Publicado em 21 de maio de 2020 às 16:26
O avanço do novo coronavírus no Espírito Santo fez com que um tipo de dado disponibilizado no Painel Covid-19, do Governo Estadual, chamasse atenção: centenas de casos aparecem como registrados em algum bairro não encontrado. Em Vila Velha, por exemplo, a quarta região mais afetada, com 73 casos, não é identificada. >
Se considerar o ranking dos bairros de todo o Estado, a classificação "não encontrado" aparece em 11º lugar. Ao todo, são 255 diagnósticos positivos que têm origem desconhecida pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesa). >
Em uma análise ampliada, essa inconsistência representa 2,8% dos registros totais computados até esta quarta-feira (20). No entanto, como pode ser feito o acompanhamento pelas equipes de saúde e de epidemiologia se não se sabe qual o bairro dos pacientes diagnosticados com a doença?>
Nos municípios menores, a importância dessa informação se torna ainda mais evidente. Em Mantenópolis e São Domingos do Norte todos os casos são de bairro não encontrado. Em outros, esses locais desconhecidos são os que têm mais pessoas infectadas ou que registraram a única morte da cidade.>
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Durante entrevista nesta quarta-feira (20), o governador Renato Casagrande destacou a importância do acompanhamento do paciente para combater o avanço da pandemia. É necessário isolá-lo desde quando ainda é um caso suspeito. Bem como acompanhá-lo, por meio das equipes de saúde, independentemente do município trabalho que fica, obviamente, dificultado quando não se sabe onde a pessoa infectada mora. >
Questionada por A Gazeta, a Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) informou que os bairros que aparecem como "não encontrados" não estão registrados no sistema E-Sus e que a solicitação desse cadastro deve ser feita pelos próprios municípios. Depois desse processo, o endereço do paciente seria requalificado.>
Por sua vez, a vigilância epidemiológica de Vila Velha informou que isso se deve à opção não informado para preencher o bairro nas notificações compulsórias do E-Sus. Lamentavelmente, recebemos várias com campos incompletos, o que dificulta o serviço dos órgãos sanitários, que têm de iniciar uma investigação para tentar descobrir essas informações, afirmou.>
Já a vigilância epidemiológica de Cariacica explicou que a base de dados é realizada a partir das informações fornecidas pelo paciente e inseridas pela unidade notificadora na ficha. Bem como esclareceu que as notificações não são de apenas um bairro e que equipes realizam uma busca ativa para localizar esses pacientes a fim de corrigir a informação. >
A Prefeitura da Serra informou que o problema acontece devido a instabilidades apresentadas pelo sistema E-Sus, que não permitem a inserção do bairro. Porém, garantiu que equipes da vigilância municipal estão acertando a informação e que todos os pacientes com resultado positivo são avisados e monitorados. A cidade chegou a ser a segunda com mais casos não localizados (68) no início da semana.>
No caso de Vitória, a secretária de saúde informou que o bairro não encontrado é composto por endereços de pacientes que precisam ter outras informações conferidas. Os dados são monitorados e corrigidos constantemente. Na próxima atualização do painel esses endereços estarão devidamente registrados, garantiu. Anteriormente, o município aparecia com 11 casos de origem desconhecida.>
Por causa do horário especial no qual tem funcionado durante a pandemia, a Prefeitura de Fundão afirmou que responderia os questionamento na manhã desta quinta-feira (21). No entanto, A Gazeta ainda aguarda o retorno. Assim que o receber, essa matéria será atualizada.>
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