Publicado em 2 de setembro de 2020 às 22:11
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), criticou novamente, na noite desta quarta-feira (2), o projeto do governo federal de criação de um imposto sobre transações digitais. Ele afirmou ainda que o governo federal e até mesmo muitos empresários estão levantando a bandeira da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) vestida como imposto digital.>
"Vamos colocar um nome bonito, com um bicho feio por trás, que é a nova CPMF", afirmou, durante uma live em que participou, com o também deputado federal Felipe Rigoni (PSB), promovida pela Apex Partners, plataforma de investimentos alternativos e serviços financeiros que tem sede no Espírito Santo.>
Maia complementou que se o projeto do Ministério da Economia para a reforma tributária for esse, vai se opor. "Vamos juntos à campanha: xô CPMF, ressaltou.>
Para ele, a proposta deveria ser o Imposto sobre Valor Agregado (IVA) que unificaria tributos cobrados atualmente nas esferas federal, estadual e municipal, como IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), PIS (Programa de Integração Social), Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social), ICMS (Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços) e ISS (Imposto Sobre Serviços).>
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"O que a Europa está discutindo hoje, por exemplo, não tem nada a ver com o imposto digital, mas com a tributação sobre a renda. Como as empresas digitais dos EUA estão na Irlanda, os países europeus querem tributar a renda", disse. "Quando o projeto chegar vocês vão ver que querem tributar até mesmo operação compromissada com o governo", afirmou.>
Maia enfatizou ainda que os empresários pedem desonerações e redução de impostos, mas que isso não chega para a população que mais precisa. "Não é melhor pegar o dinheiro e fazer um investimento dentro de programas sociais para que isso chegue diretamente para quem precisa? O empresário está olhando o lado dele, cabe ao parlamento estar do lado da sociedade", apontou. >
O presidente da Câmara também disse que o avanço das reformas tributária e administrativa são mais importantes do que a desestatização da Eletrobras. Segundo ele, as reformas já estão em conversa e a busca é para que, caso não sejam aprovadas neste ano, esteja tudo pronto para que isso ocorra em 2021.>
"Se nesse momento não nos concentrarmos naquilo que vai resolver os problemas estruturais, continuaremos com o problema do teto de gastos e também de quem quer investir e não tem um panorama do futuro", afirmou.>
Durante a live, Rigoni falou sobre perspectivas de investimentos para o Espírito Santo e lembrou da dificuldade que o governo federal enfrentou para tornar a BR 262 atrativa para os investidores e que, após sua concessão, serão 21 anos de obras até que seja totalmente duplicada. Além disso, disse que outros processos são mais importantes para o Estado melhorar sua condição econômica atual. >
"A desestatização da Companhia de Docas do Espírito Santo (Codesa) e a outorga da Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM) terão um efeito mais alavancador da economia capixaba do que a concessão da BR 262", avalia o deputado federal capixaba.>
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