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'Dois meses para aprovar vacina é fora da realidade', diz Casagrande

"Dois meses para aprovar vacina é fora da realidade", diz Casagrande

Governador criticou prazo dado pelo Ministério da Saúde para que Anvisa valide fórmula para imunização da Covid-19. Ele lembra que outros países já autorizaram

Publicado em 8 de dezembro de 2020 às 16:28

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Renato Casagrande (PSB) é governador do Espírito Santo
Renato Casagrande (PSB) participou de reunião com Ministro da Saúde. (Hélio Filho/Secom)
Errata Atualização
8 de dezembro de 2020 às 17:05

Após publicação desta reportagem, um vídeo foi encaminhado com pela assessoria de imprensa do governador Renato Casagrande com mais detalhes sobre a reunião com o ministro da Saúde e o texto foi atualizado.

O governador do Espírito SantoRenato Casagrande, saiu da reunião realizada nesta terça-feira (08) com ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, frustrado com o prazo dado pelo governo federal para a aprovação de uma vacina contra o coronavírus por parte da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

“Dois meses para a aprovação de uma vacina é fora da realidade. A vacina já está sendo usada no Reino Unido, daqui a pouco estará sendo aplicada nos Estados Unidos. É plenamente possível acelerar esse rito no Brasil, mas não foi o que ouvimos do ministro. Por que esperarmos mais dois meses? Saio frustrado com isso. Outros países estão vacinando, agências sérias estão aprovando, tem que reduzir este prazo”, assinalou o governador em entrevista à Globo News, lembrando que entre 700 e 800 morrem diariamente no Brasil vítimas da Covid-19.

Na avaliação de Casagrande, o ministro Pazuello pode estar se protegendo, já que todas as definições precisarão passar pelo crivo do presidente Jair Bolsonaro.  Em outubro, Pazuello, também num reunião com governadores, disse que o governador federal compraria todas as doses da vacina chinesa Coronavac, mas no dia seguinte foi desautorizado pelo presidente.

“Da última vez foi complicado (em outubro), então, na minha visão, ele está se protegendo. Embora a demanda seja evidente, disse que comprará todas as vacinas necessárias caso haja demanda. Coloca a palavra demanda, na minha interpretação, para se defender, afinal, tem que validar tudo com o presidente”, pontua o governador. 

Casagrande, também afirmou à Globo News que, além da agilidade, os governadores cobraram do ministro que o governo federal assuma a coordenação da vacinação em todo território nacional. “Seria muito ruim prazos diferentes num mesmo país, um brasileiro melhor que o outro. Se acontecer isso, o presidente se fragiliza muito”.

COMPRA DE TODAS AS VACINAS

Em um vídeo encaminhado por sua assessoria, posteriormente a reunião, o governador destacou ainda  que foi solicitado ao ministro da Saúde que o governo federal adquira todas as vacinas que estiverem aprovadas pela Anvisa. “Ou as que tenham sido aprovadas por uma outra instituição reconhecida internacionalmente, de outro país”, assinalou.

Casagrande observou  que foi pedido mais agilidade por parte da Anvisa e do governo federal. “Estamos perdendo muitas pessoas todos os dias, e estamos numa fase crescente da pandemia, no mundo e aqui no Brasil”, destacou.

Outro ponto considerado importante por Casagrande é que o governo federal passe informações, com clareza, para a sociedade brasileira.  “A comunicação é fundamental para que os brasileiros possam ter segurança de quando terão a vacina e isso possa anunciar também uma solução a Covid-19", disse.

ES  AVALIA PROPOSTA DE LABORATÓRIOS

Na última quinta-feira (3), durante no Vitória Summit 2020, evento realizado pela Rede Gazeta, Casagrande afirmou que o governo capixaba está em negociações para aquisição da vacina com as fabricantes Pfizer e Moderna, entre outros laboratórios. Mas, frisou que o Estado aguarda que o governo federal se mobilize e anuncie um amplo plano nacional de imunização para salvar vidas e recuperar a economia.

Disse ainda que os Estados têm pressionado para que seja anunciada a aquisição de qualquer vacina aprovada pela Anvisa. “Diante disto, pretendemos esperar um pouco mais. Nós, particularmente, não pretendemos adotar nenhuma vacina específica no momento. Estamos conversando com Pfizer, com Moderna, com algumas outras empresas. Mas o foco principal é ter o governo federal coordenando esse trabalho", afirmou.

Questionado sobre os motivos da espera, Casagrande destacou que o Espírito Santo, por se tratar de um Estado pequeno, tem todas as condições para adquirir a vacina, mas não seria a melhor opção no momento. Segundo ele, o investimento seria "perto de R$ 400 milhões".

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