Publicado em 3 de dezembro de 2020 às 22:47
Prefeitos aliados ao governador Renato Casagrande (PSB) foram eleitos em diversas cidades do Espírito Santo e o PSB continua liderando em número de prefeituras, mas em Vitória sai Luciano Rezende (Cidadania) e entra Lorenzo Pazolini (Republicanos), de perfis muito diferentes em relação ao Palácio Anchieta. Luciano é um aliado de primeira hora do socialista. Pazolini é um deputado estadual de oposição. >
Questionado nesta quinta-feira (03) sobre como avalia o resultado das eleições de 2020, Casagrande preferiu olhar o copo meio cheio.>
"O resultado foi normal. Bom. Tenho relação com todos os prefeitos, praticamente. Me protegi na campanha para poder manter relação com todo mundo. Não tenho dificuldade com nenhum. Vou trabalhar com a população independente do prefeito, mas se o prefeito quiser trabalhar comigo para potencializar o trabalho, trabalharei com todos, sem nenhuma exceção dos 78 municípios", afirmou em entrevista para A Gazeta no lançamento do Anuário Espírito Santo 2020, que aconteceu no Vitória Summit, evento realizado pela Rede Gazeta.>
"O saldo positivo, até porque, se avaliar partidos, a grande maioria (dos prefeitos eleitos) é de partidos aliados. E quem não é já manifestou interesse em trabalhar junto com o governo", completou.>
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Apesar da declaração ponderada, o fato é que, para a Prefeitura de Vitória, município mais importante e capital do Estado, nenhum dos três candidatos próximos ao governo Casagrande foi eleito: o ex-prefeito João Coser (PT), o vice-prefeito Sérgio Sá (PSB) e o deputado estadual Fabrício Gandini (Cidadania). O primeiro passou para o 2º turno, contra Pazolini. Casagrande chegou a liberar secretários de Estado a manifestar apoio, o qual foi destinado à campanha de Coser.>
Mas Casagrande não subiu em palanques. E a isso que ele se refere quando diz que se protegeu na campanha.>
Pazolini tem afirmado que está aberto ao diálogo com o governador e que deseja atuar em parceria com o governo do Estado. Ou seja, "quem já não está (em partidos aliados) manifestou interesse em trabalhar junto com o governo", como disse Casagrande. O prefeito eleito de Vitória, no entanto, integra um grupo que não orbita o Palácio Anchieta tão de perto. No Republicanos estão o presidente da Assembleia Legislativa, Erick Musso, e o deputado federal Amaro Neto, por exemplo. A chegada da legenda ao comando da Capital é um sinal de ascensão.>
Os resultados das urnas em Cachoeiro de Itapemirim, Cariacica, Serra e Viana, no entanto, foram positivos para Casagrande. A reeleição de Victor Coelho (PSB) e a escolha de Euclério Sampaio (DEM), Sergio Vidigal (PDT) e Wanderson Bueno (Podemos), respectivamente, significam a presença de alinhados ao Palácio nesses municípios. >
Em Vila Velha, a vitória de Arnaldinho Borgo (Podemos) também ainda pode ser vista com cautela. Apesar de ele pertencer a um partido que hoje está na base do governo, ainda não está muito claro como ele vai se posicionar na prefeitura, do ponto de vista partidário, político e na relação com o governo Casagrande.>
O PSB de Casagrande elegeu 13 prefeitos nos 78 municípios do Estado. O segundo colocado foi o Republicanos, com 10, seguido pelo Cidadania, com nove. >
Casagrande minimizou, contudo, o impacto desse resultado para as eleições de 2022, na qual deve tentar a reeleição. Amaro Neto também é cotado para disputar o governo.>
"É muito cedo para dizer porque as pessoas vão começar a governar. E quando começam a realizar, é o mundo da realidade. Então, da minha parte, não vejo nenhuma influência em 2022. Eu não sei como vai estar o ambiente político em 2022", avaliou o governador.>
Ele também pontuou que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) se elegeu sem nem um prefeito no partido dele, assim como outros presidentes. "Hoje a política é uma conexão direta de quem é candidato com o cidadão. O intermediário na política perdeu muita força pela capacidade que a gente tem de falar diretamente com a sociedade. É isso que vai importar, as narrativas, as propostas, as negociações e o contato direto com a população", disse. >
(com a colaboração de Caroline Freitas)>
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