Nova CPMF vai vingar? Leitores debatem criação de imposto

Presidente Jair Bolsonaro confirmou que deu aval para que o ministro da Economia discuta a taxação de movimentações eletrônicas

Publicado em 03/08/2020 às 10h35
Atualizado em 03/08/2020 às 10h35
Celular
Novo imposto incidiria sobre pagamentos e transferências eletrônicas, por exemplo. Crédito: Pixabay

O governo federal estuda a criação de um novo imposto, que incidiria sobre transações digitais, como pagamentos e transferências eletrônicas. Em contrapartida, o Executivo planeja desonerar a folha de pagamento e alterar outras taxações, mas a proposta da "nova CPMF", como vem sendo chamada, encontra resistência no Congresso Nacional. 

No domingo (2), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) confirmou que deu aval para que o ministro da Economia discuta a criação do imposto. Ele disse, porém, ter cobrado que Paulo Guedes esclareça que se trata de uma substituição tributária. Em sua campanha e até o ano passado, o presidente se manifestava contra a criação de novos impostos.

"O que eu falei com o Paulo Guedes, você fala CPMF, né, pode ser o imposto que você quiser, tem que ver por outro lado o que vai deixar de existir. Se vai diminuir a tabela do Imposto de Renda, o percentual, ou aumentar a isenção, ou desonerar a folha de pagamentos, se vai também acabar com o IPI", disse Bolsonaro. 

Ainda assim, líderes partidários resistem à proposta. Na semana passada, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ironizou a iniciativa.  "Minha crítica não é se é CPMF, se é microimposto digital, se é um nome inglês para o imposto para ficar bonito, para tentar enrolar a sociedade. Minha tese é a seguinte: nós vamos voltar à mesma equação que foi de 1996 a 2004, 9% de aumento da carga tributária", disse.

Leitores de A Gazeta discutiram a proposta do governo federal nas redes sociais. A maioria dos internautas que se manifestaram criticou a criação de um novo imposto e apontou a necessidade das reformas política a administrativa para equilibrar as contas públicas. Confira alguns comentários:

Mais imposto quando há menos recursos?? (Everton Expedito)

Em contrapartida serão extintos outros tributos. Governo pegou tudo quebrado e tem algumas opções: cortar despesa, criar tributos, flexibilizar o orçamento. O melhor seria cortar despesa, mas não consegue. (Marcos Calasans)

Basicamente é mais uma promessa da interminável campanha de Bolsonaro: “vou taxar essa transação aqui, mas qualquer dia desses reduzimos um imposto que ainda não sabemos qual, para compensar.” (Carlos Emílio)

A CPMF de 0,2%, aparentemente não é nada, mas, vai somando aí: Primeiro: é mais do que está rendendo a poupança; Segundo: esse jogo do imposto é mais sagaz do que a CPMF anterior, que incidia nos saques da conta corrente e de poupança, essa nova é em cima das compras eletrônicas, ou seja, o que for comprado em cartões eletrônicos e pela internet, e o terceiro que é pior: quem é acostumado a sonegar impostos, com a CPMF não tem como negar, pois o imposto incide sobre o CPF do comprador denunciando os gastos mensais, então, se você declara pra Receita que ganha R$ 4.000,00 por mês e gasta R$10 mil, a receita vai checar quando da declaração de imposto de renda. (PJota)

Muitos agora vão criticar o governo, que está fazendo de tudo para fazer o país sair do fundo do poço que os governos anteriores criaram. (Iraci Bonadiman)

A população já está cansada de sempre pagar a conta; te vira e arruma outra solução. (Camila Sampaio)

O novo mundo se inicia on-line. O governo não está errado, uai, mas tem que cobrar um valor justo senão quebra o povo, né!? (Thiago Rocha)

Vivi pra ver gente apoiando CPMF… (Angelo Silva)

Só pensam em aumentar os impostos do já combalido trabalhador brasileiro. Não vejo ninguém falar em diminuir as mordomias e salários exorbitantes dos políticos e afins. (Zeze Figueredo)

As reformas política e administrativa bem feitas seriam a melhor economia. (Ovidio Capucho)

“Parece CPMF, é cobrado como CPMF, segue o mesmo esquema do CPMF, mas não é CPMF porque eu sou contra o CPMF, talkei?” (Manoel Queiroz)

Tudo que esse desgoverno puder fazer para ferrar o trabalhador, ele fará. Quando vão começar a taxar as grandes fortunas? (Diego RB)

Temos que carregar a elite nas costas?! Trilhões de isenções e perdões de dívidas para megaempresários, aumento para elite militar, mais ministério para o centrão… enquanto isso mulheres com 60 anos desempregadas e doentes têm que cumprir pedágio para aposentar. Os impostos que pagamos só servem para a elite encher os bolsos. (Mari Lima)

Se vocês acham retrocesso, então arrumem alguma forma de bancar esses milhões que estão na miséria. (Marcelo Perini)

Quem vocês acham então que está pagando esses auxílios emergenciais? Já leram sobre os decretos de suspensão de contrato de trabalho durante a Covid, onde o trabalhador não é demitido e recebe do governo federal? (Jhonas Jonas)

O governo federal não faz mais que obrigação de pagar o auxílio emergencial. Não é presente, não. (Maykeline Rosindo)

Ué, o discurso de campanha não era só acabar com a corrupção que sobrava dinheiro? (Patrícia Pastori)

O governo Bolsonaro mais uma vez provando que não veio fazer diferença nenhuma. (Jorge Junior)

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