Estagiário / [email protected]
Publicado em 22 de fevereiro de 2023 às 15:37
- Atualizado há 3 anos
Frito, cozido ou mexido. Na comida, no pão ou sozinho. Gema mole ou dura. Não tem como dizer qual é o melhor jeito de comer ovo. Não tem nem como dizer qual é a melhor hora do dia. Há quem prefira no café da manhã; outros, no almoço; e há quem goste na janta. O alimento chegou a ganhar um rap escrito por Sérgio Malandro e cantado por Faustão na década de 1990, que é lembrado até hoje na internet. O que pode ter mais cara de Brasil que isso? >
Não é à toa que os brasileiros quase dobraram o consumo de ovos nos últimos dez anos. O alimento virou o queridinho das mesas e dietas, independentemente da classe social. De acordo com dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), enquanto em 2010 o brasileiro consumia uma média de 148 ovos por ano, em 2021, esse número chegou a 257 ovos. >
Esse dado, porém, não é alavancado somente pelo valor nutricional do alimento, com o consumo cada vez maior em dietas para ganhar massa muscular, mas também pelo que é pago no caixa. >
O preço das carnes suína, bovina e aviária (de frango) fez com que os consumidores procurassem substitutos para esses itens. E o ovo acabou sendo a opção de proteína mais em conta.>
>
Se alguém te perguntasse se ovo faz bem ou mal, você saberia responder prontamente? Se não, é provável que você justifique a própria falta de certeza, lembrando que, há não muito tempo, o alimento figurava nos noticiários ora como vilão da dieta, ora como mocinho. >
Hoje em dia, além de ser visto como um alimento rico em nutrientes, seus benefícios à saúde são um dos fatores que embalaram o consumo. >
No “alfabeto” das vitaminas, ele tem A, grupo B (B1, B3, B12, ácido fólico, biotina e colina), D, E e K. De minerais, possui magnésio, potássio, selênio, zinco, fósforo e ferro. Na gema, há também ômega 3, uma gordura saudável que não é naturalmente produzida pelo corpo, importante para o funcionamento do cérebro.>
Então, a resposta é: ovos fazem bem. Muito bem. Estão em quase todas as listas de alimentos mais saudáveis. Em algumas, aparece abaixo apenas do leite materno. >
E, mesmo que essas listas gerem discussão entre cientistas de nutrição, há consenso ao afirmar que o ovo é um alimento saudável.>
O consumo de ovo também é impulsionado pelo preço de outras proteínas, sendo consumido como uma alternativa mais em conta. Nesse caso, não são, necessariamente, os benefícios à saúde que estão sendo levados em conta, mas a relação entre o poder de compra da população e o preço do produto. >
Preço que tem ficado salgado. Na média, o preço do ovo de galinha subiu 18,70% nos últimos 12 meses, três vezes acima do IPCA, que acumula alta de 5,77%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).>
“É o aumento do milho e do farelo de soja. Esses dois insumos, juntos, representam algo como 80% dos custos de produção dos ovos, e nesses últimos dois anos aumentaram 150% em média”, explica Luis Rua, diretor de mercado da Associação Brasileira de Proteína Animal.>
Mesmo com todos os nutrientes, “substituir”, nesse caso, não é algo simples. Como explica a nutricionista Rayanne Pimmentel, nenhum alimento é igual ao outro. >
“É importante pensar que cada alimento tem sua particularidade. Alguns vão se destacar com algum tipo de substância e outros com substâncias diferentes. Para substituir, é necessário saber como completar tudo”, explica. >
Segundo a nutricionista, é possível substituir a carne pelo ovo, mas, para isso, é preciso entender algumas proporções: “Cem gramas de um bife, de carne, têm cerca de 23 gramas de proteína. Cem gramas de ovo têm, mais ou menos, 11 gramas de proteína. Então, para atingir a quantidade de proteína de um bife, a gente teria que comer por volta de três unidades de ovos”. >
A carne vermelha tem uma quantidade maior de proteína se comparada ao ovo. Porém o ovo tem mais cálcio do que a carne vermelha. "Ter esse equilíbrio é importante. A gente balanceia a alimentação para ter equilíbrio no consumo desses nutrientes.">
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta