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O que deve e o que não pode ser feito em caso de picada de cobra; veja dicas

O que deve e o que não pode ser feito em caso de picada de cobra; veja dicas

Casos como o do menino Gael Lopes Matias, picado por uma jararaca em uma creche na Serra, acontecem também com outros animais, como aranhas e escorpiões

Publicado em 4 de abril de 2024 às 15:14

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Cobras podem ser perigosas e picada exige ação rápida
Cobras podem ser perigosas e a picada exige ação rápida. (Pixabay)

Morar em uma Região Metropolitana como a Grande Vitória, local onde há muitos prédios, movimentação de carros e em que não há tantas áreas de mata fechada, não exclui a possibilidade de uma pessoa ser picada por um animal peçonhento. Casos como o do menino Gael Lopes Matias, picado por uma jararaca em uma creche na Serra, acontecem também com outros animais, como aranhas e escorpiões. Há algumas formas de prevenção, que exigem limpeza de terrenos e cuidados pessoais, por exemplo.

Em caso de picada, é importante saber o que deve ser feito e o que não pode ser adotado. A Gazeta conversou com uma especialista no assunto e traz as principais informações.

No caso da criança de três anos, foi determinante, segundo a mãe, que o atendimento médico fosse imediato. Isso facilitou a adiantou a evolução da saúde de Gael. O menino, que foi picado na terça-feira (2), recebeu medicamento e teve alta na quarta (3).

Criança de 3 anos foi picada por cobra dentro de creche na Serra
Criança de 3 anos foi picada por cobra dentro de creche na Serra. (Arquivo pessoal)

O Brasil é referência mundial no tema: o SUS (Sistema Único de Saúde) oferece de maneira rápida e gratuita tratamento para pacientes que entraram em contato com o veneno desses animais. Portanto, em caso de picadas, a recomendação é procurar o serviço público de saúde mais próximo. Esta é uma das explicações da Dra. Rinara Andrade Machado, médica do Centro de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox-ES).

O que você precisa saber sobre a picada das cobras:

AGILIDADE NO ATENDIMENTO

  • Quem é picado por uma cobra precisa procurar atendimento médico de forma imediata. Segundo a Dra. Rinara Andrade Machado, é importante que a vítima seja atendida e comece o tratamento antes que o quadro se agrave. "Quanto mais rápido, melhor o prognóstico", afirmou.

PARA QUEM LIGAR

  • Em caso de picada de cobra ou qualquer outro animal semelhante, é importante ligar para o Centro de Informação e Assistência Toxicológica. O número, que funciona 24 horas por dia, é: 0800 283 9904. "Nem sempre os animais são venenosos e peçonhentos. Mas é importante ligar para o CIATox. O paciente passa por uma triagem", diz.

O QUE FAZER APÓS A PICADA

  • A médica especialista explica que os cuidados indicados são simples, não há exigência de remédios caros ou receitas caseiras. Depois de ser picado, lave a parte ferida com água e sabão. Não acrescente nenhum outro ingrediente ou material, como pasta de dente ou qualquer tipo de remédio. Depois de lavar, mantenha a parte do corpo que foi ferida em um nível elevado. Por exemplo, caso tenha sido ferido no pé, coloque a pera para cima. Nunca tampe ou feche o machucado. Deixe aberto e nunca coloque torniquete, faixa ou curativo.

IDENTIFICAR O ANIMAL É IMPORTANTE

  • Ainda que a picada promova um susto na vítima, causando dores, é importante para a evolução do tratamento que você saiba qual foi o animal. Identificar o animal é importante para o tratamento, porque os remédios e soros administrados para as vítimas são escolhidos de acordo com a picada. Quem é picado por um escorpião, recebe um soro. Quem é picado por uma cobra, precisa de outro soro. "Precisamos levar em consideração se a cobra é peçonhenta ou não. A presença do animal para análise facilita o tratamento. Saber qual é o animal leva a um tratamento específico. Sem o animal, a pessoa passa por uma avaliação", detalhou.

SOROS DIFERENTES

  • A médica do CIATox explicou que cada tratamento exige um soro diferente. "O soro é específico para o veneno da serpente. Há soros específicos para os animais. Não é um soro comum. Tem como função entrar na corrente sanguínea e neutralizar. O anticorpo só vai funcionar no caso específico", afirma.

PREOCUPAÇÃO É DE TODOS

  • No caso das picadas de cobras, não há um grupo mais vulnerável. Crianças, adolescentes, adultos e idosos devem ter o mesmo nível de preocupação. "Todos têm o mesmo percentual de risco, não há diferença de idade quando o assunto é a picada de cobras. O que importa é a quantidade de veneno que aquela pessoa recebeu", ressalta.

COBRAS MAIS COMUNS

  • O CIATox atende pessoas picadas por aranhas, escorpiões e cobras. Em todo o Brasil, segundo Dra. Rinara Andrade Machado, as cobras mais comuns são: jararaca, cobra-coral, surucucu e cascavel. No Espírito Santo, é mais comum encontrar a jararaca e a cobra-coral.

COMO PREVENIR

  • A especialista aponta que cuidados com a casa, terrenos e em trabalhos específicos pode ajudar a prevenir o contato e a picada de animais. Por exemplo: Evite andar descalço, use sapato fechado, tenha cuidado ao andar em região ribeirinha, use luvas se precisar mexer em uma terra ou em entulhos. Uso de inseticida não inibe a presença de cobras.

Animais peçonhentos e venenosos: qual a diferença?

Todo animal peçonhento é um animal venenoso. Mas nem todo animal venenoso é um animal peçonhento. De acordo com Dra. Rinara Andrade Machado, médica do CIATox, a diferença é a presença de uma estrutura pata inocular o veneno, perfurando a pele de uma pessoa, por exemplo. Animal peçonhento, então, é aquele que pica alguém para injetar veneno.

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