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Publicado em 19 de abril de 2021 às 17:53
"O sonho dela era me dar um netinho". É assim que Renata Aparecida Marques lamenta a morte da filha Amanda Marques, de 20 anos, vítima de um grave acidente na Rodovia Darly Santos, em Vila Velha, no último sábado (17). Segundo a mãe, a jovem pretendia engravidar no fim de 2021 e planejava se casar em breve, estava apenas aguardando passar o período crítico da pandemia. Além de constituir família, a jovem queria cursar a faculdade de Fisioterapia a partir do segundo semestre deste ano. >
Amanda estava na garupa da moto do companheiro, Matheus José Silva, de 23 anos, no momento em que um carro atingiu o veículo. O rapaz foi levado por uma ambulância para o Hospital Estadual de Urgência e Emergência, em Vitória, onde ainda está internado em estado grave. O casal havia saído da casa de Renata, no bairro Jockey, e seguia para o bairro Divino Espírito Santo.>
A mãe a descreve como uma filha perfeita, que era muito amada por todos, em especial pelo irmãozinho de 3 anos. "Amanda era muito amada, carinhosa, meiga, tinha um amor imenso com o irmão. Não tinha defeitos e onde ela passava deixava carinho. Inclusive tinha uma relação muito boa com Matheus, moravam juntos há um ano, se amavam muito, estavam um pelo outro, arrumando a casinha deles do jeito que queriam", contou. >
Renata Aparecida Marques
Mãe de Amanda MarquesPara Renata, o que fica agora é o sentimento de dor, além da saudade. "Fica a sensação de que não vou mais poder ter o beijo e o abraço dela. A mãe do homem que a matou vai vê-lo quando quiser, eu não vou ver a minha filha mais. Minha princesa, agora virou estrelinha", desabafou. >
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Amanda e Matheus seguiam de moto para o bairro Divino Espírito Santo, onde moravam, quando ocorreu o acidente. Era Matheus quem pilotava a moto, modelo Honda XRE 300, no momento em que o Corolla, que seguia no mesmo sentido na pista, atingiu a traseira da motocicleta, segundo a Polícia Militar. >
O motorista, identificado como Wagner Nunes de Paulo, de 28 anos, se recusou a fazer o teste de etilômetro no local do acidente, mas foi detido em flagrante após a batida e foi autuado por homicídio culposo na direção de veículo automotor, crime previsto no artigo 302 do Código de Trânsito Brasileiro, como informou a Polícia Civil, por nota. >
Ele foi encaminhado para o Centro de Triagem de Viana no início da manhã deste domingo (18), onde passou por audiência de custódia e teve a prisão em flagrante convertida em prisão preventiva, a pedido do Ministério Público. >
Para o caso, o desejo da mãe de Amanda é que a justiça seja feita. À reportagem de A Gazeta, ela contou que já há advogado constituído e que todas as medidas serão tomadas. "Ele (motorista do carro que atingiu a moto) tem que ser punido, foi um assassino e tirou a vida da minha filha e uma parte da do marido dela também. Nós ainda não sabemos o que vai acontecer com ele, talvez precise passar por cirurgia, está com um coágulo na cabeça, tomando medicação. Então são duas vítimas", afirmou. >
Renata ainda deixou um recado para outras mães que enfrentam situações semelhantes. Para ela, deve-se buscar solução para o caso, para que não fique impune. "É preciso correr atrás de justiça. A vida vale tudo. Para nós que estivemos na delegacia o rapaz não parecia sóbrio. Ele tem que mofar na cadeia, não pode sair, isso tem que ter punição", concluiu. >
O pai da jovem, Maxwell Pinto, gravou um vídeo em que agradece a rede de apoio à família de Amanda e pede justiça para o caso. "Amanda foi vítima de um grave acidente neste sábado, onde o motorista embriagado acabou com a vida dela, sem dar nenhuma chance de defesa. Estamos aqui tentando reunir forças para continuar e fazer com que Amanda não seja só mais uma vítima de trânsito", afirmou.>
À reportagem de A Gazeta, o advogado responsável pela defesa do motorista, Ramon Coelho Almeida, confirmou a manutenção da prisão do rapaz, mas descreveu o ocorrido como uma fatalidade. “Foi literalmente um acidente. É uma pessoa que nunca sofreu nenhum acidente e vamos provar que foi mesmo uma fatalidade. Vamos lutar pela liberdade dele", afirmou.>
Questionado sobre o motivo pelo qual o motorista se recusou a fazer o teste do etilômetro, o advogado afirmou que Wagner agiu sem pensar, diante da perplexidade em relação ao ocorrido.>
“Ele contou que não parou para pensar nas consequências de negar o exame, que simplesmente estava sem reação. Mas não foi oportunizado que ele fizesse o teste de sangue ou qualquer outro tipo posteriormente. Ninguém solicitou e ele estava sem advogado, sem orientação na hora. Não foi solicitado nem na delegacia, nem no DML. Se tivessem solicitado, ele teria feito.”>
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