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Venda de blocos de petróleo e gás deve trazer novas oportunidades ao ES

Venda de blocos de petróleo e gás deve trazer novas oportunidades ao ES

Petrobras iniciou processo para vender parte de cinco de suas concessões de exploração no Norte do Estado. Região tem vocação para produção de gás natural e, segundo a estatal, áreas podem estar próximas de descobertas de óleo e gás

Publicado em 3 de junho de 2020 às 06:00

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Produção nos campos de Peroá e Cangoá é feita pela plataforma não habitada PPER-1, localizada a cerca de 50 quilômetros de Linhares
A plataforma não-habitada PPER-1, no litoral de Linhares, produz gás nos campos de Peroá e Cangoá, na Bacia do Espírito Santo. (Divulgação/Petrobras)

Espírito Santo pode descobrir uma nova província de petróleo e gás natural no pós e no pré-sal com um movimento que a Petrobras está fazendo para vender blocos exploratórios. A petroleira informou ao mercado na noite de segunda (1°) que iniciou o processo de venda de parte de suas participações em cinco concessões na Bacia do Espírito Santo.

Para especialistas, a comercialização deve trazer para o Estado novos operadores, demandando mais mão de obra, além de atrair de volta investimentos em exploração, atividade que estava enfraquecida e que levou à queda na produção de petróleo nos últimos anos.

A venda é de parte das concessões ES-M-596_R11, ES-M-598_R11, ES-M-671_R11, ES-M-673_R11 e ES-M-743_R11. Elas foram adquiridas na 11ª Rodada de Licitações da Agência Nacional de Petróleo (ANP) em 2013 e estão atualmente no 1º período exploratório.

Blocos exploratórios são áreas com potencial para descoberta de acumulação de óleo e gás. Na fase exploração, são realizados investimentos de prospecção para descobrir óleo e identificar se é viável ou não sua produção comercialmente.

Segundo a Petrobras, as concessões estão estrategicamente posicionadas em relação às descobertas do pós-sal nas áreas conhecidas como Parque dos Deuses, Parque dos Doces e Parque dos Cachorros, na Bacia do Espírito Santo, "com potencial de comprovar significativos volumes e firmar posição em uma nova fronteira exploratória tanto do pré-sal quanto do pós-sal", informou.

Para Márcio Félix, presidente da Energy Platform (EnP), o desinvestimento da estatal tende a ser um "trampolim para que outras empresas desenvolvam a Bacia do Espírito Santo na vocação dela, que é gás e óleo leve", sobretudo pela infraestrutura já existente na região, que é compreendida a partir do Norte de Vitória.

"A Petrobras está dizendo que está próximo de uma descoberta, o que dá uma valorizada no ativo. Além disso, é uma área com vocação para o gás e que já tem uma infraestrutura de gás muito boa, com gasodutos marítimos que chegam até [a unidade de processamento de] Cacimbas, em Linhares, e também ligada à rede de transporte", analisa.

Com isso, na avaliação de Félix, o Estado tem a oportunidade de ampliar seus investimentos no setor. "Se o gás vai se tornar uma coisa importante como estamos projetando, ter disponibilidade de gás lá e infraestrutura já pronta é uma festa para quem quer investir nisso".

Márcio Félix Bezerra é engenheiro e atua na área energética
Márcio Félix Bezerra, da EnP, é engenheiro e atua na área energética. ( Saulo Cruz/MME)

Para o presidente da ES Gás, Herber Resende, só o fato de aumentar o número de operadores já seria positivo para o Estado. "A Petrobras hoje está com grandes questões para resolver no pré-sal e se concentrando lá. Isso abre espaço para outros operadores que querem investir aqui, então é muito bom para o Estado".

Os investimentos em exploração são considerados fundamentais para que o Estado possa ver novamente um incremento na produção de óleo e gás, afinal é por meio deles que se chegam a novas descobertas, o que não acontece há muitos anos no Espírito Santo.

BUSCA POR PARCEIROS

Nessas cinco concessões, a Petrobras tem participações em sociedade com outras empresas como a norueguesa Equinor e a francesa Total. Essas duas estão deixando suas participações nas áreas e as cedendo para a Petrobras, em um processo que está em fase de aprovação pela ANP e pelo Cade.

Após superado esse trâmite, a estatal vai ficar com 100% da concessão de três blocos e com 80% em outros dois, em sociedade com a Enauta. O que ela quer vender é parte dessa nova participação, visando ter um parceiro para ajudar nos investimentos em exploração.

"A Petrobras comprou essas participações dos sócios e agora está vendendo. Essas empresas (Total e Equinor) já estão cheias de ativos no Brasil e preferiram deixar esses. Com isso, há a oportunidade da Bacia do Espírito Santo atrair novos atores para junto da Petrobras e já com perfil mais voltado para o gás", pontuou Márcio Félix.

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