao menos cinco crimes. Entre eles estão a divulgação sem justa causa de conteúdo de documento particular ou confidencia e golpe de Estado.>
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Durante a operação, Do Val se encontrava em Vitória, onde comemora o aniversário de 52 anos, completados na quinta (15) passada. A assessoria dele foi procurada, mas disse que o parlamentar não iria se pronunciar. No entanto, o senador deu entrevista a Globonews e também a Bande News. Ele disse ser alvo de retaliação.>
“O ministro Alexandre de Moraes, quando eu o convoquei para participar da CPMI, ele com certeza se sentiu afrontado. Mas por que eu fiz esse requerimento? Porque no relatório da Abin está informando que o STF e o TSE foram comunicados anteriormente que no dia 8 (de janeiro) aconteceria aquele fato. Então, eu fiz a convocação para que ele pudesse fazer a explicação”, disse ainda à Globonews.>
Na quarta (14), o senador afirmou em uma publicação no Twitter que as ações de Moraes são inconstitucionais.>
"Seguindo o que determina a Constituição que cabe aos senadores fiscalizar, afastar e até impeachmar ministros do STF. É notório em todos os meios jurídicos e entre e entre os magistrados, por todo o Brasil, as ações anticonstitucionais do ministro Alexandre de Moraes", disse ele.>
No último dia 1º, Do Val apresentou pedido de convocação do ministro Alexandre de Moraes na CPMI do 8 de janeiro. No pedido, o senador disse que é "necessário a oitiva de todos os atores envolvidos". O ministro do STF é relator do inquérito que investiga os ataques à Praça dos Três Poderes.>
Em fevereiro deste ano, Moraes determinou abertura de investigação para apurar as declarações feitas por Do Val de que teria recebido uma proposta para participar de um golpe de Estado. >
Naquela ocasião, o senador havia declarado que participara de uma reunião com o ex-presidente Jair Bolsonaro e o ex-deputado Daniel Silveira, que tinha como objetivo induzir o ministro Alexandre de Moraes a ”reconhecer” que ultrapassou as quatro linhas da Constituição com o ex-presidente da República.>
Na determinação, Alexandre de Moraes alegou que o senador apresentou versão diferente dos fatos ao ser ouvido pela Polícia Federal e, por isso, deve ser feita a investigação dos crimes de falso testemunho, calúnia e coação no processo. "Após a oitiva, o relator constatou que o senador apresentou quatro versões antagônicas sobre o fato, a última em depoimento à PF, o que demonstra a “pertinência e necessidade” da realização de diligências para o seu completo esclarecimento e para a apuração dos crimes de falso testemunho, denunciação caluniosa e coação no curso do processo".>
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