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Da cesta de café à chamada de vídeo: como será o Dia das Mães dos capixabas

Da cesta de café à chamada de vídeo: como será o Dia das Mães dos capixabas

Famílias têm se reinventado para comemorar datas especiais. Neste domingo, cestas de café da manhã, flores e reuniões virtuais vão substituir os abraços e beijos

Publicado em 9 de maio de 2020 às 16:30

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Família Sathler
Família Sathler: Dona Sônia, ao centro, receberá cesta de café e flores, família se reunirá virtualmente neste sábado. (Reprodução)

O isolamento social para o enfrentamento da pandemia do novo coronavírus tem feito os capixabas se reinventarem na hora das comemorações. Aniversários, chás de bebê e outras datas marcantes têm sido comemoradas das mais diferentes formas: pelas janelas com os vizinhos, com carros de mensagem e até carreatas

O Dia das Mães não teria como ser diferente. Sem a possibilidade de abraçar e beijar as mamães, o que neste ano é uma prova de amor, capixabas investem em homenagens que podem ser feitas à distância, como a entrega de cestas de café da manhã, flores, presentes e reuniões virtuais.

Lara Sathler e os dois irmãos, Felipe e Lucas, moradores de Vitória, já planejaram como vão surpreender a mãe, Sônia Maria, de 65 anos. “Vamos mandar uma cesta de café da manhã para que ela possa usufruir do momento com meu pai”, conta. A ideia, no entanto, é que a mãe se surpreenda duas vezes: “Mais tarde, quando ela já não estiver esperando outro presente por pensar que a cesta foi o suficiente, vai chegar na casa dela mais um, que serão flores com bolas comemorativas.”

Mesmo com o envio dos presentes, os três filhos pretendem passar de carro na porta da casa, para pelo menos mandar beijos de longe. “Nas poucas vezes que eles têm saído de casa, sempre passam aqui na porta pra dar um alô, mesmo que de longe. Amanhã vamos fazer o mesmo”, disse. Os encontros virtuais, no entanto, já vão começar desde este sábado (9) e terão a presença de toda família. “Preparamos uma homenagem especial para todas as mães da família, uma pessoa ficou responsável por juntar umas fotos e fazer um vídeo e vamos homenageá-las destacando suas qualidades e o quanto são importantes”, afirmou.

Enquanto muita gente se sente sozinha nessa quarentena, a situação incomum teve o efeito contrário na família de Lara. Desde o início do isolamento, a família, que conta com membros no Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Distrito Federal e até no Canadá, tem se reunido pela internet duas vezes por semana, para uma bate-papo no sábado e um culto no domingo.

ACOSTUMADAS COM A DISTÂNCIA

Daniella Amorim
Daniella Amorim com a mãe, que mora em Paris, e a avó que mora em Aracruz. (Reprodução)

Enquanto as comemorações à distância são novidade para algumas famílias, outras já são acostumadas com prestar suas homenagens sem beijos e abraços. Daniella Amorim Gomes, moradora de Serra, só comemorou essa data ao lado da mãe duas vezes nos últimos 20 anos. A mãe, Darlene Amorim, mora em Paris.

Os milhares de quilômetros de distância nunca facilitaram a comemoração, mas elas sempre dão um jeito de se ver. Daniella conta que com a internet tudo ficou muito mais fácil, mas, mesmo quando nem todo mundo tinha acesso a essa ferramenta, a mãe sempre se fez presente. “Comemoramos essa data duas vezes, porque o Dia das Mães na França é em junho. Tenho caixas e caixas de cartões e cartas que ela me mandava. Depois, com o telefone e a internet, tudo ficou mais fácil”, relata. Amanhã, o plano de Daniella é pedir que um amigo da mãe, que está em Paris, entregue flores a ela em seu nome.

A novidade deste ano, para Daniella, é não poder estar junto da avó. Dona Zilca, de 82 anos, considerada sua segunda mãe, mora em Aracruz e, devido ao coronavírus, já está há dois meses sem ver a neta. “Minha avó é mais forte que eu, super saudável. Ela me liga todo dia, pede que eu vá vê-la, mas como moro na Serra e aqui estão aparecendo muitos casos [de coronavírus], tenho medo de estar assintomática e levar a doença para ela. Prefiro não arriscar”, pondera.

A última vez que viu, tanto a avó quanto a mãe, foi no início de março, após seu casamento. “Me casei em fevereiro, e por isso minha mãe estava aqui. A última vez que vi as duas foi quando busquei minha mãe em Aracruz para levar para o aeroporto. Os voos já estavam sendo cancelados, aqui a gente nem estava falando ainda em coronavírus, mas lá na França a coisa já estava feia. Na hora de me despedir da minha avó eu disse: 'semana que vem eu volto', mas não deu, lamenta.

Dona Zilca vai receber em casa, em segurança, uma cesta de café da manhã encomendada pela neta. A internet, conta Daniella, possibilitou que a comemoração seja uma só. “Quero fazer uma ligação de vídeo com minha mãe, avó e minha tia. Assim a gente comemora junto, mesmo sem estar perto”, planeja.

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