> >
Por que é importante testar crianças e adolescentes neste momento da pandemia

Por que é importante testar crianças e adolescentes neste momento da pandemia

A testagem para esses grupos deverá entrar na rotina quando apresentados sintomas gripais, assim como já é feito com a população adulta

Publicado em 29 de julho de 2021 às 17:48

Ícone - Tempo de Leitura min de leitura
criança gripada
Crianças com sintomas gripais devem ser submetidas a teste para avaliar se o quadro é de Covid-19. (Freepik)
Aline Nunes
Repórter de Cotidiano / [email protected]

O teste para diagnosticar a infecção pelo Sars-Cov-2 (coronavírus) já está na rotina para a população adulta no Espírito Santo, porém ainda não é frequente entre crianças e adolescentes. A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) vai elaborar uma norma em que recomenda a testagem também para o público infantojuvenil em caso de sintomas gripais. A medida é mais uma estratégia para conter a disseminação da Covid-19

O secretário estadual da Saúde, Nésio Fernandes, observa que a melhoria dos indicadores da doença no Espírito Santo está relacionada a uma série de fatores. A vacinação é a ação primária, mas uso de máscaras, distanciamento social e a testagem em massa também têm se mostrado como iniciativas primordiais no controle da Covid-19 no Estado. 

"Por isso, a testagem da população pediátrica não pode seguir a mesma rotina adotada ao longo de toda a pandemia. Sempre soubemos que havia um processo de subnotificação, que  os pais testavam menos os filhos com o RT-PCR porque é um exame desagradável. O cotidiano dos consultórios que atendem crianças não solicita esse exame como obrigatoriedade na conduta, como é com a população adulta."

Nésio Fernandes ressalta que, entre os adultos, a testagem já é universal, por demanda espontânea, e as pessoas nem mesmo precisam passar por avaliação médica para ter indicação e se submeter ao teste. O exame tem sido realizado em terminais do sistema Transcol, no aeroporto, nas unidades de saúde e, inclusive, pode ser marcado em agendamento on-line

Agora, afirma o secretário, está sendo elaborada com o apoio das sociedades médicas de Pediatria e Infectologia, mais a equipe de Vigilância Epidemiológica, uma norma que possa orientar, particularmente as famílias, como proceder. 

"Faremos uma recomendação mais explícita para que crianças e adolescentes que apresentem sintomas respiratórios leves realizem, por rotina, o teste RT-PCR", frisa.

Nésio Fernandes adverte que o Espírito Santo pode viver um momento de adaptação de várias cepas do Sars-Cov-2, com circulação mais intensa entre as pessoas que não foram imunizadas - crianças e adolescentes sem comorbidades ainda não estão na lista de contemplados pela vacina contra a Covid-19. 

CADEIA DE TRANSMISSÃO

"Temos segurança e compreendemos que a testagem em massa é medida eficaz para romper de maneira qualificada a cadeia de transmissão. Por isso, a população precisa compreender que qualquer criança ou adolescente que apresente sintoma leve, característico de síndrome gripal, precisa procurar a testagem", reforça o secretário. 

Na Rede Meridional, já é protocolo encaminhar o público infantojuvenil com sintomas respiratórios para fazer o teste que possa diagnosticar se o paciente está ou não com a Covid-19. A pediatra Karina Cuzzuol, que atua no grupo, diz que essa prática não é recente, e considera importante a atual mobilização do Estado. 

"O ideal é testar mesmo para que as famílias possam adotar as medidas necessárias. As crianças não sabem se cuidar sozinhas e são  fontes de transmissão, caso sejam infectadas", pontua.

Karina lembra que o Espírito Santo ainda vivencia um período de sazonalidade para doenças respiratórias, e a perspectiva de estabelecer o teste como protocolo é bem-vista. 

"Ao diagnosticar a doença, a criança pode ficar em casa e vai estar protegendo as outras pessoas. Se a família não tem esse entendimento, leva para a escola, passeios e acaba gerando novas infecções. O conhecimento da doença protege os outros. Deve haver essa conscientização das famílias para fazer os testes", defende.

A pediatra acrescenta que, mesmo na rede particular, o exame já tem cobertura nos planos de saúde porque entrou no rol de procedimentos da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). 

"É um exame que não é mais custeado pelas famílias, mas pela operadora de saúde. Existem até alguns laboratórios com cotonete mais delicado para fazer o exame e tem as técnicas desenvolvidas e que são idealmente adotadas para as crianças", finaliza Karina. 

Este vídeo pode te interessar

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais