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Cervejas da Backer no ES serão analisadas pelo Ministério da Agricultura

Cervejas da Backer no ES serão analisadas pelo Ministério da Agricultura

Ministério da Agricultura garante que todos os rótulos da cervejaria, de qualquer lote, foram retirados de venda no Espírito Santo. Amostras serão levadas para Belo Horizonte para serem analisadas em laboratórios

Publicado em 15 de janeiro de 2020 às 19:05

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Peritos da Polícia Civil analisam amostra da cerveja Belorizontina, da Backer. (Reprodução | Polícia Civil)

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) recolheu todos os rótulos das cervejas produzidas pela Backer e vendidas no Espírito Santo para realizar uma análise em laboratório. O objetivo é verificar se há presença de dietilenoglicol em lotes que chegaram no Estado. 

Segundo o superintendente do Mapa no Espírito Santo, Aureliano Nogueira da Costa, amostras de todos os lotes serão encaminhadas para Belo Horizonte, Minas Gerais, onde a investigação está sendo realizada.

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Vamos coletar amostras de todos os lotes encontrados no Espírito Santo para que elas serão analisadas pelo Ministério. Em caso positivo para a existência de dietilenoglicol, será feita uma análise quantitativa, da concentração dessa substância. Os resultados devem ficar prontos em uma semana

Aureliano Nogueira
Superintendente do Ministério da Agricultura no ES
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ÁGUA CONTAMINADA

Na tarde desta quarta-feira (15), o Ministério da Agricultura anunciou que a água usada na produção da cerveja Belorizontina estava contaminada. Durante análise, foi identificada a presença de dietilenoglicol em diversos tanques da cervejaria Backer. 

Até o momento, a substância tóxica foi encontrada em seis lotes da Belorizontina e um da Capixaba, mesma cerveja da Backer, mas vendida com rótulo diferente no Espírito Santo.  O lote da Capixaba estava lacrado, dentro da fábrica, e tinha como destino o ES, um dos principais consumidores dos produtos da cervejaria, segundo Aureliano.

"O Espírito Santo é um dos principais consumidores da cerveja Backer, que até criou uma versão da Belorizontina para atender o mercado capixaba. Como tem grande comercialização, o Ministério da Agricultura criou uma força-tarefa para notificar todos os estabelecimentos que vendem a marca no Estado para recolher os produtos disponíveis para venda", relatou.

CERVEJA RECOLHIDA

Em supermercado de Jardim da Penha, em Vitória, não há mais cervejas da Backer. (A Gazeta)

A força-tarefa teve início na última sexta-feira (10) e deu prazo para que os estabelecimentos recolhessem até hoje todos os produtos da Backer. Os lotes devem ser armazenados nas centrais de distribuição e estão impróprios para serem comercializados até a liberação do Ministério da Agricultura. O local que não cumprir a notificação será autuado. 

"A partir de amanhã, oficialmente, nenhum estabelecimento pode ter cerveja da Backer, nenhum rótulo, nenhum lote. Se tiver, estará ilegal, sujeito a multa. Os rótulos não podem estar exposto e muito menos serem vendidos", ressaltou. 

Aureliano explica que as pessoas que ainda tiverem cervejas da Backer podem procurar o estabelecimento onde compraram para fazer a devolução. Elas serão ressarciadas pelo produto. Conforme orientação da própria diretora de marketing da Backer, Paula Lebbos, as pessoas não devem consumir a cerveja. 

ENTENDA O CASO 

Já no início de 2020, a existência de uma doença misteriosa, que causava problemas renais e neurológicos, em Minas Gerais, começava a ser investigada em Minas Gerais. Oito pessoas haviam sido internadas com os mesmos sintomas na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

O caso evoluiu, e com ele a descoberta de que a doença misteriosa, na verdade, era uma intoxicação causada pela substância dietilenoglicol, usada no processo de resfriamento na fabricação de cerveja.

O capixaba Luiz Felippe Ribeiro é uma das 17 pessoas internadas com suspeita de intoxicação por dietilenoglicol. Ele está em estado grave. (Reprodução )

Após análises da Polícia Civil, o composto, que é tóxico, foi encontrado em amostras da cerveja Belorizontina, da cervejaria Backer. Posteriormente, a presença da substância também foi confirmada no rótulo Capixaba, da mesma cervejaria e produzida no mesmo tanque.

Até quarta-feira (15), 17 casos e duas mortes estavam sendo investigados por suspeita de intoxicação por dietilenoglicol. Destes, quatro já foram confirmados, entre eles o do engenheiro capixaba Luiz Felippe Teles Ribeiro, 37 anos, que está internado em estado grave em Belo Horizonte, onde mora com a mulher.

O sogro dele, o bancário Paschoal Demartini Filho, 55 anos, morreu e foi a primeira morte confirmada do caso. Uma segunda morte foi divulgada pela Polícia Civil nesta quarta-feira. A morte de uma idosa em Pompéu, no interior de Minas Gerais, está sendo investigada, mas a relação com a doença ainda não foi oficialmente confirmada. Para saber mais sobre o caso, clique aqui.

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