Em outubro, foi divulgado um estudo realizado pelo Conselho Temático de Infraestrutura e Energia (Coinfra) da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) que reforçou a necessidade da construção do ramal ferroviário de cerca de 80 km entre Santa Leopoldina e Anchieta para que a EF 118, que vai conectar Espírito Santo e Rio de Janeiro, de fato faça sentido.
"Sem esse ramal, a ferrovia perderia parte da sua utilidade. Ligaria o Porto do Açu ao Espírito Santo, mas sem conexão direta com a Estrada de Ferro Vitória a Minas ficaria difícil garantir que haveria carga suficiente para justificar o investimento", dizia a análise.
Como o governo federal não chegou a um acordo com a Vale sobre a alteração dos contratos de concessão da Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM) que carregavam a contrapartida da construção do ramal, nesta semana veio a confirmação de que a Vale não vai ser responsável pela execução do trecho. Não há alternativa a não ser fazer desse limão uma limonada.
Na agenda do governo federal, está tudo certo: o Ministério dos Transportes anunciou que o edital para a construção da EF 118 será lançado em março de 2026, com previsão do leilão para junho do mesmo ano. E a fase 1 da EF 118 anunciada na carteira de projetos corresponde ao trecho entre Santa Leopoldina e São João da Barra, no Rio de Janeiro, onde fica o Porto de Açu, com cerca de 250 quilômetros. Ou seja, inclui o trecho de 80km entre Santa Leopoldina e Anchieta que, segundo a pasta, "caberá ao futuro concessionário da EF 118".
O impasse entre a Vale e o governo federal foi tirado do jogo, o que pode ser benéfico para o andamento do projeto, incluindo o trecho considerado essencial para o sucesso logístico da ferrovia. O que se espera é que as previsões para o próximo ano se confirmem, sem percalços. O ramal precisa sair do papel, independentemente de quem o construa, para colocar o transporte de cargas do Espírito Santo em um novo patamar.
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