Publicado em 15 de outubro de 2020 às 21:56
A ocupação de leitos de UTI destinados a pacientes com Covid-19 no Espírito Santo atingiu nesta quinta-feira (15) a maior taxa desde agosto. Dos atuais 417 leitos disponibilizados para tratamento de vítimas graves do novo coronavírus, 301 estão com pacientes, o que representa ocupação de 72,1%. >
Esse número só não é maior que o registrado em 24 de agosto, quando a taxa de ocupação era de 72,8%. Naquela data, eram disponibilizados 659 leitos de UTI para vítimas do novo coronavírus e 469 pacientes estavam internados com sintomas graves da doença. Todos os dados foram retirados do Painel Ocupação de Leitos, atualizado diariamente pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa).>
Apesar de a taxa de ocupação estar alta, vale ressaltar que o Governo do Estado tem 715 leitos de UTI que já chegaram a ser alocados exclusivamente para pacientes com a Covid-19. No entanto, no final de julho, a estabilidade na taxa de ocupação em 70% permitiu à gestão iniciar o processo de reversão ou migração de leitos para contemplar pacientes com outras doenças. Isso explica, por exemplo, o fato de haver nesta quinta-feira 417 leitos para a Covid contra os 659 em 24 de agosto. >
A análise dos dados, no entanto, não inviabiliza o alerta. Apesar da queda de mortes no Estado, ainda há um número expressivo de capixabas com sintomas graves da doença, estando mais de 300 em um leito de UTI.>
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Na época em que foi anunciada a migração de leitos, o secretário de saúde Nésio Fernandes explicou que somente uma nova onda de contaminação pelo coronavírus poderia pressionar o sistema de saúde e que o tamanho da rede hospitalar seria ajustado de acordo com o comportamento da pandemia, sendo a oferta ampliada se a taxa chegar a 80%. Atualmente, quase 300 leitos de UTI já foram redistribuídos para atender pacientes com outras doenças.>
Apesar da maior taxa de ocupação registrada, o médico infectologista Crispim Cerutti Júnior acredita que ainda é cedo para manifestar preocupação e elogiou a administração da pandemia pelo Governo Estadual, que tem seguido critérios técnicos para a tomada de decisões. >
Crispim Cerutti Júnior
Médico infectologistaSegundo ele, o "calcanhar de Aquiles"* da pandemia no Espírito Santo é a negação de boa parte da população que não tem aderido às medidas para combate à transmissão do novo coronavírus, como a higienização das mãos, o uso constante de máscara e o distanciamento social. "Isso, sim, é preocupante", afirma. >
A Gazeta também entrou em contato com a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), que enviou a seguinte nota:>
"A Secretaria da Saúde informa que o comportamento da doença nas últimas semanas vem apontando queda sustentada e que estratégias estão sendo adotadas de acordo com o comportamento da curva de óbitos e de internação.>
A ocupação do Painel Covid-19 reflete a oferta/demanda do dia. Comparando a ocupação de 14/09 com a ocupação de 14/10, temos uma queda 362 para 301 pacientes/dia. A média móvel de óbitos de 7 dias caiu de 12,14 para 6,71 no mesmo período.>
Ressalta que caso a ocupação de leitos ultrapasse os 80%, o cenário será reavaliado e, além de retornar com os leitos já migrados, ainda há a possibilidade de novas contratualizações e ainda prevemos a entrega de 160 leitos para a rede própria de saúde até o final deste ano. Leitos que poderão ser disponibilizados para paciente Covid-19 em caso de ascendência da curva.">
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