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Defesa Civil descarta risco iminente de queda de torre-d'água na Serra

Defesa Civil descarta risco iminente de queda de torre-d'água na Serra

Na tarde de terça-feira (16), moradores repararam que a estrutura que armazena a água dos condôminos ficou danificada e decidiram sair do prédio por precaução

Publicado em 17 de fevereiro de 2021 às 11:02- Atualizado há 3 anos

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Crea faz vistoria em condomínio na Serra onde caixa d'água assusta moradores
Crea-ES  e construtora fazem vistoria em condomínio na Serra. (Reprodução / TV Gazeta)
Errata Atualização
17 de fevereiro de 2021 às 13:20

A Defesa Civil informou por nota, após a publicação desta matéria, que a caixa-d'água na Serra passou por uma avaliação inicial nesta manhã e que a estrutura não apresenta risco iminente de desabamento. Este texto, que tinha o título "Perícia vai avaliar se torre-d'água tem risco de desabar na Serra", foi atualizado para trazer informações mais recentes sobre o caso.

Após análise realizada pela Defesa Civil municipal na manhã desta quarta-feira (17), ficou constatado que a caixa-d’água do condomínio Top Life, de São Diogo, na Serra, que apresentou um amassado na parte lateral na tarde de terça-feira (16), não apresenta risco iminente de queda. Apesar disso, o órgão orientou a contratação de um profissional de topografia para analisar a estrutura.

“Está prevista para hoje a realização de uma perícia no local, trabalho que será acompanhado pela Defesa Civil da Serra. Após a perícia, que será realizada por um profissional contratado pela empresa responsável pela construção do condomínio, será possível ter mais informações a respeito dos danos estruturais e das medidas necessárias para os reparos”, completou.

A MRV, empresa responsável pela construção do condomínio, informou nesta manhã que um perito já foi contratado pela empresa e fará a análise nos próximos dias para orientar o condomínio quanto aos possíveis reparos no castelo d’agua do empreendimento. “A empresa reitera que a manutenção que estava sendo realizada no local foi contratada pelo condomínio e não foi realizada pela construtora.”

CREA ISOLOU ENTORNO DA CAIXA D'ÁGUA

A caixa-d'água está localizada próximo ao bloco 5 do condomínio, além de estar perto da área de lazer e de frente para outros dois blocos do condomínio vizinho. O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-ES), que também está no local nesta quarta, isolou o entorno em um raio de 50 metros para que fosse realizada uma inspeção.

"Com essa primeira inspeção visual nós vamos verificar se existe o risco, vamos fazer também a fiscalização fiscal e técnica. O Crea está levantando quais são as empresas envolvidas na construção do reservatório, quem contratou, quem é o fabricante, quem instalou, se tem manutenção, se foi feita e quem fez a manutenção, se tudo foi feito com responsáveis técnicos. Não posso afirmar ainda como foi a engenharia de construção, se tem, por exemplo, reforço interno", comentou o engenheiro do Crea, Giuliano Battisti.

CONDOMÍNIO É NOVO

O problema assusta os moradores porque o condomínio é novo, passou a ser habitado em 2016. Apesar disso, Battisti esclarece que a vida útil de qualquer equipamento depende de muitos fatores, entre eles a manutenção.

"Tudo depende da manutenção. Um reservatório, uma peça de aço, depende da manutenção, da construção, do revestimento contra corrosão. Tudo isso compõe a vida útil de um determinado equipamento", explicou o engenheiro do Crea.

ENTENDA O CASO

Na tarde de terça-feira (16), moradores repararam que a estrutura que armazena a água dos condôminos ficou danificada e decidiram sair do prédio por precaução, temendo que a situação se tornasse parecida com a do Residencial São Roque, em Cariacica, onde uma pessoa acabou morrendo, em dezembro passado, após o desabamento de duas torres-d’água.

Uma moradora de um dos prédios, que foi entregue em 2016, prefere não se identificar, mas diz que o problema começou a ficar perceptível por volta das 14h30 desta terça (16) e que uma obra recente pode ter desencadeado o "amassado" que se vê nas imagens.

"Recentemente, depois de muitas reclamações de a água estar muito quente, uma empresa veio para fazer umas aberturas como se fossem janelinhas em alguns pontos do castelo-d'água. Estão dizendo que é numa janelinha dessa que começou o problema", relatou.

Segundo a moradora, desde o início da tarde começou a acionar o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil, porque todos os vizinhos ficaram com medo de a estrutura ceder. "A caixa-d'água fica exatamente em frente ao bloco 5 e próximo do 6. Também tem garagem ali e a área de lazer com piscina, então todo mundo saiu desses lugares quando percebemos o amassado.”

Caixa d’água ameaça tombar e Defesa Civil isola área de prédio na Serra
Caixa d’água ameaça tombar e Defesa Civil isola área de prédio na Serra. (Internauta/A GAZETA)

VÁRIAS OBRAS COM PROBLEMAS

O episódio envolvendo o condomínio em São Diogo, na Serra, onde uma área foi isolada nesta terça-feira (16) por recomendação da Defesa Civil da cidade após a caixa d’água do prédio ficar com parte da lateral aparentemente amassada, é apenas o mais recente de uma série de problemas alarmantes envolvendo condomínios no Estado.

O temor dos moradores era de que a situação se transformasse em outra como a registrada no Residencial São Roque, no bairro Padre Gabriel, em Cariacica, em dezembro passado, quando duas torres-d'água desabaram, deixando dezenas de famílias desalojadas e matando uma pessoa. O residencial, que pertence ao programa Minha Casa Minha Vida, do governo federal, havia sido inaugurado apenas duas semanas antes.

Na noite da última quinta-feira (11), moradores de 16 apartamentos do bloco 13 do condomínio Residencial Vila Velha, em Jabaeté, tiveram que deixar seus lares por medo de que a estrutura desabasse. Segundo a síndica Mirian de Freitas, foram constatadas rachaduras em pelo menos três apartamentos do condomínio entregue em 2016 pelo programa Minha Casa Minha Vida. O local permanecerá interditado até que haja garantias de que é seguro.

Em todos esses casos - e em tantos outros listados abaixo - o sonho da casa própria virou dor de cabeça. Para agravar ainda mais a situação, a maioria das ocorrências foram registradas em imóveis do programa habitacional federal ou em outros também ocupados por morados de baixa renda.

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Com informações da TV Gazeta.

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