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Justiça condena acusados de matar ciclista nas Cinco Pontes em 2019

Justiça condena acusados de matar ciclista nas Cinco Pontes em 2019

Daniel Cruz foi condenado a 25 anos e 6 meses de reclusão e Emerson Moura Marinho a 23 anos e 4 meses. Ambos terão que cumprir a pena em regime fechado inicialmente

Publicado em 9 de fevereiro de 2021 às 21:04- Atualizado há 3 anos

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Cinco Pontes
Ciclista Carlos Renato morreu após reagir a assalto em Vitória. (Elis Carvalho)

Após mais de um ano e meio desde que o ciclista Carlos Renato Souza foi assassinado após reagir a um assalto nas Cinco Pontes, na Ilha do Príncipe, em Vitória, no dia 14 de maio de 2019, os dois acusados do crime foram condenados. O julgamento foi no dia 2 de fevereiro e a Justiça capixaba decidiu que os réus vão cumprir pena por latrocínio - que é roubo seguido de morte - e corrupção de menores. 

Daniel Braga da Cruz foi condenado a 25 anos e 6 meses de reclusão. Já Emerson Moura Marinho teve a pena fixada pelo juiz José Augusto Farias de Souza, da 1ª Vara Criminal de Vila Velha, em 23 anos e 4 meses de reclusão. Ambos terão que cumprir a pena inicialmente em regime fechado.

Para Wanderson Valadares, advogado da família da vítima, o desfecho do processo foi esperado, embora não seja o suficiente para substituir a saudade deixada pela morte do ciclista. "O caso teve um desfecho que já esperávamos, que foi uma sentença condenatória para o Emerson e o Daniel, sendo este último com pena de mais de 25 anos, merecidamente. Por certo, isso não substituirá a saudade e a dor da família do Renato", iniciou.

Para o jurista, a grande perda é mesmo da família, que nunca terá o ente querido de volta. "Sabemos que a política criminal brasileira beneficia os réus. Não demorará muito até que eles (os réus) vejam suas famílias, recebam visitas, progridam de regime, indo para o semi-aberto e aberto. Já o Renato não volta", acrescentou.

Para Valadares, é possível que as defesas dos réus decidam recorrer da decisão judicial, em se tratando de penas altas. "Esperamos que seja mantida a sentença após recurso e nós, como assistência à acusação, caso a defesa apele, iremos recorrer de volta para que seja mantida a sentença", finalizou.

Acionada, a Secretaria de Estado da Justiça informou que Emerson e Daniel deram entrada no sistema prisional no dia 15 de maio de 2019 e estão cumprindo a prisão provisória no Centro de Detenção Provisória da Serra, estipulada pelo juiz nos seguintes termos: "Por terem respondido a todos os processos reclusos, e ainda, visando a garantia da ordem pública, mantenho a custódia cautelar dos réus. Saliento, que a medida se faz necessária para que os réus não voltem para as ruas para delinquir", diz a sentença.

O OUTRO LADO

Procurado pela reportagem, o advogado Jefferson Nunes, responsável pela defesa de Emerson Marinho, afirmou que esperava uma  pena menor. "Nós esperávamos uma pena menor porque, no nosso entendimento, o Emerson não teve uma participação direta nos fatos. Consideramos a pena muito alta e vamos recorrer da sentença. Além disso, a defesa entendeu, a partir da sentença do juiz, que não foram enfrentados todos os argumentos. Pela dosimetria da pena observada, se tivesse sido considerado o que foi argumentado, a pena do Emerson seria menor", expôs.

Também procurado pela reportagem, o advogado Breno Brandão, um dos responsáveis pela defesa de Daniel da Cruz, informou que a família do acusado não pretende comentar o assunto, mas que pode adiantar que haverá recurso contra a decisão judicial. 

O CRIME

O ciclista Carlos Renato Souza morreu após ser baleado em um assalto nas Cinco Pontes por volta das 17h do dia 14 de maio de 2019. Os autores do crime roubaram a bicicleta que estava com a vítima e fugiram. Carlos morreu no local e a perícia da Polícia Civil foi acionada.

Cinco Pontes
Ciclista Carlos Renato morreu após reagir a assalto. (Facebook)

De acordo com um boletim da Polícia Militar, ele foi abordado por indivíduos armados no momento em que passava na ponte, que fica na Ilha do Príncipe. 

Testemunhas que conversaram com a polícia informaram que os assaltantes estavam em uma bicicleta — um pedalando e outro sentado no guidão. Populares afirmam que os criminosos anunciaram o assalto e a vítima reagiu segurando a arma do bandido. A bala acertou o ciclista na área do pescoço, transfixou e saiu pela parte de trás da nuca. Moradores afirmaram que assalto naquela região são constantes.

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