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Incêndio na Praia do Canto: vídeo mostra como ficou apartamento

Incêndio na Praia do Canto: vídeo mostra como ficou apartamento

Material foi obtido pela TV Gazeta nesta terça-feira (20); segundo o Corpo de Bombeiros, fogo começou em um dos quartos

Publicado em 20 de outubro de 2020 às 19:42

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Imagens obtidas pela TV Gazeta nesta terça-feira (20) mostram a destruição dentro do apartamento que pegou fogo no Edifício Pintor Fanzeres, na Praia do Canto, em Vitória. Na tragédia, ocorrida na noite de segunda-feira (10), um menino de 4 anos perdeu a vida. Ele chegou a ser socorrido pelos bombeiros, mas não resistiu.

As causas do incêndio ainda são desconhecidas, mas informações iniciais do Corpo de Bombeiros, que fez perícia no imóvel, pode ser que a tragédia tenha relação com a parte elétrica do apartamento. A conclusão da primeira perícia realizada pela corporação no apartamento indicou que o fogo teve início no quarto do casal.

As primeiras informações sobre a perícia foram passadas pelo capitão Cunha, do Corpo de Bombeiros, na manhã desta terça (20). Segundo ele, parte do apartamento ficou bem destruída e, pelas primeiras investigações, foi possível identificar a origem do fogo.

“Existe uma destruição bastante generalizada em todo o apartamento. A gente consegue perceber o caminho percorrido pela fumaça, os danos provenientes do fogo. Obviamente, a gente consegue definir bastante uma zona de origem, ou seja, aquele local que indica que começou o incêndio. A edificação possui três quartos, e é exatamente no quarto do meio que, pelas informações que a gente tem, era ocupado pela proprietária do local”, disse.

Uma criança de 4 anos, que foi identificada apenas como Pablo pois as autoridades não divulgaram o nome completo, morreu no local. Ele chegou a ser socorrido e recebeu atendimento em uma ambulância do Samu que estava no local, mas não resistiu. No apartamento, quando o incêndio teve início, estavam outras seis pessoas; o irmão mais velho da vítima, a mãe, o pai, a babá das crianças e a avó, que precisou ser encaminhada para um hospital, mas já recebeu alta.

O INCÊNDIO

Moradores do prédio afirmaram que o incêndio teve início por volta das 20h desta segunda (19). Inicialmente, até a chegada dos Bombeiros, as chamas foram combatidas por vizinhos de outros prédios próximos. Uma moradora de um prédio vizinho informou que estava assistindo televisão quando começou a ouvir os gritos de "socorro" e "fogo".

Ela abriu a janela para ver o que estava acontecendo e viu o fogo da janela do prédio logo em frente. "Eu estava assistindo TV e comecei a ouvir uma gritaria. Quando abri a cortina do meu quarto, vi a bola de fogo e a fumaça. Fiquei muito desesperada. Não faço ideia do que causou. Estava muito forte", contou.

Por volta das 21h, o fogo já estava controlado. As equipes do Corpo de Bombeiros, porém, ainda estavam no apartamento à procura de possíveis vítimas. A Avenida Rio Branco, no sentido Reta da Penha, foi totalmente interditada em frente ao prédio. Equipes da Guarda Municipal também estiveram no local para auxiliar no controle do trânsito.

O fogo atingiu apenas o apartamento do terceiro andar do prédio e, segundo o tenente Magnago, do Corpo de Bombeiros, o combate às chamas foi dificultado porque houve um problema com o sistema hidráulico do pavimento. Ele afirmou também que as chamas não se alastraram para outros apartamentos, que foram atingidos apenas por fuligem.

"ELE TENTOU ME ABRAÇAR"

Pablo foi socorrido pelo Cabo Rômulo, do Corpo de Bombeiros, que conseguiu entrar no apartamento e tirar o menino do quarto onde estava. Ele afirmou que conseguiu pegar a criança no colo, que tentou o abraçar, e levá-la até o térreo. Durante todo o trajeto, o cabo realizava a massagem de reanimação no menino.

"Ele tentou me abraçar. Peguei ele e desci com ele no colo, realizando as manobras de RCP, até entregar para o Samu. Ele estava desfalecido, tentando reagir. Precisava descer o mais rápido possível com ele para tentar aproveitar cada momento que ele tivesse de ar", explicou o militar.

Cabo Rômulo, do Corpo de Bombeiros
O cabo Rômulo, do Corpo de Bombeiros, foi quem fez o resgate da criança. (Daniel Pasti)

Segundo o cabo Rômulo, do Corpo de Bombeiros, que resgatou o menino do apartamento, uma equipe estava realizando a contenção das chamas quando recebeu a informação de que existia ainda uma criança no apartamento. Ele afirmou que, como tinha muita fumaça no local, foi guiado pela direção de onde um dos familiares saiu para encontrar a criança.

"Havia uma equipe fazendo a contenção das chamas e chegou a notícia de que tinha uma criança no quarto. Ao sair uma das vítimas, a avó, via a direção que ela saiu. Uma equipe fazia o combate às chamas em um cômodo e chamei um deles para ingressar comigo no outro, porque minha função seria buscar uma das vítimas", disse.

VIZINHOS AJUDARAM NO RESGATE

O primeiro resgate feito aos moradores do apartamento atingido pelo incêndio foi realizado pelos vizinhos. A ajuda veio tanto de moradores do próprio prédio quanto de edifícios próximos. Os populares jogavam água utilizando uma mangueira de incêndio.

Vídeos enviados para a reportagem de A Gazeta mostram moradores de um prédio vizinho com uma mangueira na janela jogando água em direção ao prédio que tinha o apartamento com fogo. “Estamos aqui no combate aqui, pela lateral. Tem uma janela ali e alguma água está indo. Vamos continuar até o bombeiro aparecer”, disse o homem no vídeo.

DEMORA DOS BOMBEIROS

Os populares que auxiliaram nos primeiros resgates às vítimas reclamaram de demora do Corpo de Bombeiros para chegar ao local. Segundo o tenente Magnago, a viatura que possuía preparo para o atendimento à ocorrência de incêndio estava em um outro acionamento, em Vila Velha e, por isso, houve demora no deslocamento até o local.

Vítimas de incêndio na Praia do Canto são socorridas e levadas para hospitais
Vítimas de incêndio na Praia do Canto são socorridas e levadas para hospitais. (Daniel Pasti)

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