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Moradores reclamam de demora em atendimento de incêndio que matou criança

Moradores reclamam de demora em atendimento de incêndio que matou criança

Vizinhos chegaram a relatar um atraso de 50 minutos para a primeira viatura. Corporação diz que atendimento saiu de Vila Velha e levou 20 minutos para chegar ao local

Publicado em 20 de outubro de 2020 às 14:33

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Trânsito na Avenida Rio Branco foi parcialmente interditado para socorrer vítimas do incêndio na Praia do Canto
Trânsito na Avenida Rio Branco foi parcialmente interditado para socorrer vítimas do incêndio na Praia do Canto. (Daniel Pasti)

Populares e vizinhos que estavam em frente ao prédio onde um apartamento do terceiro andar pegou fogo, na Praia do Canto, em Vitória, disseram que as equipes do Corpo de Bombeiros demoraram para chegar e, consequentemente, iniciar o atendimento. Moradores chegaram a relatar um atraso de 50 minutos até a chegada da primeira viatura. A corporação diz que atendimento saiu de Vila Velha e levou 20 minutos para chegar ao local.

A urgência do caso fez com que vizinhos entrassem no prédio e começassem a tirar os moradores que precisavam de mais cuidados, como cadeirantes e idosos. Em entrevista à TV Gazeta, um desses moradores, identificado como Michel, contou que as pessoas agiram até a chegada dos bombeiros.

“Ficamos sem os bombeiros por pelo menos 15 minutos, brigando com a situação. As pessoas se ajudando, se arrastando no corredor porque a fumaça estava muito densa, muito preta. Molhamos camisas na portaria para subir com elas amarradas no rosto por causa da fumaça, isso ajudou um pouco. Conseguimos chegar na porta do apartamento que estava pegando fogo para tentar tirar as pessoas. Nessa hora os bombeiros chegaram”, contou.

Outro morador da região que também esteve no local do incêndio, o microempresário Edson Caldas, de 59 anos, criticou a demora dos agentes. “Eu vi as labaredas do meu prédio. Corremos para ver e ajudar. E nada de chegar ninguém. Demorou 50 minutos. Eu fui de bicicleta daqui ao Corpo de Bombeiros e gastei cinco minutos até lá. É um absurdo”, disse.

O microempresário Edson Caldas mora perto do local do incêndio, auxiliou no atendimento e reclamou da demora
O microempresário Edson Caldas mora perto do local do incêndio, auxiliou no atendimento e reclamou da demora. (José Carlos Schaeffer)

O QUE DIZ O CORPO DE BOMBEIROS

Em entrevista à rádio CBN Vitoria, o major Maurício, do Corpo de Bombeiros, disse que a equipe mais próxima, de Vitória, estava atendendo uma ocorrência. Por isso, foi acionado o suporte de Vila Velha, que chegou em 20 minutos.

“Foi um caso fortuito. A equipe já estava atendendo um outro pedido de socorro quando houve esse chamado. Então, ela ficou impedida de atender essa ocorrência da Praia do Canto. A gente acionou uma segunda equipe, que fica na sede de Vila Velha, e de deslocou o mais rápido possível”, disse.

Questionado sobre como funciona os atendimentos de combate à incêndio e se não havia outras equipes disponíveis, o major explicou a estrutura de cada unidade e afirmou que enquanto o socorro específico de combate a incêndio se encaminhava para o local, outros recursos foram acionados.

“A gente possui várias equipes de pronto-socorro para atender em cada unidade. E cada equipe é especialista para algum serviço específico. Nós temos três equipes de serviço na companhia em Vitória e elas estão equipadas com respiração autônoma, capa de aproximação dependendo da função que ela vai acontecer. Nesse caso, a equipe já atendia uma ocorrência em Santa Marta e, de fato, não dava para essa equipe atender duas ocorrências simultaneamente. E aí pedimos apoio a uma guarnição da outra companhia para que ela viesse suprir essa necessidade de combate a incêndio”, completou.

Corpo de Bombeiros faz vistoria no prédio, na Praia do Canto, onde aconteceu um incêndio
Corpo de Bombeiros faz vistoria no prédio, na Praia do Canto, onde aconteceu um incêndio. (Vitor Jubini)

PERÍCIA VAI APONTAR CAUSA

Agentes do Corpo de Bombeiros iniciaram o trabalho de perícia nesta terça-feira (20). Os peritos identificaram que o fogo teve origem no quarto da proprietária do imóvel, a mãe das crianças, e que existe a suspeita de que o incêndio tenha relação com a parte elétrica do apartamento. No entanto, o capitão Cunha, um dos responsáveis pela perícia, disse que ainda é cedo para uma conclusão.

"Ainda é muito cedo para a gente dizer a causa desse incêndio. O que se sabe é a zona de origem que foi o quarto do meio. Dentro desse quarto a gente separou alguns quadrantes para aprofundar o trabalho. Existe uma suspeita que o incêndio está relacionado com a parte elétrica da edificação. Só que ainda é muito cedo para confirmar o que realmente aconteceu”.

Os peritos recolheram alguns resíduos da parte elétrica do apartamento relativos ao ar-condicionado e também ao ventilador. O capitão Cunha afirmou que foram observadas diferenças nestes locais e que uma nova perícia  será realizada. 

“Existem algumas anormalidades nestes pontos que a gente identificou. Agora na parte da tarde vamos buscar mais uma perícia para conseguir se aprofundar ainda mais no caso. Com certeza vamos chegar em um resultado, que deve sair em até 20 dias”, completou.

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Defesa Civil faz avaliação em apartamento que pegou fogo na Praia do Canto (Vitor Jubini)

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