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Publicado em 25 de agosto de 2025 às 09:18
Seis pessoas foram presas suspeitas de envolvimento no ataque a tiros que matou Alice Rodrigues, de seis anos, em Balneário Carapebus, na Serra, na noite de domingo (24). A Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Sesp) afirmou, em coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira (25), que os presos são: dois atiradores, um olheiro, uma pessoa que auxiliaria na fuga e dois mandantes do ataque (uma advogada e o marido dela).>
A criança foi atingida na nuca quando estava no banco traseiro do carro. O pai e a mãe da menina, que está grávida, também estavam no veículo. O pai foi atingido de raspão e mãe ficou ferida com estilhaços. Segundo o secretário de Estado de Segurança e Defesa Social, Leonardo Damasceno, o crime está ligado à disputa entre as facções Terceiro Comando Puro (TCP) e o Primeiro Comando de Vitória (PCV). Ele afirmou que o ataque foi uma represália a outras ações nos dias anteriores e teria como alvo integrantes de um desses grupos criminosos, mas a família – que voltava da praia – foi confundida com criminosos.>
O secretário Leonardo Damasceno explicou que a prisão dos suspeitos aconteceu em etapas. Dois homens apontados como atiradores foram detidos pela Força Tática da Polícia Militar logo após o crime. Durante as diligências, outros quatro envolvidos foram localizados: a advogada e o marido dela – que seriam supostos mandantes, um olheiro e uma pessoa que auxiliaria na fuga. Na casa da mulher presa, segundo a Sesp, foram apreendidos um fuzil, uma pistola 9 mm e munições das duas armas.>
A Sesp divulgou que, conforme apontaram as investigações até o momento, o carro da família, um Peugeot 207 prata, foi atingido por diversos disparos feitos de dentro de um Fiat Argo branco, que teria sido alugado pelos criminosos que cometeram o ataque. Alice foi atingida na nuca e chegou a ser levada pelos pais para o Hospital Municipal Materno Infantil da Serra, mas morreu logo após dar entrada na unidade. A perícia da Polícia Científica identificou pelo menos quatro perfurações no veículo onde estava a vítima. >
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Moradores de Balneário Carapebus relataram, por meio de mensagens enviadas à produção do programa Bom Dia ES, da TV Gazeta, no momento da coletiva de imprensa, que haveria um toque de recolher no bairro. No entanto, o fato foi negado pelo secretário Leonardo Damasceno.>
Leonardo Damascento
Secretário da SespO prefeito da Serra, Weverson Meireles, se pronunciou sobre o caso em seu perfil no Instagram. Ele lamentou a morte da criança e disse que entrou em contato com o governador do Estado, Renato Casagrande, para pedir prioridade na investigação do crime. No post, o chefe do Executivo municipal afirma que a vítima teria nove anos, e na ocorrência registrada pela Polícia Militar consta seis anos. A reportagem tenta confirmar a idade da vítima.>
Dois dias antes, na última sexta-feira (22), outro ataque a tiros em Balneário Carapebus matou Dionata Firmino de Paula, de 28 anos, e deixou ferido um jovem de 20 anos. Os atiradores, que estavam armados com pistolas e até fuzil, chegaram atirando próximo a um bar e atingiram as vítimas, que estavam na calçada. >
Os criminosos chegaram em dois carros, por volta de 22h40, e já saíram atirando, conforme apuração da TV Gazeta. Foram ouvidos mais de 40 disparos — que deixaram marcas também em postes e muros. O crime é investigado pela Polícia Civil. Qualquer informação que ajude o trabalho policial pode ser repassada pela Disque-Denúncia, por meio do número 181. A ligação é gratuita e não precisa se identificar. >
A OAB-ES repudiou o ataque que resultou na morte de uma criança de seis anos na Serra e pediu respostas rápidas das autoridades. A entidade afirmou que vai acompanhar as investigações, inclusive sobre a possível participação de uma advogada no crime, e ressaltou que não admite condutas criminosas, sejam de advogados ou não. >
Nota OAB | Íntegra
"A OAB-ES repudia e cobra a apuração rigorosa, assim como respostas efetivas das autoridades, em relação ao ataque que vitimou uma criança de seis anos no município da Serra. É inadmissível que a guerra do tráfico esteja fazendo no Estado vítimas inocentes de forma covarde - como aconteceu recentemente em Vila Velha. É preciso adotar medidas efetivas para preservar a vida das famílias, em especial das nossas crianças e jovens, que veem futuro interrompido pela violência. Vamos acompanhar de perto as investigações, em especial da advogada supostamente envolvida neste caso de brutal violência na Serra. A OAB estará sempre a postos para defender a boa advocacia, mas jamais para proteger condutas criminosas. Aos que cometem crimes, sejam eles advogados ou não, vamos exigir o rigor da lei."
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