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Publicado em 20 de dezembro de 2025 às 13:37
Quem passou pela região da Curva da Jurema na manhã deste sábado (20) se deparou com uma cena curiosa e para lá de especial. Um grupo de golfinhos surgiu em meio a nadadores e remadores para cercar peixes na baía de Vitória. >
A ação dos animais, da espécie Sotalia guianensis, também conhecida como boto-cinza, era para garantir alimentação. Além de admirada por quem estava no mar a poucos metros da ponte da Ilha do Frade, a cena foi registrada pela oceanógrafa Even Aguiar. Ela conta que essa foi a primeira vez que conseguiu captar imagens da espécie em mar aberto.>
“Essa é uma espécie mais costeira, costuma ficar mais próxima das praias e aqui na Área de Proteção Ambiental (APA) da Baía das Tartarugas é comum de ser vista. Eu fiquei emocionada por conseguir esse registro em meio aos nadadores e remadores, porque isso mostra que é possível fazer o uso sustentável da APA aqui na Capital”, diz Even.>
No último domingo (14), outro grupo de animais também surpreendeu banhistas na Praia de Camburi. A aparição naquele dia, porém, foi de arraias a pouquíssimos metros da areia, na área de arrebentação das ondas.>
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Ouvido por A Gazeta, o biólogo Daniel Motta explicou que a atitude não é incomum e serve para cercar presas — assim como os golfinhos fizeram na Curva da Jurema neste sábado.>
Conforme Motta, apesar de as arraias serem animais com costumes solitários, passam a andar em grupo por necessidades específicas, sendo um deles a alimentação.>
“É uma estratégia de caça para aumentar a eficiência de conseguir comida, porque, em grandes grupos, elas conseguem cercar o cardume e ter maior chance de comê-lo. Então, acabam beirando a areia para conseguir cercar”, diz.>
Seja no caso de arraias ou golfinhos, o ideal, segundo o biólogo é a oceanógrafa, é ficar longe e evitar a perseguição aos animais.>
"Nem toda arraia tem ferrão, mas a maioria das espécies tem. Então, para não haver acidente, a ideia é sair imediatamente da água para evitar determinados acidentes, principalmente ao pisar nesse animal que, por mecanismo de defesa, dispara o ferrão contra a pessoa. E são ferimentos bem sérios, de difícil cicatrização. Em alguns casos, pode causar até necrose, ou dependendo da parte do corpo, por exemplo, a parte torácica, a depender onde for, causa até a morte”.>
Em relação aos golfinhos, o contato não é tão crítico, mas os animais também podem se sentir acuados.>
“Algumas pessoas acabam perseguindo os animais, o que é considerado crime. Existe uma legislação que protege cetáceos justamente para evitar isso. Essa conduta pode estressar bastante o animal e o ideal é sempre observar com uma distância segura, permitindo que ele fique tranquilo, já que são animais sensíveis”, destaca Even Aguiar.>
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