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Publicado em 19 de maio de 2021 às 21:05
O cenário de escassez de vacinas, que levou ao atraso na aplicação da segunda dose da Coronavac e impôs um ritmo lento de imunização contra a Covid-19 em todo o país, deve se apresentar mais favorável a partir do mês que vem. A expectativa é que, em junho, o Espírito Santo possa zerar a fila dos que aguardam completar o ciclo de vacinação com a Coronavac e que, a partir de julho, tenha um reforço na campanha com a chegada de novos imunizantes para se somar aos que são usados atualmente.>
A projeção é do secretário estadual da Saúde, Nésio Fernandes, que, em entrevista para o Papo de Colunista nesta quarta-feira (19), fez um balanço sobre a vacinação contra o Sars-Cov-2 (coronavírus). Em sua avaliação, o Espírito Santo passa por "dias de esperança.">
"O Espírito Santo tem avançado bem na vacinação, na perspectiva que sempre consegue se consolidar entre os cinco primeiros do país no percentual da população já imunizada. E agora, com a chegada das doses para a aplicação da D2 (segunda dose) da Coronavac, vamos avançar muito nos próximos 15 dias no ranking de desempenho", pontuou. >
Com as duas últimas remessas do Ministério da Saúde, o Estado está conseguindo reduzir a fila das pessoas que tomaram a primeira dose, mas não receberam a segunda no intervalo máximo de 28 dias que era o previsto inicialmente. Até a sexta-feira (14), havia mais de 152 mil aguardando. Ainda assim, o volume entregue até o momento ao Espírito Santo não será suficiente para acabar com a espera.>
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Por outro lado, o Instituto Butantan, parceiro brasileiro na produção da Coronavac, deve receber da China, na próxima terça-feira (25), os insumos para produzir novas doses que, então, serão distribuídas pelo país. No Espírito Santo, há atualmente cerca de 50 mil pessoas que ainda não foram contempladas com a segunda dose e não serão atendidas pela remessa mais recente enviada pelo Ministério da Saúde. Mas, com os novos lotes da Coronavac que vão ser enviados, a expectativa é poder zerar a fila no mês que vem. >
Além da perspectiva de completar o ciclo de imunização das pessoas que tomaram a primeira dose da Coronavac, o secretário disse que os próximos dois meses devem se apresentar mais promissores para avançar na campanha de vacinação com a chegada de novos imunizantes ao país. Estão no radar a Sputnik V, a Covaxin e a Sinopharm, embora ainda dependam da aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para uso no Brasil. >
A Sputnik V, produzida pelo Instituto Gamaleya, da Rússia, já solicitou autorização da agência reguladora, mas teve o pedido negado no final de abril porque, segundo a Anvisa, deixou de apresentar dados que comprovassem a segurança da vacina. De todo modo, já existe uma mobilização para atender as exigências e liberar o imunizante. >
Nésio Fernandes disse que a expectativa é de que no mês de junho possa sair a autorização da Anvisa para a Sputnik, cuja produção no Brasil seria conduzida pela União Química. Um grupo de governadores também se juntou para importar, assim que houver aprovação para utilização no país. >
Ainda na previsão do secretário, no máximo até julho, podem chegar 20 milhões de doses de Covaxin, incrementando o rol de vacinas do Plano Nacional de Imunização (PNI). A Covaxin é produzida pelo laboratório indiano Bharat Biotech e, na última semana, a Anvisa autorizou a realização de estudo clínico de eficácia no Brasil. A preocupação de Nésio Fernandes, neste caso, é a Índia não conseguir fazer a exportação, considerando as limitações impostas recentemente porque o país estava priorizando o comércio exterior em vez de imunizar a própria população. >
"Agora, a grande novidade neste momento é a vacina da Sinopharm, que também é chinesa. Retornaram as diversas comunicações que fizemos e, no encerramento da negociação, o representante disse que estão sendo negociadas com o Ministério da Saúde 30 milhões de doses; eles estão procurando parceiros no Brasil para fazer o envase", contou. >
Nésio Fernandes acrescentou que o imunizante também é aplicado em duas doses, já foi reconhecido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como seguro e eficaz contra a Covid-19, e vai poder fazer parte das novidades dos meses de junho e julho, aumentando a disponibilidade de vacinas no país que, atualmente, adota a Coronavac, Astrazeneca e Pfizer. >
"Estamos caminhando para ter, no segundo semestre, uma velocidade maior da vacinação da população brasileira", finalizou o secretário. >
Pelo painel de vacinação desta quarta-feira, o Espírito Santo já aplicou a primeira dose em 846.471 pessoas e 314.750 receberam a segunda dose. Levantamento do consórcio nacional de imprensa sobre a pandemia, aponta que o Estado está em 4º lugar no ranking de imunização no país, com uma média de vacinação superior à do Brasil.>
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