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As 10 maiores fakes news das redes sociais no segundo turno das eleições

As 10 maiores fakes news das redes sociais no segundo turno das eleições

Na reta final da disputa, publicações falsas ou enganosas que distorcem a realidade ganham projeção na internet e nos aplicativos de mensagem

Publicado em 28 de outubro de 2022 às 20:26

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Fake News - pesquisa - checagem - notícia falsa
Popularmente chamados de "fake news", os conteúdos de desinformação são danosos ao processo eleitoral. (Shutterstock)

Os conteúdos de desinformação estão contaminando o processo eleitoral no país muito antes do início oficial da campanha.  Agora, na reta final da disputa, essas publicações falsas ou enganosas que distorcem a realidade ganham escala nas redes sociais e aplicativos de mensagem, afetando o direito da população de fazer sua escolha baseada em dados confiáveis.

Num levantamento de postagens já investigadas, a reportagem de A Gazeta selecionou as 10 maiores "fakes news" que circulam no segundo turno. 

A escolha dos conteúdos levou em consideração a parceria com o Comprova, projeto de verificação de posts suspeitos que circulam nas redes sociais e que reúne veículos de comunicação de todo o país, entre os quais A Gazeta como representante no Espírito Santo.

As postagens com maior alcance, no período de 2 de outubro (data do primeiro turno) até esta quinta-feira (27), chegaram a milhões de pessoas.  Confira abaixo:

  • 01

    Boato requentado sobre filho de lula

    Na onda de conteúdos falsos, tem boatos que vão e voltam nos períodos eleitorais, como é o caso das postagens sobre o patrimônio do filho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Alcançou 2 milhões de visualizações no Facebook a publicação que fala de supostas fazendas de Lulinha.  Uma das imagens utilizadas na postagem falsa não era nem mesmo no Brasil, mas havia sido retirada de um boato que circulava na Ásia. 

  • 02

    Redução da aposentadoria por Bolsonaro

    Nos últimos dias, uma postagem do deputado federal André Janones (Avante-MG) sobre política econômica num eventual segundo governo de Jair Bolsonaro (PL) alcançou 1,5 milhão de visualizações até a data de publicação do conteúdo investigado somente no Instagram. Ele enganou ao afirmar que o ministro Paulo Guedes anunciou redução em aposentadorias e outros benefícios do INSS. Existe, de fato, uma proposta em um eventual segundo mandato de Bolsonaro para mudar a forma de correção da aposentadoria, o que pode levar à diminuição no valor do benefício, mas o post do parlamentar alegava que Guedes teria divulgado o início da implantação da medida já para 2023.

  • 03

    Beijo forçado em criança

    A visita do ex-presidente Lula ao Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, resultou em vários conteúdos de desinformação, entre os quais o que sugeria que o candidato à presidência teria tentado beijar uma criança na boca. Os autores dos vídeos enganosos chegaram a usar a imagem da menina na postagem e a Defensoria Pública determinou a retirada da publicação do ar por ferir a integridade da garota devido às afirmações de cunho sexual. Antes da determinação, as postagens tinham alcançado mais de 1 milhão de visualizações.

  • 04

    Fraude na eleição

    São várias as tentativas de tirar a credibilidade do processo eleitoral em conteúdos que circulam na internet, como o que afirmava falsamente ter havido fraude no primeiro turno das eleições. E, às vezes, quando as publicações são partilhadas por personalidades, ganham ainda mais alcance. Neste caso, post da atriz Regina Duarte, ex-secretária de Cultura do governo Bolsonaro, viralizou e teve 923 mil visualizações em menos de 24 horas.

  • 05

    Famosos nas fakes

    Colocar nome de famosos nas fakes é uma estratégia que gera engajamento nas redes sociais. Recentemente, o humorista Marcelo Madureira precisou desmentir, mais uma vez, a autoria de uma carta que viralizou nas redes sociais contra Lula. O boato, identificado pela primeira em 2013, sempre volta em período de votação e desta vez alcançou mais de 708 mil visualizações. Madureira, agora em 2022, declarou voto no petista para presidência. 

  • 06

    Serviço postal

    Até o trabalho de um carteiro foi colocado em dúvida em um post enganoso que o acusava de distribuir panfletos para o PT, sugerindo alguma irregularidade. A distribuição de material de campanha pelos Correios, no entanto, é regular quando contratada dentro das regras eleitorais. O vídeo no Kwai com a desinformação chegou a 600 mil visualizações

  • 07

    Sem contexto

    É muito frequente também, entre os conteúdos falsos e enganosos, retirar declarações de contexto. Muitas vezes, a frase até foi proferida, mas, da maneira em que é divulgada, dá outro sentido. Foi o que aconteceu com uma entrevista de Lula: ele criticava políticos que se lembram dos pobres apenas em período eleitoral, porém, a publicação enganosa sugeria que era o petista quem desprezava as pessoas de baixa renda. No TikTok, o vídeo alcançou 279 mil interações. 

  • 08

    Direitos trabalhistas

    Vários posts circulam nas redes sociais associando Bolsonaro ao fim de direitos trabalhistas, como a publicação que engana que o presidente acabou com a multa para demissão por justa causa. A possibilidade de extinção já chegou a ser estudada pelo governo federal, mas a proposta não teve andamento. A peça de desinformação obteve 223 mil visualizações

  • 09

    Cantor acusado de crime

    Tuíte publicado por um atleta que é apoiador de Bolsonaro chamou de criminoso confesso um cantor que, ao lado de Janja, esposa de Lula, fez uma dancinha crítica ao atual presidente. Renzo Gracie afirmou que os dois haviam incitado a morte de Bolsonaro na música, o que é falso. A publicação teve mais de 214 mil visualizações

  • 10

    Protestos

    Também são frequentes os posts que misturam eventos ou resgatam imagens antigas para fazer o internauta acreditar que são atuais com a intenção de atacar uma pessoa, partido ou movimento. Um desses casos foi um vídeo sugerindo que um protesto em Recife, Pernambuco, realizado neste mês, havia sido convocado pelo PT e, na sequência, introduziram uma cena de discurso de Lula. No entanto, a declaração do presidenciável ocorreu em 2018, isto é, quatro anos antes e em São Bernardo do Campo, São Paulo. A publicação teve 200 mil visualizações antes de ser apagada pelo autor da postagem. 

Como se pode observar, a disputa presidencial que dividiu o país também pautou os aliados de um lado e de outro na produção de desinformação.

No início da campanha, peças falsas e enganosas eram praticamente uma exclusividade de apoiadores de Bolsonaro, porém alguns adeptos da candidatura de Lula também ingressaram mais sistematicamente nessa prática danosa à democracia: o direito ao voto com base em informações verdadeiras, não em mentiras. De todo modo, ainda parte dos bolsonaristas a maioria das postagens de desinformação, inclusive com alegações contrárias ao processo eleitoral. 

O combate às fake news é uma prática cotidiana no jornalismo da Rede Gazeta, aprimorado ainda com outras iniciativas, como a abertura de um canal com o público para denúncias durante as eleições e o projeto "Informação de Verdade", levado a escolas do Estado para promover uma educação midiática. 

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