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Entenda guerra que acabou com criança morta a tiro dentro de carro na Serra

Entenda guerra que acabou com criança morta a tiro dentro de carro na Serra

Secretário afirma que criança morreu por engano durante ataque contra integrantes de uma facção rival em Balneário de Carapebus

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Felipe Sena

Repórter / [email protected]

Publicado em 25 de agosto de 2025 às 08:56

 - Atualizado há 4 meses

Secretário de Segurança, Leonardo Damasceno, falou sobre PMs acusados de arremessar adolescente de ponte
Secretário de Segurança, Leonardo Damasceno, explicou guerra das facções que gerou ataques na Serra Crédito: Ramon Porto

A morte de uma criança de seis anos, na tarde de domingo (24), em Balneário Carapebus, na Serra, é mais um capítulo da guerra entre facções, segundo o secretário de Estado da Segurança Pública e Defesa Social, Leonardo Damasceno. Ele explicou que o ataque partiu do Primeiro Comando de Vitória (PCV) e tinha como alvo integrantes do Terceiro Comando Puro (TCP).

Um olheiro estava procurando um carro que seria usado por traficantes do TCP. O olheiro identificou errado o carro da família e acabou vitimando a Alice. Esses ataques começaram no sábado em Lagoa de Carapebus, depois em Balneário de Carapebus, e no domingo tentaram de novo

Leonardo Damasceno

Secretário de segurança

O secretário ressaltou que a disputa entre as facções é motivada pelo controle de áreas estratégicas para o tráfico. “Esse domínio territorial é fundamental para eles (traficantes). Eles estão tentando dominar pontos de drogas. Enquanto tivermos consumo de drogas, as pessoas forem comprando, gerando demanda, essa disputa continua ocorrendo”, destacou Leonardo Damasceno.

Crime 

Alice Rodrigues morta durante ataque na Serra
Alice Rodrigues, de 6 anos, morta durante ataque na Serra Crédito: Reprodução redes sociais

Alice Rodrigues foi morta dentro de um carro durante um ataque a tiros em Balneário Carapebus, na tarde de domingo (24). Consta em boletim de ocorrência registrado pela Polícia Militar que criminosos armados dispararam várias vezes contra o veículo, onde também estavam um homem e uma mulher grávida. Segundo Leonardo Damasceno, eles são os pais da menina. O pai de Alice foi atingido de raspão por um dos disparos. 

A PM relatou no documento que testemunhas contaram aos militares que os atiradores fugiram em direção ao bairro Novo Horizonte após efetuarem os disparos. O motorista do carro atingido, um Peugeot prata, dirigiu até o Hospital Municipal Materno Infantil (HMMI) da Serra para socorrer a menina, mas ela não resistiu aos ferimentos e morreu na unidade.

O carro onde estavam os atiradores, um Fiat Argo branco, foi abandonado no local. A PM isolou a área do crime e acionou o Esquadrão Antibombas da Companhia de Operações Especiais (COE), porque moradores também relataram a presença de um artefato explosivo de fabricação caseira próximo ao veículo deixado pelos criminosos. A perícia da Polícia Científica recolheu cápsulas de munição de diferentes calibres e uma granada caseira.

O que diz a OAB-ES

A OAB-ES repudiou o ataque que resultou na morte de uma criança de seis anos na Serra e pediu respostas rápidas das autoridades. A entidade afirmou que vai acompanhar as investigações, inclusive sobre a possível participação de uma advogada no crime, e ressaltou que não admite condutas criminosas, sejam de advogados ou não.

Nota OAB | Íntegra

"A OAB-ES repudia e cobra a apuração rigorosa, assim como respostas efetivas das autoridades, em relação ao ataque que vitimou uma criança de seis anos no município da Serra. É inadmissível que a guerra do tráfico esteja fazendo no Estado vítimas inocentes de forma covarde - como aconteceu recentemente em Vila Velha. É preciso adotar medidas efetivas para preservar a vida das famílias, em especial das nossas crianças e jovens, que veem futuro interrompido pela violência. Vamos acompanhar de perto as investigações, em especial da advogada supostamente envolvida neste caso de brutal violência na Serra. A OAB estará sempre a postos para defender a boa advocacia, mas jamais para proteger condutas criminosas. Aos que cometem crimes, sejam eles advogados ou não, vamos exigir o rigor da lei."

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