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Publicado em 19 de julho de 2021 às 13:19
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tem se encontrado com frequência, em Brasília, com o ex-senador do Espírito Santo Magno Malta (PL) e pretende colocá-lo de volta na política. No contato mais recente, no início de julho, o chefe do Executivo federal afirmou que Magno tinha que "estar na CPI", em referência à CPI da Covid, que investiga a atuação do governo durante a pandemia do novo coronavírus e já provoca desgastes para Bolsonaro. >
No encontro, realizado em 8 de julho, os dois gravaram um vídeo, que foi publicado nas redes sociais do ex-senador. Nas imagens, Bolsonaro aproveitou para atacar novamente a CPI da Covid e os senadores que fazem parte da comissão, além de tecer elogios ao pastor evangélico e político do Estado. >
"Ele [Magno] tem o propósito, sim, de voltar à política. A gente vai discutir isso mais tarde. Ele é uma pessoa que faz falta para mim no Senado, em Brasília. Você tinha que estar na CPI, não para me defender, mas para falar a verdade para quem está lá", disse Bolsonaro no vídeo postado nas redes sociais do ex-senador. >
Em 2022, haverá eleição para uma cadeira no Senado pelo Espírito Santo, quando terminam os oito anos de mandato da senadora Rose de Freitas (MDB). Ao menos 13 políticos são cotados para a vaga até o momento. >
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Na recente visita de Bolsonaro ao Estado, em 11 de junho, Magno teve papel importante na montagem do roteiro e acompanhou de perto todos os passos de Bolsonaro em terras capixabas. >
No mês de maio, Magno Malta estava em um culto na Igreja Plenitude do Trono de Deus, em São Paulo, e recebeu uma ligação do presidente da República. Diante dos fiéis no templo, além dos que acompanhavam o evento pelas redes sociais, o ex-senador colocou Bolsonaro no viva-voz, para que ele se comunicasse com um dos pilares de sua base eleitoral: os evangélicos. Veja o momento no vídeo abaixo. >
Um dia antes do evento na igreja, o ex-senador esteve na Avenida Paulista, em uma manifestação que reuniu milhares de apoiadores do presidente. Ao microfone e em cima do trio elétrico, dizia para as pessoas continuarem nas ruas em nome da "liberdade".>
A relação entre Jair Bolsonaro e Magno Malta é antiga. Antes das eleições de 2018, Magno Malta chegou a ser cotado para assumir a vaga de vice-presidente na chapa de Bolsonaro, mas declinou do convite para concorrer à reeleição ao Senado. No pleito, não obteve sucesso, ficando em 3º na disputa ao obter 611.284 votos. >
As duas vagas do Estado na Casa foram preenchidas por Fabiano Contarato (Rede) e Marcos do Val (Podemos). Na eleição, o ex-senador e pastor evangélico foi um dos principais cabos eleitorais de Bolsonaro. Após o anúncio da vitória do presidente, Magno chegou a rezar de mão dadas com o aliado.>
Havia a expectativa de que ele fosse indicado para o comando de algum dos ministérios do novo governo. Apesar de estar ao lado do presidente durante toda a campanha, ficou a ver navios e está sem cargo desde então. Bolsonaro respondeu que "as portas estariam abertas" para o ex-senador, mas não no primeiro escalão. "Sobre a questão de um possível ministério, não achamos adequado para ele (Magno) no momento", disse o presidente, na época.>
Ainda assim, o ex-senador não deixou de defender Bolsonaro e as bandeiras do bolsonarismo ao longo dos quase três anos de mandato. A lealdade não passou despercebida pelo presidente. Em uma reunião ministerial em abril do ano passado, Bolsonaro citou Magno Malta como exemplo de fidelidade. "Politicamente, ele nunca me deu uma alfinetada e sempre está defendendo, com os problemas que ele tem", disse.>
Durante a pandemia, o ex-senador tem sido uma das vozes que propagam os discursos de Bolsonaro. Fez vídeos criticando o STF e a vacina, promovendo medicamentos ineficazes contra a Covid-19, atacando adversários políticos do governo e chamando o coronavírus de "vírus chinês". >
O YouTube removeu um vídeo da conta do ex-senador por conter informações falsas, e ele deletou outros, nos quais falava mal da vacina Coronavac, fabricada pelo Butantan em parceria com a Sinovac, empresa chinesa. Isso ocorreu após a mudança de tom do governo federal, que passou a adotar a vacina como bandeira, entre os meses de dezembro de 2020 e janeiro de 2021. Já no Facebook, há sinalização de "informação falsa" em vídeo publicado por Magno Malta.>
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