Força-tarefa de segurança do ES: protagonismo deve ser dos resultados

É um trabalho de cooperação institucional que pode trazer resultados expressivos no desmantelamento de organizações criminosas que financiam e abastecem, por exemplo, o tráfico de drogas

Publicado em 07/03/2023 às 01h00
Força-Tarefa de Segurança
O governador do Estado, Renato Casagrande, e o superintendente da Polícia Federal no Espírito Santo, delegado Eugênio Ricas. Crédito: Hélio Filho/Secom

A reunião das forças de segurança municipais, estaduais e federais para atuar em atividades estratégicas no combate à criminalidade organizada é uma ideia que parece simples, ao menos na essência. Na prática, há obstáculos administrativos, burocráticos e políticos que podem levar algum tempo para serem superados.

A Força-Tarefa de Segurança Pública (FTSP) do Espírito Santo, criada em novembro de 2021, demorou quase um ano e meio para chegar a sua completude com o ingresso das forças estaduais (Polícia Militar, Polícia Civil e Polícia Penal).

Para trás, ficou um rastro de ruídos que, ao que parece, evoluiu para a harmonia. O governo do Estado, tutor do Estado Presente, programa que desde a década passada colhe os resultados consolidados na redução no número de homicídios, defendeu um protagonismo compartilhado das forças policiais envolvidas. Afinal, a iniciativa da força-tarefa havia sido da Polícia Federal, na figura de seu superintendente, Eugênio Ricas.

O próprio governador Renato Casagrande, em novembro passado, falou sobre isso. "A gente discutiu com o Ricas o formato para que nossas forças policiais também tivessem protagonismo. As forças policiais são muito ciosas da sua participação. Todas elas querem ter um nível de coordenação e protagonismo". Na ocasião, foi anunciada a entrada do Estado na força-tarefa, que já contava com, além da PF, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e as guardas municipais.

À colunista Letícia Gonçalves, naquela ocasião, o governador também falou que o "ambiente político era ruim, tinha desconfianças".  No ano passado, Eugênio Ricas quase se filiou ao PSD para concorrer ao Palácio Anchieta.

Todo esse preâmbulo para evidenciar que o fortalecimento da força-tarefa (aqui uma redundância oportuna) é importante para a população capixaba, por se tratar de mais uma frente de batalha contra a criminalidade.  Em artigo publicado em A Gazeta no último sábado (4), Eugênio Ricas listou o que foi feito até agora e a expectativa com a entrada do governo estadual.

"A equipe dedicada à FTSP já prendeu 79 pessoas, apreendeu 57 armas, 20.824 munições, 435 kg de cocaína e mais de um milhão de reais em espécie. A tendência, a partir de agora, é que os resultados sejam ainda mais expressivos, com a participação das forças de segurança estaduais."

É um trabalho de cooperação institucional que pode trazer resultados expressivos no desmantelamento de organizações criminosas que financiam e abastecem, por exemplo, o tráfico de drogas. Os êxitos, assim como as derrotas, devem ser compartilhados. O Espírito Santo tem a chance de qualificar esse enfrentamento, atacando as raízes da criminalidade. 

Os bons resultados serão os verdadeiros protagonistas dessa força-tarefa turbinada. A população capixaba conta com isso.

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