Publicado em 17 de novembro de 2020 às 20:30
O servidor preso por suspeita de desviar recursos da Câmara de Itarana, no interior do Espírito Santo, para a própria conta bancária, vinha agindo desde 2016, segundo a Polícia Civil, e teria conseguido se apropriar de mais de R$ 1 milhão nesse período. Adair Lucas, de 47 anos, que era contador e tesoureiro da Casa desde 2005, está detido no Centro de Detenção Provisória de Aracruz.>
De acordo com a polícia, o suspeito fraudava folhas de pagamento e apresentava extratos bancários falsos para não ser descoberto. O desvio milionário só foi descoberto no início deste mês, quando a esposa do servidor registrou na polícia um boletim de ocorrência sobre o desaparecimento dele.>
No dia seguinte, o presidente da Câmara Municipal notou a falta de aproximadamente R$ 1 milhão na conta da Casa ao tentar fazer um repasse no valor de R$ 740 mil à prefeitura referente à compra de um imóvel e, imediatamente, ligou os dois fatos.>
A Polícia Civil foi acionada e passou a apurar o caso. Em um primeiro momento, a Controladoria do Município detectou que o servidor desviava dinheiro da Câmara desde maio de 2018. Já as investigações da polícia apontaram registros de irregularidades desde 2016.>
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Segundo a polícia, para sustentar os desvios e continuar no cargo sem que ninguém desconfiasse, o funcionário criava folhas de pagamentos suplementares, que eram desviadas para a conta dele. Além disso, o prejuízo pode ser maior. >
Além do desfalque, que hoje podemos afirmar que perfaz mais de R$ 1,1 milhão, sem atualização e correção, foi detectado também que em maio de 2017 a Câmara parou de fazer aplicações. Era atribuição desse servidor fazer aplicações do saldo remanescente e isso não acontecia, o que também lesava a Câmara, explicou o titular da Delegacia de Itarana, Leandro Barbosa.>
Com essa modalidade fraude, o servidor iludiu até o Tribunal de Contas do Espírito Santo (TC-ES) ao apresentar extratos bancários falsos. Nesses extratos, constavam aplicações, saldo irreal, explicou o delegado.>
Adair Lucas foi preso pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) no dia 10 de novembro quando passava pela BR-381, próximo a João Monlevade, na região Central de Minas Gerais. Ele transportava mais de R$ 27 mil em notas de R$ 100 e R$ 50, e despertou a desconfiança dos policiais porque não conseguiu explicar a origem do dinheiro.>
Ao consultar a documentação do suspeito, os policiais constataram que ele era procurado pela Polícia Civil do Espírito Santo. >
Adair foi trazido para um presídio do Estado e também foi exonerado do cargo assim que a Câmara identificou o rombo.>
Ainda segundo o delegado, Adair Lucas levava uma vida simples, e, por ser considerado um funcionário de confiança, nunca levantou nenhuma suspeita. >
Não ostentava, não mudou comportamento, ele não tinha sinais exteriores de riqueza, embora tenha feito desfalque numa cidade pequena bastante considerável, disse. Até o momento, tudo leva a crer que ele agia sozinho, segundo a polícia.>
O investigado vai ser alvo de pedido judicial para que seja apresentada a maior quantidade possível de valor a ser ressarcido para a Câmara Municipal. Ele teve a prisão preventiva decretada pela Justiça e permanece preso em Aracruz. >
A reportagem não conseguiu contato com a defesa de Adair Lucas.>
* Com informações de Naiara Arpini, do G1 ES>
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